quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os Cânones de Dort: Todos os Homens Sujeitos à Ira de Deus

1:1 Todos os homens pecaram em Adão, estão debaixo da maldição de Deus e são condenados à morte eterna. Por isso Deus não teria feito injustiça a ninguém se Ele tivesse resolvido deixar toda a raça humana no pecado e sob a maldição e condená-la por causa do seu pecado, de acordo com estas palavras do apóstolo: "... para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus...", e:"...o salário do pecado é a morte..." (Rom. 3:19,23; 6:23).

1:4 A ira de Deus permanece sobre aqueles que não crêem neste Evangelho. Mas aqueles que o aceitam e abraçam Jesus, o Salvador, com uma fé verdadeira e viva, são redimidos por Ele da ira de Deus e da perdição, e presenteados com a vida eterna (Jo 3:36; Mc 16:16).

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Confissão de Fé de Westminster: Todos os Homens Sujeitos à Ira de Deus

Confissão

6:6. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, sujeito à morte com todas as misérias espirituais, temporais e eternas.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Segunda Confissão Helvética: Todos os Homens Sujeitos à Ira de Deus

8.Pecado. Por pecado entendemos a corrupção inata do homem, que se comunicou ou propagou de nossos primeiros pais, a todos nós, pela qual nós - mergulhados em más concupiscências, avessos a todo o bem, inclinados a todo o mal, cheios de toda impiedade, de descrenças, de desprezo e de ódio a Deus - nada de bom podemos fazer, e, até, nem ao menos podemos pensar por nós mesmos. 

Além disso, à medida que passam os anos, por pensamentos, palavras e obras más, contrárias à lei de Deus, produzimos frutos corrompidos, dignos de uma árvore má (Mat 12,33 ss). Por essa razão, sujeitos à ira de Deus, por nossas próprias culpas, estamos expostos ao justo castigo, de modo que todos nós teríamos sido por Deus lançados fora, se Cristo, o Libertador, não nos tivesse reconduzido.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Meint R. Van Den Berg: I Timóteo 2:4

"O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade"



Deus se agradaria se todos os homens fossem salvos. Isso Lhe seria agradável, pois não se alegra com a morte do pecador, mas sim que se converta e viva. Ele não é um Deus que se agrada que milhões de pessoas permaneçam nas garras da mentira e da perdição. Não preferiria outra coisa, a não ser que todos cheguem ao conhecimento da verdade. Quando oramos por alguém, não devemos questionar se Deus o quer salvar. É claro que Deus o quer salvar.


Fonte: Meint R. Van Den Berg. Las Cartas a Timoteo, pgs 47-48. Fundacion Editorial de Literatura Reformada (FELiRE)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Confissão de Fé de Westminster: A Divina Permissão do Pecado

Capítulo 5 – Da Providência



IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a bondade infinita de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, regula e governa em uma múltipla dispensação; mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Segunda Confisão Helvética: A Divina Permissão do Pecado

Deus não é o autor do pecado; e até onde se pode dizer que ele endurece. Está claramente escrito: 

“Tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade. Aborreces a todos que praticam iniqüidade.   Tu destróis os que proferem mentira” (Sal 5.4 ss). 

E de novo: 

“Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44). 

Além disso, há em nós suficiente pecado e corrupção, não sendo necessário que Deus em nós infunda uma nova e ainda maior depravação. Quando, portanto, se diz nas Escrituras que Deus endurece, cega e entrega a uma disposição réproba de mente, deve-se entender que Deus o faz mediante um justo juízo, como um Juiz Vingador e justo. 

Finalmente, sempre que na Escritura se diz ou parece que Deus faz algo mal, não se diz, por isso, que o homem não pratique o mal, mas que Deus o permite e não o impede, segundo o seu justo juízo, que poderia impedi-lo se o quisesse, ou porque ele transforma o mal do homem em bem, como fez no caso do pecado dos irmãos de José, ou porque ele próprio controla os pecados, para que não irrompam e grassem mais largamente do que convém. Santo Agostinho escreve em seu Enchiridion: 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tony Byrne: Substituição Penal

Essa é uma resposta que é parte de uma interação com um irmão que pensava que aqueles que defendem que Cristo morreu por toda a raça humana devem também negar substituição penal por implicação. Talvez alguns dos meus leitores possam achar minha resposta útil:

Na verdade, eu acho que seria bom que você refletisse sobre a noção de" Substituição Penal ". Essas duas palavras são importantes. Antes de mais nada, deixe-me dizer que a obra de Cristo foi mais do que uma substituição penal, mas não foi menos do que uma substituição penal.


Isso vai um pouco além da questão em pauta, mas eu creio que nos é útil refletir sobre outras realizações da obra de Cristo na Cruz do que somente enfatizar a natureza substitutiva penal dela. Acredito que você concordaria comigo que nenhuma visão singular da expiação(seja a governamental, de exemplo moral, ou Christus Victor, etc) não capta completamente a totalidade do que Cristo fez. No entanto, sua obra não foi menos do que penal e não foi menos do que substitutiva. Então, vamos refletir sobre essas duas noções.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): Quantitativa Equivalência Versus Qualitativa Equivalência



1) Aceito pela lei e pelo legislador. A fonte primordial da Lei não tem mais poder para abolir a pena do que para abolir a lei, mas tem plenos poderes para substituir a penalidade. Em caso de substituição, porém, deve ser uma estrita equivalência, e não uma fictícia ou nominal. Seria contrariar o atributo da justiça, ao invés de satisfazê-la, se Deus, por exemplo, por um ato arbitrário de vontade, substituisse o sacrifício de bois e bodes pela pena devida ao homem, ou se ele compensasse o demérito infinito do mal moral com alguma oferta finita.





O questionamento se a satisfação da justiça pela expiação de Cristo foi estrita e literal, tem uma importância prática e não apenas teórica. Uma consciência ferida de culpa é extremamente temerosa e, por isso, se há espaço para duvidar da estrita adequação da provisão judicial que foi feita para satisfazer as reivindicações da lei, uma paz perfeita, a "paz de Deus", é impossível. Daí a doutrina de uma satisfação plenária por um substituto infinito é a única em que os ministros evangélicos sustentam. A controvérsia sobre esse ponto algumas vezes resultou em pelo menos uma confusão de idéias e termos. Estrita equivalência tem sido confundida com identidade. A afirmação de que a morte de Cristo é um equivalente literal pela punição devida à humanidade, foi suposta ser o mesmo que afirmar que é idêntica a ela; e um castigo idêntico aquele devido ao homem implicaria remorso e interminável duração . Mas a identidade de punição é governado pelo princípio de substituição ou de vicariedade; um princípio que é aceito por todos os que sustentam a doutrina da expiação.

domingo, 19 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Remoção dos Obstáculos Legais

1) Pode-se perguntar, se a expiação, naturalmente e necessariamente, cancela a culpa, por que a expiação vicária de Cristo não salva todos os homens indiscriminadamente como contendem os universalistas? O sofrimento substitutivo de Cristo sendo infinito é igual em valor ao sofrimento pessoal de toda a humanidade, então, por que não estão todos os homens no mesma condição e na mesma classe de salvos por sua virtude? A resposta é: Porque é uma impossibilidade natural. A expiação vicária, sem fé é impotente para salvar. Não é a realização dessa expiação que salva o pecador, mas o confiar nela. "Pela fé sois salvos. Aquele que crê será salvo" Efésios 2:8. Marcos 16:16.

sábado, 18 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Obra da Trindade na Salvação do Homem


1) Em terceiro lugar, uma expiação, ou pessoal ou vicária, quando feita, naturalmente e necessariamente cancela as reivindicações legais. Isto significa que existe uma tal natural e necessária correlação entre a expiação vicária e a justiça, que a primeira fornece tudo que é exigido para a última. Isso não significa que a expiação vicária de Cristo, naturalmente e necessariamente, salva a cada homem, porque a relação da expiação de Cristo com a justiça divina é uma coisa, mas a relação de uma pessoa em particular com a expiação de Cristo é uma coisa muito diferente.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Distinção entre Expiação e Redenção

1) Revisão é objetável, porque a Confissão é uma correta declaração do “sistema de doutrina contido nas Escrituras". O sistema a que se refere nessa frase é universalmente conhecido como calvinismo. Não como estando fundamentado sobre a autoridade de Calvino, mas como uma conveniente designação daquela interpretação da Escritura que é comum a Agostinho, Calvino, aos teólogos reformados, e aos teólogos de Westminster. O termo "evangélico" não o define, pois existem vários sistemas evangélicos, mas somente um calvinista. Os sistemas de Armínio, de Wesley, e dos luteranos posteriores, bem como o de Calvino, são igualmente evangélicos, na distinção dos sistemas anti-evangélicos como Socinianismo e Deísmo.

Todos eles são igualmente derivados da Bíblia, e contém as doutrinas da Trindade, da Encarnação, da apostasia e da redenção. Mas a interpretação calvinista da Escritura, que é a formulada nos Padrões de Westminster, difere desses outros sistemas "evangélicos", no ensino da eleição e preterição incondicional, ao invés da condicional; da redenção limitada (não expiação) ao invés da universal; regeneração totalmente pelo Espírito Santo, ao invés de parcialmente; a total incapacidade do pecador, ao invés da parcial. O sistema calvinista, assim discriminado dos outros sistemas "evangélicos", foi adotado pelos presbiterianos americanos por dois séculos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

João Calvino (1509-1564): A Vontade Condicional de Deus

Tudo isso Pighius nega em alta voz, aduzindo que a passagem do apóstolo "Que deseja que todos os homens sejam salvos" (1 Tm 2:4.), e, referindo-se também a Ezequiel 17: 23, ele argumenta assim:

“ 'Que Deus não deseja a morte do pecador' pode ser tomado sobre seu próprio juramento, onde Ele diz por esse profeta: 'Assim como eu vivo, diz o Senhor, não tenho prazer na morte do ímpio, mas ao invés que ele se converta dos seus caminhos, e viva' ”

Agora nós respondemos que como a linguagem do profeta aqui é uma exortação ao arrependimento, não é de maneira nenhuma espantoso nele declarar que Deus deseja que todos os homens sejam salvos. Porque a mútua relação entre ameaças e promessas mostra que essas formas de falar são condicionais. Desse mesmo modo Deus declarou para os ninivitas, e para os reis de Gerar e do Egito, que faria o que, na realidade, não intentava fazer, pois o seu arrependimento evitou a punição que Ele ameaçou infligir a eles.

domingo, 12 de dezembro de 2010

John Piper: Sermão sobre João 3:16 - Parte 2

Muitas pessoas são novas em Bethlehem. Algumas simplesmente param para ver o que está acontecendo. Outras têm pouca ou nenhuma experiência com o que entendemos por pregação. Eu creio que vai ajudá-lo a escutar esta mensagem (e outras), se eu dizer uma palavra sobre a pregação.

O que queremos dizer por pregação é exultação expositiva.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

John Piper: Sermão sobre João 3:16 - Parte 1

Nosso foco hoje, e querendo o Senhor na semana que vem, é em um dos versículos mais famosos da Bíblia e nos dois versículos seguintes, que são dados para esclarecimento e apoio.

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; o que não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus."  (João 3:16-18)


Não é difícil ver por que o versículo 16 é um dos mais famosos, mais frequentemente memorizado e um dos mais queridos versículos da Bíblia. Embalado neste versículo há as maiores realidades que existem. Deus. Amor. O mundo. O Filho de Deus. Fé. Perecer para sempre. Vida eterna. Todo aquele – você, ou não. Essas são as maiores coisas que pode existir. O que poderia ser mais importante? O que poderia ser mais relevante para você agora? O que poderia ser mais urgente para você ou mais grave para você do que saber onde você está em relação ao que Deus lhe diz nesse versículo?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Igreja Presbiteriana da Austrália: Como Ler a Confissão de Fé de Westminster

Declaratory Statement

Redenção. 114. (i)Que a doutrina da redenção, como ensinada no padrão subordinado, e em consistência com ele, o amor de Deus por toda a humanidade, a dádiva de Seu Filho para ser propiciação pelos pecados do mundo todo e a livre oferta de salvação aos homens sem distinção sob o fundamento do sacrifício todo suficiente de Cristo, são considerados por esta Igreja como vital para a fé cristã. E na medida em que a fé cristã se apoia e a consciência cristã se agarra em certos  fatos históricos objetivos e sobrenaturais, especialmente na encarnação, na vida e morte expiatória, na ressurreição e ascensão de nosso Senhor e na concessão de Seu Espírito Santo, esta Igreja considera aqueles a quem admite para o ofício do Ministério Santo como comprometidos a dar um lugar central no seu ensino a esses fatos cardeais, e à mensagem de redenção e reconciliação implícita e manifestada nelas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

João Calvino (1509-1564): Oração Pela Salvação de Todos os Homens

Em seguida oramos, graciosíssimo Deus e misericordioso Pai, por todos os homens em geral. Como o Senhor deseja que todos os homens te reconheçam como Salvador do mundo, através da redenção obtida mediante nosso Senhor Jesus Cristo, possam aqueles que não te conhecem, estando na escuridão e cativos da ignorância e erro - possam eles, pela luz do nosso Santo Espirito e pela pregação do teu evangelho, ser levados ao caminho da salvação, que é conhecer a Ti, o Senhor, o único e verdadeiro Deus, e Jesus Cristo o qual tu enviaste.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Augustus H. Stong (1836-1921): Calvino e a Extensão da Expiação

1) Participação inconsciente na expiação de Cristo, em virtude de nossa comum humanidade Nele, nos torna herdeiros de muitas bençãos temporais. Participação consciente na expiação de Cristo, em virtude de nossa fé Nele e na sua obra trabalho por nós, nos dá a justificação e a vida eterna. Matthew Henry disse que a expiação é "suficiente por todos, eficaz para muitos" J.M .Whiton, no “The Outlook, 25 de setembro de 1897” - Foi Samuel Hopkins de Rhode Island (1721-1803) quem primeiro declarou que Cristo fez expiação por todos os homens e não somente pela parte eleita, como os calvinistas afirmam.” Nós devemos dizer “como alguns calvinistas afirmam”, pois, como veremos, o próprio João Calvino declarou que "Cristo sofreu pelos pecados de todo o mundo". Alfred Tennyson a uma vez perguntou para uma senhora metodista quais eram as novas. “Ora, Sr. Tennyson, só há uma nova que eu sei, - que Cristo morreu por todos os homens." E ele disse a ela: "Isso é notícia velha, boa notícia, e notícia nova". Augustus Hopkins Strong, Systematic Theology: A Compendium (Valley Forge, PA: The Judson Press, 1907), 772. [Some reformatting and underlining mine]

domingo, 28 de novembro de 2010

Curt Daniel: Os Cinco Pontos do Calvinismo

Quem governa o universo, Deus ou o homem? Essa é a básica questão da teologia. O sistema de teologia conhecido como calvinismo responde sem qualquer apologia ou compromisso: “Deus é o Rei”. Virtualmente todos os outros sistemas de teologia podem dizer que concordam, mas sobre uma minucioso escrutinio, eles colocam o homem no trono com Deus, ou até depõe Deus completamente e entronizam o homem.

Talvez você possa ter se perguntado o que é esse calvinismo para fazer uma afirmação tão ousada. Obviamente ele é associado com o nome de João Calvino, mas essa teologia é mais antiga. É ensinada em ambos os testamentos da Bíblia. Muitos dos antigos pais a ensinaram, especialmente o grande Agostinho. Muito dos reformadores protestantes foram ou calvinistas ou no básico concordavam com sua teologia, tais como Martinho Lutero. Em seguida, houve os puritanos ingleses e americanos, como John Bunyan eMatthew Henry, dos quais quase todos criam no calvinismo. Mais tarde, pregadores e teólogos calvinistas incluiam Jonathan Edwards, Charles Hodge, Charles Haddon Spurgeon, AW Pink, Martin Lloyd-Jones e James I. Packer. O Calvinismo tem prosperado sobretudo na Grã-Bretanha, Holanda e América.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Jonathan Edwards (1703–1758): Sobre a Morte de Cristo



Redenção Particular


1)Expiação Limitada. Deus não tinha a intenção de salvar aqueles, pela morte de Cristo, que Ele sabia, desde toda a eternidade, que Ele não salvaria por Sua morte. Se Ele intentou salvar alguém, foram aqueles que Ele sabia que seriam salvos. (Miscellanies 21)

2) Expiação é Suficiente. Cristo morreu por todos nesse sentido: que todos por Sua morte tem uma oportunidade de serem salvos. Ele teve esse designio em morrer para que eles tivessem essa oportunidade por ela, pois Deus designou que todos os homens tivessem tal oportunidade, ou eles não a teriam, e eles a tem pela morte de Cristo. Isso, no entanto, não é concebido da expiação, mas somente pela preservação de Seu ser. Paulo usa o termo de maneira semelhante em 1 Tm. 4:10: “Ora, é para esse fim que labutamos e nos esforçamos sobremodo, porque temos posto a nossa esperança no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos crentes.” (Miscellanies 424)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Wolfgang Musculus(1497-1563) : 2 Corintios 5:14

"Se um morreu por todos, logo todos morreram".


Sem dúvida nenhuma, ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida por seus amigos. Na verdade, Cristo não morreu somente  por seus amigos, mas também por [seus] inimigos, nem por algumas pessoas apenas, mas por todas as pessoas. Esta é a  imensurável grandeza do amor divino ...




Na verdade, nós não entendemos que Cristo morreu por todos de forma que sua eficácia alcance comumente a todas [as pessoas]. Assim, ela [a morte de Cristo] não é recebida pelos réprobos, incrédulos e impenitentes, embora, por si só seja suficiente para redimir toda a raça humana. A salvação é proposta ser por todos e suficiente por todos, e agora pode ser recebida por todos, "Deus amou o mundo que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna"( João 3).  Assim Ele morreu por todos (porque todos estavam mortos) para que todo aquele que Nele crer  possa ser trazido de volta à vida e ser salvo.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

David Ponter: João 10:15 e o Argumento para Expiação Limitada

O leitor deve manter algumas coisas em mente ao ler este breve ensaio.

Em primeiro lugar, essa é uma análise não-acadêmica da lógica envolvida no estabelecimento de um caso para a expiação limitada dos versículos em João 10:15 e João 10:26. A intenção é dispor o caso de uma forma não-técnica para leitores leigos. Não pretende ser uma discussão exaustiva das questões envolvidas.

Em segundo lugar, pode-se dizer que existem dois tipos de argumentos que utilizam João 10:15 para provar a expiação limitada. O primeiro é o que eu chamaria de uma forte forma de argumentação. Esta forte forma do argumento insiste que João 10:15 com 10:26 estabelecem uma dicotomia rígida entre aqueles para quem Cristo morreu e aqueles para quem Ele não morreu. Ou seja, em nenhum sentido peculiar Cristo morreu para os não-eleitos. Por "sentido peculiar", eu quero dizer, ou em termos de relacionamento penal ("pelos pecados de quem Cristo foi punido?"), ou da intencionalidade divina para salvar (ou pela vontade secreta ou revelada). A questão afirmada desta forma evita as distraidas afirmações por alguns defensores da expiação limitada que Cristo morreu por todos, na medida em que assegurou que a graça comum beneficiasse a todos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Richard Muller: Sobre Dort e Expiação Limitada

Em um segundo capítulo, os Cânones tratam do problema da relação do sacrifício de Cristo para a salvação dos eleitos. Como a forma dos Cânones está tão intimamente relacionada com as formas do Remonstrance  é incorreto afirmar que o Sínodo derivou um conceito de Expiação Limitada dos decretos. O segundo capítulo dos Cânones decorre logicamente não do seu primeiro capítulo, mas do segundo capítulo do Remonstrance.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Richard Muller: O Que Dort Realmente Afirma e não Afirma


A questão em debate entre Calvino e os reformados posteriores não implica qualquer debate sobre o valor ou mérito da morte de Cristo. Praticamente todos concordavam que era suficiente para pagar o preço pelos pecados de todo o mundo. 



Nem era a pergunta em questão se todos os seres humanos seriam realmente salvos. Todos (incluindo Arminius) concordavam que este não era o caso. Para colocar isso de outra forma: se "expiação" é tomada como significando o valor ou a suficiência da morte de Cristo, ninguém ensinou Expiação Limitada - e se a expiação é tomada como significando a real salvação realizada em pessoas em particular, ninguém ensinou a expiação ilimitada (exceto, talvez, o muito criticado Samuel Huber).

domingo, 31 de outubro de 2010

Steven Wedgeworth : Davenant e o Calvinismo

John Davenant foi talvez o delegado mais influente no Sínodo de Dort (especialmente pelo que ele manteve fora da versão final dos Cânones). Grande parte de sua influência foi examinada no meu artigo “Os Cânones de Dort e a Complexidade de Ser Reformado”, mas é certamente o caso que ele continua sendo uma figura negligenciada. 


Eu nunca tinha ouvido falar dele até que comecei meus estudos sobre Dort, e como eu pesquisei um pouco da literatura secundária, percebi que alguns comentaristas já questionaram se ele devia ou não ser considerado um calvinista (por causa de sua posição moderada e seu contraste com o high calvinismo). 

G Michael Thomas se dirigiu às afirmações de Robert Godfrey sobre Davenant no livro de Thomas “The Extent of the Atonement”, mas eu gostaria de abordar esta questão um pouco por mim mesmo, contrastando Davenant com John Overall, um homem que teve grande influência sobre Davenant, mas que também foi um homem cujo ponto de vista histórico foi muito diferente do de Davenant.

sábado, 30 de outubro de 2010

Steven Wedgeworth: Sobre Dort Novamente

Eu gostaria de oferecer algumas observações sobre Dort que podem nos fazer questionar certas interpretações do calvinismo popular. Algumas delas podem parecer auto-evidentes, mas na minha própria experiência pessoal, eu os achei esclarecedores, se não surpreendentes.


1) Os Cânones de Dort realmente não nos deram "cinco pontos". Os remonstrantes escreveram 5 pontos, e o trabalho de Dort foi responder a esses pontos. Dort combina os pontos 3 e 4 em uma categoria e, portanto, quando se lê os Cânones, ele apenas abrange quatro seções. Além disso, S. Vandergugten afirma que a ênfase mais importante dos Cânones eram os artigos individuais, os quais eram 93. Vandergrugten escreve:

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Steven Wedgeworth: Os Cânones de Dort e a Complexidade de Ser Reformado




Quando eu fui introduzido à teologia reformada, eu encontrei "os cinco pontos do calvinismo" e a "TULIP." Disseram-me que estes vieram do Sínodo de Dort, o qual essencialmente decidiu que o calvinismo seria a religião assumida das Igrejas Reformadas na Europa. Calvinismo e TULIP foram equivalentes para a maior parte.



Quando eu sai de uma igreja Batista Reformada para uma Presbiteriana, eu comecei a ouvir pastores mencionarem que o Calvinismo era mais do que os cinco pontos. Comecei a aprender sobre a "teologia do pacto", que serviu de base para batizar crianças. Calvinismo agora incluía tanto a TULIP, quanto a teologia do pacto e o batismo infantil. Ainda mais tarde em meus estudos, comecei a aprender sobre a doutrina calvinista da Ceia do Senhor. Meu entendimento do calvinismo foi ampliado, mas eu ainda tinha uma tendência a pensar em Dort quando ouvia o termo calvinista.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Os Cânones de Dort: O Bispo George Carleton e a Morte de Cristo

Enquanto em Dort, o Bispo Carleton, diz Godfrey, ressaltou a eficácia da morte de Cristo pelos eleitos , “a qual enfatizou a posição calvinista estrita."[1]. Carleton afirmou isso em contraposição a Davenant e Ward. No entanto, mesmo com sua aparente oposição, Carleton afirmou não menos que:





"Cristo, portanto, morreu por todos, para que todos e cada um por meio da fé possam obter remissão dos pecados e a vida eterna pela virtude daquele resgate pago uma vez por todas pela humanidade. Mas Cristo morreu pelos eleitos, para que pelo mérito da Sua morte, de uma maneira especial, destinada a eles de acordo com o eterno beneplácito de Deus, eles pudessem infalivelmente obter a fé e a vida, eterna."  George Carleton, The Suffrage of the Divines of Great Britaine, Concerning the Five Articles Controverted in the Law Countries, (London: Robert Milbounre, 1629), 47-48.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Os Cânones de Dort: A Delegação de Wetteraw e a Morte de Cristo

Os delegados de Wetteraw afirmaram:

"Cristo é uma propiciação pelos pecados do mundo todo, no que se relaciona com o valor e a suficiência de seu resgate."

"Quando é dito que Cristo morreu por todos, isso pode ser entendido da suficiência do mérito, ou da magnitude do preço."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Os Cânones de Dort: A Delegação de Bremen e a Morte de Cristo – Ludovicus Crocius


Ludovicus Crocius, o outro representante de Bremen, diz: 

"Tão grande é o valor, o preço, o poder e a suficiência da morte de Cristo, que nela não houve falta de nada para merecer, adquirir e obter reconciliação com Deus e remissão dos pecados por todos os homens e por cada homem. Foi o conselho, o objetivo e a intenção, não só de Deus Pai na entrega do Filho à morte, mas também do Filho ao morrer, adquirir, obter e merecer, pela mais preciosa morte e paixão, por todos e cada um dos pecadores humanos, para que, caso se arrependam e creiam em Cristo, quando se tornam capazes de instrução, sejam capazes de ser reconciliados com Deus e receber a remissão dos pecados."

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Os Cânones de Dort: A Delegação de Bremen e a Morte de Cristo – Henry Isselburg



Henry Isselburg, outro delegado de Bremen, diz: 

"Tal é o valor e a virtude da paixão, morte e mérito de Cristo, que, por si e em sua própria natureza, é abundantemente suficiente para expiar e tirar todos os pecados de todos os homens, e obter e conceder a todos e a cada um, sem exceção, a reconciliação com Deus, a graça, a justiça e a vida eterna."

domingo, 24 de outubro de 2010

Os Cânones de Dort: A Delegação de Bremen e a Morte de Cristo – Matthias Martinius


“Há em Deus um certo amor comum ao homem com o qual Ele considerou toda a raça humana caída, e seriamente quis a salvação de todos. O exercício desse amor ao homem aparece no chamado externo para os eleitos e réprobos sem distinção. Nesse chamado distinguem-se essas coisas: a narrativa histórica a respeito de Cristo, o mandamento de crer, a proibição da incredulidade, a promessa da vida eterna feita aos crentes, a ameaça da condenação aos incrédulos. E se alguém não crê, por causa desse chamado é condenado, e expressamente por essa razão: porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus. (João 3: 18.)”



“Mas isso em si não é intentado por Deus, mas decorre por acidente por meio da culpa do homem. Além disso, esse chamado externo necessariamente requer ser antecedido por essas coisas: a promessa e a missão do Filho (anteriormente futuro, agora passado), e da redenção, isto é, o pagamento de um preço para expiar pelos pecados, e Deus ser tão aplacado que não venha a requer nenhum outro sacrifício pelos pecados de qualquer homem, contente com aquele que é o único mais perfeito, e pela reconciliação dos homens não haja necessidade de qualquer outra satisfação, nem qualquer outro mérito por eles, desde que (como deve ser com remédios) haja uma aplicação desse comum e salutar medicamento.”

“Se essa redenção não fosse pretendida ser uma comum bênção concedida a todos os homens, a indiscriminada pregação do evangelho, que comprometeu os apóstolos realizá-la entre todas as nações, não teria nenhum fundamento na verdade. Mas, uma vez que nós abominamos essa declaração, deve ser verificado como as afirmações, daqueles que de forma não qualificada negam que Cristo morreu por todos, concordam com os mais conhecidos e lúcidos princípios. Nem bastaria afirmar uma suficiência da redenção que poderia ser suficiente. Porque ela é completamente suficiente, e Deus e Cristo a têm considerado suficiente. De outro modo o mandamento do evangelho e a promessa são destruídos.”

“Porque, como pode, de um benefício, certamente suficiente, mas que não é designado com uma sincera intenção para mim, ser deduzida a necessidade de crer que isso diz respeito a mim? Como então nós devemos chamar essa redenção? Essa redenção é no novo mundo o que a criação é no antigo, a saber, assim como a criação do homem não é a imagem de Deus, mas é a base sem a qual a imagem de Deus não poderia ter lugar nele, assim também a redenção não é parte da imagem de Deus, mas é aquela na qual é fundamentado todo o exercício dos oficios proféticos e reais de Cristo, e sua intercessão sacerdotal. Mas é preciso tomar cuidado para não levar esta comparação para muito longe.”

“Essa redenção é o pagamento do preço devido por nós cativos, não que nós, em todo caso, tenhamos saido do cativeiro, mas que nós devemos ser capazes e somos obrigados a sair dele, e, de fato, nós sairemos se crermos no Redentor, reconhecermos seu beneficio, e nos tornamos completamente membros Dele, sendo este a Cabeça. E, portanto, qualquer que seja o homem nós a ele somos os mensageiros e proclamadores dessa graça salutar (que salva, no entanto, somente os crentes), do próprio oficio da piedade e da caridade”.

“O Senhor mereceu graça por todos os homens, mas não por todos os homens aquela graça sobre a qual depende a eleição particular. O que é então? É aquilo que é prometido sobre a condição da fé.Pois certamente a todos os homens é prometida a remissão dos pecados e a vida eterna se eles vierem a crer. Aqui, portanto, parece que uma condicional remissão de pecados e salvação diz respeito a todos, mas não é uma promessa que dá força e estimula as ações pelas quais essa condição é satisfeita. Porque os homens são obrigados a realizar essas coisas pelo poder de uma ordem divina para realizá-las, e os que não são capazes de fazer isso, não são capazes por sua própria culpa.”

“Cristo mereceu o favor de Deus por todos, para ser realmente obtido se eles vierem a crer. Esse seu favor, Deus declara em comum na palavra do evangelho”.

“Cristo morreu por todos no que diz respeito ao mérito e à suficiência do resgate, somente pelos crentes no que diz respeito à aplicação e à eficácia. Em apoio do qual muitos testemunhos dos Pais e escolásticos, e mais recentes doutores da Igreja, podem ser citados quando houver necessidade".

"Aquele que despreza a oferta de Cristo feita na cruz perde todo o direito que poderia ter nela, e assim, agrava a condenação para si mesmo - e o evangelho, que é em si um cheiro de vida para a vida, torna-se para os incrédulos um cheiro de morte para morte, por acidente, por meio de sua própria culpa"

Entre as. proposições que Martinius pronuncia falsas estão as seguintes:

"Cristo morreu em nenhum sentido pelos que perecem,"

e

"O decreto da eleição particular ou reprovação de certas pessoas não pode subsistir com a universalidade da morte de Cristo." *

* Atos Sínodo da II Parte. p. 133-139

Edward D. Griffin, An Humble Attempt to Reconcile the Differences of Christians Respecting the Extent of the Atonement, (New York, Printed by Stephen Dodge, 1819), 362-367.

Fonte: http://calvinandcalvinism.com/?p=150
Tradutor:  Emerson Campos Pinheiro.

sábado, 23 de outubro de 2010

Os Cânones de Dort: A Delegação de Gelderland e a Morte de Cristo

1) Os delegados de Gelders disseram:

"O que é aqui afirmado (que Cristo morreu por todos, e que ninguém, a não ser os crentes são realmente feitos participantes da remissão), caso se refira a adultos, nós cremos de todo o coração, pois a Escritura inculca isso tão frequentemente, e em tais termos expressos, que ninguém, a não ser aquele que é manifestamente ímpio, pode negar ou questionar isso".

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Os Cânones de Dort: A Delegação de Hesse e a Morte de Cristo

1) Aqueles textos que declaram que Cristo morreu por todos “são comumente e não impropriamente entendidos" no sentido literal. Alguns dos homens da posição intermediária e mesmo alguns dos maiores defensores de uma expiação limitada, distintamente sustentam essa construção dos textos. Os delegados de Hesse disseram:

"Sobre a primeira proposição [que Cristo Jesus, o Salvador do mundo, morreu por todos e cada um da humanidade], nós não contendemos com nenhum homem, uma vez que os escritos sagrados expressamente dizem que Cristo morreu por todos (apesar de nunca dizer “para cada um”), e é a propiciação pelos pecados do mundo todo."

terça-feira, 19 de outubro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): O Dilema do Duplo Pagamento Legitimamente Aplicado por Jonathan Edwards (1703–1758)

É desnecessário ressaltar que Edwards não admite que a mera expiação em si dá a todo e qualquer homem o direito de reinvindicar sobre Deus os benefícios da expiação, como às vezes é alegado pelos defensores da salvação universal. Deus não estava sobre nenhuma obrigação de fazer uma expiação pelos pecados do mundo; e, depois de tê-la feito, Ele está em perfeita liberdade para aplicá-la a quem quer, ou não aplicá-la de maneira nenhuma. A expiação é Dele e não do homem, e Ele pode fazer o que quiser com o que é seu. Assim, de acordo com Edwards, dois atos distintos de soberania por parte de Deus são necessários para a salvação da alma.

domingo, 17 de outubro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Falácia da Injustiça no Duplo Pagamento/Punição Dobrada



1) É objetado que é injusta a exata penalização pessoal de todos os indivíduos da raça humana, se uma penalidade vicária de valor igual ao devido por toda a raça tenha sido pago à justiça. A injustiça alegada nesta objeção pode significar injustiça para com o indivíduo incrédulo que é pessoalmente punido ou pode significar injustiça em relação ao que a lei divina tem o direito por causa do pecado do homem. Um exame da questão mostrará que não se comente injustiça em qualquer aspecto.

sábado, 16 de outubro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Diferença entre Intenção e Extensão





1) Tendo considerado a natureza e o valor da expiação de Cristo, estamos preparados para considerar a sua extensão. Alguma controvérsia poderia ter sido evitada sobre este assunto, se tivesse havido sempre uma compreensão quanto ao significado das palavras. Nós devemos, portanto, em primeiro lugar, considerar este ponto. O termo “extensão” tem dois sentidos em uso no inglês.



(A) Ele tem um sentido passivo, e é equivalente a “valor”. A "extensão" da fazenda de um homem significa o número de hectares que contém. A "extensão" dos recursos de um homem denota a quantidade de bens que ele possui. Neste sentido da palavra, a "extensão" da expiação de Cristo seria o valor intrínseco e real dela para fins de satisfação judicial. Nesse uso do termo, todos as partes que defendem a expiação em algum sentido evangélico concederia que a "extensão" da expiação é ilimitada. A morte de Cristo é suficiente em valor para satisfazer a justiça eterna pelos pecados de toda humanidade.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A A Hodge (1823-1886): Ezequiel 18:23 e 1 Timóteo 2:4

34. Como refutar a objeção tirada de textos como 1 Timóteo 2:4?

Eis os seus termos: “O qual deseja (quer) que todos os homens sejam salvos, e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”.

A palavra querer tem dois sentidos:

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Jonathan Edwards (1703–1758): Ezequiel 18:23, 32 e 33:11 (com ref. a 1 Timóteo 2:3-4 e 2 Pedro 3:9)




Deus muitas vezes usa muitos meios com homens ímpios para levá-los a abandonar os seus pecados. Isto é o que Deus declara em sua Palavra: que Ele não tem prazer na morte do pecador, mas que ele abandone seus pecados e viva.




quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Eric Svendsen: Expiação Universal - Diálogo com James White - Parte 5

Quando Nossa União com a Morte de Cristo Ocorre? - Parte 3



O dr White continua:

“Mais uma vez, a realidade eterna determina os acontecimentos no tempo e no decreto soberano de Deus, Ele escolhe nos tirar das trevas para sua maravilhosa luz em um ponto específico no tempo. Até esse momento, somos escravos do pecado e assim caminhavamos como Paulo descreve.”

Nada que eu possa ver no Novo Testamento nos impede de ver nossa união com Cristo dessa mesma maneira, ou seja, como um daqueles eventos "no tempo" que são predestinados na eternidade passada, mas não ocorrem até o momento da fé.. Na verdade, creio que o Novo Testamento, expressamente afirma isso:

sábado, 2 de outubro de 2010

Eric Svendsen: Expiação Universal - Diálogo com James White - Parte 4

Quando Nossa União com a Morte de Cristo Ocorre?  - Parte 2


Dr. White continua (sobre o tópico de Galatas 2):

“Agora, isso não é o Calvário? E não é o amor de Cristo por Paulo expresso aqui? Mas se esse foi um ato não diferenciado, sem a união dos eleitos sendo considerada aí na expressão do amor redentor, não se segue que o mesmo poderia ser dito por Faraó? A única maneira de contornar isso seria dizer "que me amou [na minha conversão] e Se entregou por mim [na cruz]". Eu tenho certeza que o Dr. Svendsen afirmará que tou/ avgaph,santo,j me kai. parado,ntoj e`auto.nu`pe.r evmou/  refere-se a um ato: os dois aoristo participio referem-se à auto-doação de Cristo na cruz. Assim, se o sacrifício expiatório é a própria demonstração do amor de Cristo por Paulo pessoalmente, como pode o sacrifício trazer perdão para toda a humanidade?”

Eu creio ter demonstrado suficientemente na parte 1 desta série que a nossa união com Cristo é baseada na obra histórica de Cristo na cruz, mas essa união não ocorre (isto é, nós não realmente "morremos com Cristo") até o momento da fé, assim como nós não somos realmente "sepultados com Ele" ou "ressuscitados com Ele" até o momento da fé - todos esses três atos são coincidentes.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Eric Svendsen: Expiação Universal - Diálogo com James White - Parte 3

Quando Nossa União com a Morte de Cristo Ocorre? – Parte 1


Dr. White escreveu:

“Com relação a Gálatas 2:16-20, não vejo a aplicação feita pelo dr. Svendsen. O “sustauro, omai” de Paulo ("ser crucificado junto com") é muito difícil de entender se, de fato, está se referindo a um evento anos após a morte de Cristo”

Eu quero deixar claro que meu apontamento anterior sobre o momento exato em que os eleitos são unidos com Cristo na Sua morte é realmente apenas incidental ao meu apontamento maior de que somente os eleitos são unidos com Cristo na sua morte. Eu não creio que sustentar que somente os eleitos experimentam união com Cristo na Sua morte necessita de uma visão específica apenas de quando essa união acontece. Dito isto, eu creio que o Novo Testamento é comprovadamente a favor dos eleitos experimentando a união com Cristo no momento da fé, não na eternidade passada (exceto, talvez, em um sentido predestinariano).

sábado, 25 de setembro de 2010

Eric Svendsen: Expiação Universal - Diálogo com James White - Parte 2

James White ofereceu seus comentários em resposta à minha última entrada sobre o assunto. Aqui estão meus pensamentos:

[...]

Em todo caso, eu necessitarei quebrar esta resposta em duas partes. Ele fez alguns comentários bastante notáveis em seu blog, mas também solicitou que eu interagisse especificamente com sua obra The Potter’s Freedom. Eu dedicarei este artigo para responder às questões sobre o seu próprio blog, e um próximo para a tarefa de criticar os argumentos de sua obra.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Eric Svendsen: Expiação Universal - Diálogo com James White - Parte 1

James White respondeu ao meu texto sobre calvinismo 4.5 e eu pensei em oferecer um ou dois comentários em troca. Entretanto, eu gostaria de dizer algumas coisas publicamente... .

[...]

Finalmente, eu preciso dizer aqui que tenho um grande respeito pelo trabalho do Dr. White e por seu ministério. Minha discordância com ele sobre os relativos méritos exegéticos da expiação limitada não constitui nada mais do que isso, e creio que ele sabe disso. Além disso, tenho profundo respeito pela posição calvinista de cinco pontos calvinistas. ...Com essas ressalvas no lugar, procederei às objeções do Dr. White:

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eric Svendsen: Calvinismo 4.5

Na sigla calvinista T.U.L.I.P. (Depravação total, Eleição incondicional, Expiação Limitada, Graça irresistível e Perseverança dos santos), eu afirmo plenamente a TUIP, rejeito o L (de expiação limitada) e a substituo por . . . Bem, para ser honesto, eu não encontrei ainda uma boa letra que pudesse manter o anacronismo. 

Mas o ponto é que eu acredito que expiação limitada é amplamente sustentada pelos calvinistas, porque ela é percebida como a conseqüência teológica natural dos outros quatro pontos e não porque haja alguma ensino explícito sobre ela nas Escrituras. Em outras palavras, ao contrário de todos os outros pontos do calvinismo, eu não creio que a expiação limitada possa ser apoiada exegeticamente. Na verdade, eu acho que contraria a exegese daqueles textos que realmente falam da questão da extensão da expiação.

Então, como eu cheguei no calvinismo 4.5 ?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

David Ponter: Bullinger e a Doutrina da Expiação Universal

Aparentemente algumas pessoas tem feito uma réplica ao meu texto “A Reformada Doutrina da Expiação Universal”. ...Uma pessoa que lê as declarações do próprio Bullinger, e ainda assim se recusa a admitir publicamente que Bullinger verdadeiramente ensinou a expiação universal, está simplesmente sendo desonesta, tanto para si mesma quanto para seu público leitor. Assim, a seguir, vou citar uma fonte secundária muito confiável e, em seguida, apresentarei uma amostra de 3 citações de Bullinger intercaladas com alguns comentários de refutação.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Heinrich Bullinger (1504–1575): Sobre Expiação Universal e Redenção Universal




Fontes Secundárias Clássicas 


1) Kimedoncius:

"Bullinger, Gualther, Musculus e outros são citados, e as confissões de uma ou duas Igrejas em Helvetia, a partir de quem são diligentemente elaboradas esse tipo de declaração:  "Cristo, tanto quanto está Nele, é um Salvador de todos, e veio para salvar a todos. [Bulling. Ser. 2. de Nativit. Chri.]. Porque Ele agradou a Deus pelo sacrifício de todos os pecados de todos os tempos [o mesmo em 1 João 1.]. Porque sua paixão deve satisfazer pelos pecados de todos os homens, e porque o mundo todo é vivificado pelo mesmo [Catech. minore Eccl. Tigur.]. Porque a graça da remissão dos pecados é designada para todos os homens mortais [Musc. in locis de remiss. p.q.2]", e coisas semelhantes."

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Alderi Souza de Matos: Sobre Bullinger e a Segunda Confissão Helvética (1562)

SEGUNDA CONFISSÃO HELVÉTICA (1562)


Esse importantíssimo documento foi escrito pelo reformador suíço Johann Heinrich Bullinger (1504-1575). Convertido à causa evangélica em 1522, no ano seguinte ele conheceu Ulrico Zuínglio, o fundador da tradição reformada, do qual se tornou grande amigo, sucedendo-o em 1531 na liderança da Reforma suíça. Nessa função, procurou unir os protestantes suíços e alemães.

domingo, 12 de setembro de 2010

Johannes Oecolampadius (1482-1531): A Morte de Cristo

Pecados do Mundo

1)Crer em Deus, é ter uma relação de confiança constante com Ele, colocando de lado todas as outras coisas e criaturas, e isso deve nos levar a amar a Deus verdadeiramente, de outro modo, é apenas um amor fingido e hipócrita. Isso se segue no credo: “E em Jesus Cristo seu único filho”. 

Toda a humanidade foi totalmente condenada por suas grandes e muitas ofensas, mas Cristo tem tomado sobre Suas costas todos os nossos pecados satisfazendo seu pai por nós, e libertando-nos da morte eterna, de modo que agora devemos viver para nosso mestre de Cristo. 

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

John Bunyan (1628-1688): O Evangelho Deve Ser Oferecido aos Réprobos?

Deus quer de fato e de verdade, que o evangelho, com a graça do mesmo, seja oferecido para aqueles que Ele tem sujeitado à Eterna Reprovação?

Para esta questão eu devo responder:

Primeiro, na linguagem de nosso Senhor: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura." (Marcos 16:15), e novamente, "Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra;" (Is 45:22 ). "E quem quiser, tome de graça da água da vida" (Apocalipse 22:17). E a razão é que, como Cristo morreu por todos, "provou a morte por todos os homens" (2 Cor 5,15; Hb 2:9), é "o Salvador do mundo" (1 João 4:14), e é a propiciação pelos pecados de todo o mundo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Paul Hartog: Evidências para a Expiação Limitada em Calvino

Os materiais encontrados no capítulo anterior [12 Questões em Calvino sobre a Extensão da Expiação] não convenceram todos os intérpretes de João Calvino de que ele defendia uma forma de "redenção universal." 

Os estudiosos que retratam Calvino como um defensor da estrita “expiação limitada" acentuam três passagens do reformador em particular.¹

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Gênesis 1:1-3

1. Neste capítulo, Moisés explica, que o homem, depois de ter sido enganado por Satanás revoltado com seu Criador, tornou-se totalmente alterado e muito degenerado, porque a imagem de Deus, na qual ele havia sido formado, foi obliterada. 

Ele,então, declara, que o mundo todo, o qual havia sido criado por causa do homem, caiu junto com ele de seu estado original, e que desta maneira muito da sua excelência nativa foi destruída. Mas aqui surgem muits e árduas questões.

João Calvino (1509-1564): A Divina Permissão do Pecado - Comentário sobre Oséias 8:4

Quanto ao primeiro ele diz:

Eles vieram a ter rei, mas não através de mim; eles instituíram um governo, e eu não o soube”

Ou seja, “sem o meu consentimento”; pois é dito que Deus não conhece o que ele não aprova, ou aquilo sobre o que não é consultado. Mas alguém pode objetar e dizer que Deus sabia do novo reino, visto que ele foi o seu fundador. A resposta a isso é que Deus assim opera, que tal pretexto, todavia, não escusa os ímpios, já que eles aspiram a algo mais, em vez de executarem o propósito dele.

Jonathan Edwards (1703–1758): Deus é o Autor do Pecado?

I. Aqueles que se opõem, porque esta doutrina faz de Deus o autor do pecado, devem explicar claramente o que querem dizer com essa frase, "o autor do pecado."

Eu sei que a frase, como é comumente utilizada, significa algo muito ruim. Se por "o autor do pecado", se entende o pecador, o agente, ou o protagonista do pecado, ou aquele que faz uma coisa má, assim isso seria um opróbrio e blasfêmia, supor que Deus seja o autor do pecado. Nesse sentido, eu nego completamente que Deus seja o autor do pecado; rejeitando tal imputação ao Altíssimo, como algo infinitamente abominável, e nego que tal coisa seja conseqüência do que tenho estabelecido.


Mas se por "o autor do pecado", se entende o permissor, ou um não-impedidor do pecado; e, ao mesmo tempo, uma disposição do estado dos eventos, de uma tal maneira, para sábios, santos e mais excelentes fins e propósitos, para que o pecado, se permitido ou não impedido, muito certamente e infalivelmente aconteça. Eu digo, se isso é tudo o que se entende por ser o autor do pecado, eu não nego que Deus é o autor do pecado (embora eu não goste e rejeite a frase, pois pelo uso e costume é capaz de carregar um outro sentido). 

Sendo assim, não é vergonha para o Altíssimo ser o autor do pecado. Isto não sendo o protagonista do pecado, mas ao contrário da santidade. O que Deus faz sobre isso é santo, e é um exercício glorioso da excelência infinita de sua natureza. E eu não nego que Deus sendo assim o autor do pecado, resulta do que tenho estabelecido, e afirmo, que também segue igualmente da doutrina que é mantida pela maioria dos teólogos arminianos. 

Fonte: http://edwards.yale.edu
Tradutor:  Emerson Campos Pinheiro

João Calvino (1509-1564): João 3:16 – Citações Diversas






Sermões


1) É verdade que São João diz geralmente que Ele amou o mundo. E por quê? Porque Jesus Cristo se oferece a todos os homens, sem exceção, para ser seu Redentor. Isso é dito, depois no Pacto, que Deus amou o mundo quando Ele enviou seu único filho, mas Ele nos amou, nós (eu digo) que fomos ensinados por seu Evangelho, porque Ele nos reuniu a Ele.

E os fiéis que são iluminados pelo Espírito Santo, tem ainda um terceiro uso do amor de Deus, o qual é que Ele se revela mais familiarmente a eles, e sela sua adoção paterna, pelo seu Espírito Santo, e grava isso em seus corações. Agora, então, vamos, em todos os casos, aprender a conhecer esse amor de Deus, e quando chegarmos lá, não vamos ir além.

João Calvino (1509-1564): Comentário sobre João 3:16





13. “Ninguém subiu ao céu”. Ele novamente exorta Nicodemos a não confiar em si mesmo e em sua própria sagacidade, porque nenhum homem mortal pode, somente por seus próprios poderes, entrar no Céu, mas só quem vai lá sob a direção do Filho de Deus.

Porque “ascender ao Céu” significa aqui “ter um puro conhecimento dos mistérios de Deus, e a luz da compreensão espiritual." Porque Cristo dá aqui a mesma instrução que é dada por Paulo, quando ele declara que o homem natural não entende as coisas que são de Deus (1 Coríntios 02:16;) e, portanto, exclui todas as coisas divinas da perspicácia da compreensão humana, pois ela está muito abaixo de Deus.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

John Davenant (1572–1641): João 3:16

1) Os doutores da Igreja Reformada também, desde o início, falaram de tal maneira sobre a morte de Cristo, que não deram nenhuma ocasião para reviver a disputa. Porque eles ensinaram, que ela foi proposta e oferecida a todos, mas apreendida e aplicada para a obtenção da vida eterna somente por aqueles que crêem 

Ao mesmo tempo, eles julgaram inadequado misturar o mistério oculto da Eleição e da Reprovação com esta doutrina da Redenção da raça humana por meio de Cristo, de tal maneira que para excluir qualquer um, antes este deveria se excluir por sua própria incredulidade . 

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Wolfgang Musculus(1497-1563) : João 3:16

1) [Musculus]: Isso adiciona o Evangelista por causa das palavras de Maria e Marta, que enviaram a mensagem ao Senhor, dizendo: "Senhor, eis que aquele que tu amas está doente." Jesus não amava somente a Lázaro, mas também suas irmãs. Porque isso é dito de toda sua casa e família, os quais eram piedosos.


[Musculus]: Porque Cristo amou todos os homens porque Ele veio ao mundo para ser o salvador e redentor de todos os homens, e não apenas daqueles que estavam vivos, mas também daqueles que estariam sobre a terra até o fim do mundo.

João Calvino (1509-1564): O Espírito Convence os Réprobos do Pecado - Comentário sobre João 16:8

“Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”


8. “E quando Ele vier”. Passando pela diversidade de exposições, que temos recebido em consequência da obscuridade da passagem, eu somente declararei o que me parece estar em conformidade com o verdadeiro sentido pretendido por Cristo. Ele prometeu Seu Espírito aos discípulos, e agora ele enaltece a excelência do dom a partir de seus efeitos, porque este Espírito não só os guiará, sustentará e protegerá em particular, mas estenderá mais amplamente seu poder e eficácia.