Quando eu fui introduzido à teologia reformada, eu encontrei "os cinco pontos do calvinismo" e a "TULIP." Disseram-me que estes vieram do Sínodo de Dort, o qual essencialmente decidiu que o calvinismo seria a religião assumida das Igrejas Reformadas na Europa. Calvinismo e TULIP foram equivalentes para a maior parte.
Quando eu sai de uma igreja Batista Reformada para uma Presbiteriana, eu comecei a ouvir pastores mencionarem que o Calvinismo era mais do que os cinco pontos. Comecei a aprender sobre a "teologia do pacto", que serviu de base para batizar crianças. Calvinismo agora incluía tanto a TULIP, quanto a teologia do pacto e o batismo infantil. Ainda mais tarde em meus estudos, comecei a aprender sobre a doutrina calvinista da Ceia do Senhor. Meu entendimento do calvinismo foi ampliado, mas eu ainda tinha uma tendência a pensar em Dort quando ouvia o termo calvinista.
Dado o papel central de Dort na história do calvinismo, fiquei surpreso quando comecei a ler a teologia sistemática de R L Dabney e seu livro "Os Cinco Pontos do Calvinismo”. Ele praticamente descartou os cinco pontos, dizendo: "Historicamente, este título é de pouca precisão ou valor." [1] Conforme eu continuei a ler Dabney, comecei a descobrir que havia várias escolas dentro do calvinismo, algumas das quais discordavam em lugares chave . Surpreendentemente, Dabney, Charles Hodge, e William Shedd, todos distanciavam-se de teólogos como Francis Turretin sobre a relação entre o decreto de Deus e a cruz de Cristo, e chegam até mesmo a rejeitar explicitamente exegeses-chave nas quais se baseiam o argumento da "expiação limitada" encontrado em John Owen no seu livro “The Death of Death” [2]. Estes presbiterianos do século 19 nem eram arminianos, nem amyraldianos, mas, ao invés, representavam o que é chamado, para melhor ou para pior, de calvinismo moderado [3].
Eu me perguntei: Como é que eu nunca tinha ouvido falar desta distinção antes? Por que eu fui ensinado que os Cinco Pontos do Calvinismo são o resumo da teologia reformada? O que é a expiação limitada? Isso me trouxe um pouco de tontura teológica, e eu estava ansioso para aprender mais sobre a verdadeira história do calvinismo e do Sínodo de Dort. O que ela ensina sobre esses assuntos, e qual é o seu lugar na mais ampla Igreja Reformada da história?
Neste ponto o leitor deve ser avisado. Esta discussão torna-se rapidamente um território perigoso aos olhos de muitos pensadores reformados contemporâneos. Na verdade, é uma espécie de "leia por sua conta e risco". Há muito poucos calvinistas moderados hoje, e a corrente de high calvinismo tornou-se tão forte que os desvios certamente serão condenados como amyraldianismo desde o início. Parte da minha intenção é aliviar essa reação e lançar alguma luz sobre os fatos da história. Eu creio que isso demonstrará que a história real do calvinismo foi sempre um variedade, e os cinco pontos representaram um debate fortemente contextualizado dentro de um período de mais ampla tradição reformada.
Uma das primeiras observações que precisa ser feita é que a disputa teológica que levou até ao Sínodo de Dort ocorreu de dentro da comunidade teológica reformada. Os Remonstrantes acabariam por defender um claro afastamento dessa tradição, mas no início não foi isso que aconteceu. Em outras palavras, o debate foi inicialmente um debate intra-reformados, e não um entre os de dentro e os de fora da tradição. Além disso, houve pelo menos quatorze documentos confessionais compostos antes de Dort, incluindo a confissão Tetrapolitan, a primeira e a segunda Helvética, a Confissão Escocesa, a Confissão Belga, os 39 artigos e o Catecismo de Heidelberg.
Os delegados ingleses e alemães estavam preocupados com a manutenção de seus padrões pré-existentes, ao defender os escritos específicos dos Contra-Remonstrantes. Na verdade, as duas partes na Holanda, na época, são chamados, às vezes, de arminianos e gomaristas, ilustrando a particularidade regional. O Rei James I enviou os delegados britânicos a Dort com instruções para manter a fé atual da Igreja da Inglaterra. [4] David Pareus, escrevendo de Heidelberg, também pediu que nenhum desvio do Catecismo de Heidelberg fosse feito. [5] Que havia uma estabelecida e autorizada tradição teológica reformada antes do Sínodo de Dort é óbvio. Dort não foi subscrito por pessoas de fora da Holanda, apesar de ter sido aprovada como sã doutrina por vários delegados estrangeiros. Isso explica como é que a Igreja Reformada Alemã continuaria apenas com o Catecismo de Heidelberg como um documento confessional em pleno século 19.
Esta revisão histórica relativamente auto-evidente é necessária hoje por causa da subsequente tendência histórica de dividir grupos teológicos entre "anglicanos", "puritanos", "separatistas", "não-conformistas" e outros, e depois simplesmente dar o título de "calvinista" às partes mais extremas. Muitos dentro da Igreja da Inglaterra também não sentiam necessidade de aplicar o título do que eles viam como um subconjunto do protestantismo para si, optando por simplesmente se referir à doutrina da Igreja. Muitos conservadores e "reformados" ingleses valorizavam os nomes de Agostinho e Prosper tanto ou mais do que o de Calvino, e, portanto, não se referem a si mesmos como calvinistas. Complica-se ainda mais a questão com a tendência dos calvinistas moderados em criticar o "calvinismo rígido."
Tal referência não deve ser interpretada como uma desfeita contra Calvino. "Calvinismo Rígido" foi o nome dado ao supralapsarianos. Não era incomum para um calvinista anglicano moderado (que nunca se referiu a si mesmo como tal) parecer antagônico com o "calvinismo", quando na realidade o antagonismo era com os supralapsarianos (ou talvez com alguns dos presbiterianos de mente puritana). A seleção de algumas destas questões pode ser reconhecidamente difícil, e nossa falta de familiaridade com a Igreja protestante da Inglaterra pré-puritana, traz mais desvantagens para nós. Figuras como o arcebispo George Abbott, George Carleton, Samuel Ward e John Davenant não são familiares para os presbiterianos modernos, mas eles não devem ser classificados simplesmente como sub-reformados.
A controvérsia na Holanda foi iniciada pelos escritos de Arminius e seus alunos, mas também deve-se salientar que o fenômeno do supralapsarianismo também era novo. Os primeiros escritos de Arminios foram direcionados para William Perkins, Francis Gomarus [6] e Morris Fuller, escritos em 1897, pode-se afirmar que as origens da controvérsia começaram realmente com a introdução do supralapsarianismo nas academias holandesas.[7] Embora seja certamente anacrônico usar esse rótulo, o décimo segundo artigo da confissão francesa, o quinto capítulo da Confissão Escocesa, o décimo sexto artigo da Confissão Belga, e o décimo sétimo artigo dos 39 artigos da Inglaterra, todos apresentaram uma doutrina infralapsariana. Isto é bastante significativo, dado que a tarefa declarada de Dort era defender a tradição Reformada contra inovações destrutivas.
Os seguidores de Armínio apresentaram seu Remonstrance em Haia, em 1610, e as questões ganharam notoriedade internacional. Na Inglaterra, Robert Abbot e George Carleton começaram a refutar os arminianos. Grotius e Vorstius conseguiram alguma audiência na Inglaterra, no entanto, ambos acabaram por ser considerados hereges. Até mesmo o Rei James I declarou sua oposição ao arminianismo. Ele chamou os pregadores arminianos de "sediciosos e hereges" e escreveu que sua doutrina era uma "semente corrupta que o Inimigo de Deus plantou." [8]
Alguns dos clérigos ingleses estavam ansiosos em ficar ao lado dos contra-Remonstrantes, mas outros, mais notadamente James Ussher, Lancelot Andrewes, e John Overall argumentaram por um curso intermediário. Overall escreveu três importantes tratados sobre a controvérsia holandesa, e se mostrou especialmente influente em John Davenant. Peter White nota que "Davenant foi para Dort armado com uma exposição de quatro páginas intitulada “Dr Overall. De Praedestinatione Divinea, De Morte Christi””[9] Um dos pontos mais característicos no tratado de Overall que reaparece nos escritos de Davenant em Dort é a combinação de uma expiação universal e condicional com uma expiação particular e eficaz. De acordo com este ensinamento, poderíamos dizer que Cristo morreu por todos, em um sentido e que Ele não morreu por todos, em outro sentido. Esta posição, que foi encarada com suspeita pelos high calvinistas é essencialmente a mesmo daquela de David Pareus adicionada ao comentário de Ursinus sobre o Catecismo de Heidelberg [10].
Durante o processo de Dort, algumas diferenças significativas entre os teólogos se tornaram evidentes. A mais famosa talvez seja a disputa entre Gomarus e Martinius [11], mas realmente houve algumas questões que se mostraram controversas, incluindo o lugar do Apocrypha, a ordem do decreto da predestinação, o fundamento da eleição, a extensão da expiação , a universalidade da graça, a livre oferta do evangelho e as operações temporárias do Espírito desfrutadas pelos réprobos. Ao final de inúmeros debates e resoluções, Gomarus, que tinha liderado a causa contra-Remonstrante, realmente se encontraria em minoria.
A diversidade de Dort, é claro, vale para ambas as tendências. Os delegados de Bremen e da Inglaterra representaram a vertente mais moderada do calvinismo, mas também houve vários high calvinistas presentes que tenderam para um completo hiper-calvinismo. Os delegados de Friesland e Gelderland argumentaram contra a livre oferta do evangelho.[12] No final do Sínodo, os delegados da Inglaterra, Hesse, e de Bremen, solicitaram que algumas posições contra-remonstrantes fossem condenadas, em especial as declarações encontradas nos escritos de Piscator. [13] No início do processo, Gomarus pertubou muito os ingleses, quando afirmou: "Assim como Ele predestinou o homem para a morte, assim também o predestinou ao pecado, o único caminho para a morte." [...]
Os delegados britânicos em Dort são retratados frequentemente como softer calvinistas. Essa descrição deve ser questionada por várias razões. A primeira é que o Remonstrantes foram inicialmente convidados a Dort. Com sua presença, os delegados britânicos e de Bremen realmente estão no meio do espectro, com os gomaristas no outro extremo. Ao se comparar as posições da Universidade de Heidelberg, na geração anterior, bem como o mais amplo panorama teológico inglês, os delegados britânicos em Dort podem ser vistos também como dentro da principal corrente da ortodoxia reformada.
Eles ...podiam recorrer a citações de Calvino, Zanchius, Pareus, e o seu próprio James Ussher para apoiar seus pontos de vista sobre a expiação. Houve até alguma divisão entre os delegados britânicos sobre estas questões. Carleton, Balcanquall e Goad eram conhecidos por ensinar uma doutrina mais restrita da expiação, enquanto Davenant e Ward foram conhecidos pelo ensino de uma mais ampla doutrina [15]. Inicialmente, Carleton e Balcanquall tanto simpatizavam com Gomarus, pedindo a Martinius para modificar sua posição, no entanto, através de persuasivos argumentos de Davenant, bem como através do comportamento destemperado da Gomarus, os britânicos finalmente concordaram entre si para apoiar a posição de Martinius de afirmar que a eleição é fundamentada na pessoa de Cristo.[16] A posição britânica oficial sobre os cânones de Dort pode ser encontrada em seu Collegiat Suffage [17], e embora seja verdade que Davenant e Ward foram bem sucedidos na obtenção de uma maioria para suas visões, Anthony Milton nota que “Alguns dos pontos inicialmente desejados por Ward e Davenant foram excluídos do final Suffrage" [18]
Ao considerar o lugar dos britânicos e seus pontos de vista, devemos também notar a pressão que eles foram capazes de fazer sobre a versão final dos Cânones de Dort. Os Cânones são infralapsarianos. De fato, a oposição ao supralapsarianismo foi tão forte que a certa altura, o bispo Carleton pediu que o supralapsarianismo fosse incluído entre os erros rejeitados. Para evitar essa decisão, Gomarus apelou para a autoridade de teólogos ingleses como William Perkins e sobre sua reputação foi capaz de evitar a condenação. [19] Os Cânones de Dort também enfatizaram o valor infinito do sacrifício de Cristo e a livre oferta do evangelho. No entanto os britânicos não tiveram sucesso em persuadir Dort a fundamentar a oferta do evangelho no valor de expiação, e, assim esse ponto tem que ser compreendido como parte de um compromisso. Alguns high calvinistas se opuseram à livre oferta, e outros a defendiam apenas como um dever cristão, não tendo uma implicação necessária sobre os particulares a respeito da extensão da expiação [20].
Considera-se que uma das conquistas mais marcantes dos britânicos em Dort é que eles foram capazes de deixar de ser listados entre os erros rejeitados. Inicialmente, uma proposta tinha sido feita para rejeitar como um erro o ensinamento de que os réprobos podem atingir um estado de justificação temporária. Os britânicos protestaram e foram, surpreendentemente, bem sucedidos em impedir que essa posição fosse considerada herética. Vale a pena citar por completo suas razões para fazê-lo:
"Nós também pensamos que esta doutrina é contrária às Sagradas Escrituras, mas se é conveniente condená-la nesses cânones é algo que necessita de grande deliberação. Sobre o contrário, afigura-se::
1. Que Agostinho, Prosper e os outros Pais que propuseram a doutrina da predestinação absoluta e que se opuseram aos pelagianos, parecem ter admitido que alguns daqueles que não são predestinados podem atingir o estado de regeneração e justificação. Na verdade, eles usam esse mesmo argumento como uma ilustração do profundo mistério da predestinação, a qual não pode ser desconhecida para aqueles que têm pelo menos um modesta familiaridade com seus escritos
2. Que não devemos, sem causa grave, ofender as igrejas luteranas, que nesta matéria, é claro, pensam de forma diferente.
3. Que (o qual é de maior significância) nas próprias igrejas Reformadas, muitos estudiosos e santos homens que estão conosco na defesa da predestinação absoluta, no entanto, pensam que algumas pessoas que são verdadeiramente regeneradas e justificadas, são capazes de cair desse estado e perecer, e que isso acontece, eventualmente, a todos aqueles a quem Deus não tem ordenado no decreto da eleição infalivelmente para a vida eterna. Finalmente, não podemos negar que existem alguns lugares nas Escrituras que, aparentemente, sustentam essa opinião, e que têm persuadido homens instruídos e piedosos, não sem grande probabilidade [21]."
Os britânicos estavam preocupados com o interesse da igreja Luterana, porque James I tinha explicitamente os instruido para não os ofender indevidamente. James ainda tinha esperança por uma futura união entre todas as igrejas da Reforma. Os delegados britânicos até pediram que os luteranos não fossem excluídos do título "reformado", argumentando que foram os luteranos que começaram a Reforma [22].
Esta informação é fascinante por uma série de razões. Demonstra a amplitude da tradição reformada, pelo menos, de acordo com os britânicos, assim como a compreensão da função dos Cânones de Dort. Obviamente, se o sucesso de remover um rejeição tinha valor, então, foi compreendido que as posições que não foram promovidas, nem condenadas foram permitidas ser sustentadas pelos ministros reformados. O interesse nas igrejas luteranas também mostra que os britânicos não desejavam usar suas confissões para marcar os limites da Igreja Cristã. Eles, ao invés, só queriam condenar claros erros e precisos pontos em disputa no momento.
Outro ângulo para a compreensão de onde os delegados britânicos em Dort caem dentro do maior espectro Reformado é observar o surgimento de visões similares as suas nos anos subseqüentes. Muitos dos puritanos ingleses promoveram um visão ampla da expiação, estando entre eles, Ussher, Baxter, Seaman, Arrowsmith, Preston, Marshall, Howe, Scudder e Polhill. Curt Daniel tem afirmado que um terço dos delegados da Assembléia de Westminster podem ser classificados como sendo da posição moderada. [23] Talvez o mais interessante de tudo, no entanto, é o fato de que tais visões moderadas quase obtiveram o status de posição majoritária entre os teólogos americanos do século 19, sendo os mais conhecidos, como mencionado anteriormente, R L Dabney, Charles Hodge e William Shedd. Com as amplas lentes da história, os delegados britânicos em Dort, bem como os de Bremen, também estão dentro da principal corrente da ortodoxia reformada.
Um outro ponto que deve ser notado é que os Cânones de Dort nunca tiveram status confessional na Igreja da Inglaterra. Os delegados britânicos foram enviados pelo rei James I e não pela Igreja da Inglaterra, e, portanto, serviram como cidadãos. Eles deram sua aprovação ao conteúdo dos Cânones de Dort, mas suas opiniões, como encontradas no Collegiat Suffrage, incluem muitas outras qualificações, criando um manuscrito que é muito maior que os cânones holandeses. Os britânicos também foram solicitados a conceder a sua aprovação para as Três Formas de Unidade, o que fizeram com certas reservas significativas.
Os britânicos claramente discordaram dos holandeses sobre política, bem como sobre a interpretação da descida de Cristo ao inferno no Credo Apóstolico. Os britânicos também sustentavam uma mais forte visão da graça batismal do que o pensador holandês típico, e eles expressamente notam sua preocupação não requerendo certas formulações da imputação da ativa justiça de Cristo entre os padrões subscricionais [24]. Depois de regressar a Inglaterra, Samuel Ward defendeu rigorosamente as decisões de Dort, ao mesmo tempo em que mantinha que não tinha se apartado dos documentos confessionais da Igreja da Inglaterra e que eles permaneciam na regra de fé da Inglaterra.
Esta pesquisa histórica deveria agora nos instruir, vivendo no século 21, sobre como entender a teologia do Sínodo de Dort e seu lugar na mais ampla tradição reformada. Eu não a fiz na intenção de criticar Dort. Pelo contrário, como estudei a complexidade histórica em torno de Dort, eu cresci na minha apreciação do seu equilíbrio e moderação. Ao contrário a muitos adversários, Dort não representou um calvinismo frio e excessivo. Ninguém encontrará a particular formulação da expiação limitada em Dort. Isso é deliberadamente aberto, apenas rejeitando o ponto de vista arminiano. E, claro, todos nós teremos de admitir, por fim, que a sigla TULIP nem sequer funciona em holandês! A ordem de Dort não começa com a depravação e avança para a eleição e, depois, para a expiação. A ordem de Dort é: a eleição divina a partir da massa da humanidade caída, a morte de Cristo, o chamado eficaz, e a perseverança. Nota-se que o terceiro e o quarto cabeçalho de doutrina são combinados, deixando quatro pontos principais. Sem querer insinuar qualquer quantidade específica de concordância ou discordância, nós ainda devemos nos familiarizar com o fato de que os Cânones de Dort não são o mesmo que a popular TULIP.
Dort é também uma parte específica dentro de uma mais ampla tradição reformada. Ele em si não dita o limite máximo dessa tradição. Como vimos, é frequente aqueles casos onde Dort diz menos, e não mais, deixando muitas posições abertas para mais diálogo. Com esta diversidade em mente, devemos também tomar cuidado para tramar certas trajetórias e implicações lógicas dos Cânones de Dort. Pode muito bem ter sido o caso que nenhum (singular) delegado presente tenha por si mesmo, articulado as específicas teses como estavam na forma final. Ao invés disso, eles trabalharam em conjunto para produzir um documento que cada um pudesse aprovar, com quantidades variáveis de qualificações pessoais.
A fim de crescer em maduros pensadores reformados, deve ser uma das nossas principais prioridades nos familiarizar com esta informação histórica. Eu mesmo fiquei muito surpreso com o que está bem no meio da minha própria tradição. Nomes famosos, dos quais eu nunca tinha ouvido falar, muitas vezes estavam nas prateleiras de bibliotecas nas proximidades. Toda uma escola de pensamento pode ser esquecida dentro de algumas gerações, e a posição majoritária de um século pode se tornar a posição minoritária do próximo. Aprender a formar nossa identidade à luz da complexidade da história é essencial para manter a estabilidade das nossas comunidades religiosas, e um olhar para o futuro é igualmente tão essencial para seu bem estar. A maneira mais fácil de começar este processo, se me permitem citar Reading Rainbow, é dar uma olhada; está em um livro!
Notas:
[1] Dabney, The Five Points of Calvinism (Harrisonburg: Sprinkle), 1.
[2] for instance Dabney, Lectures on Systematic Theology, pg. 521, Hodge, Systematic Theology Vol. 2, pg. 557-558, and Shedd, Dogmatic Theology supplement 6.2.7, pg. 758.
[3] The terms “high Calvinism” and “moderate Calvinism” are too broad and most certainly less than desirable. No one in the 16th and 17th century applied these terms to themselves, and objections can leveled as to the fairness of the descriptions. Nevertheless, these terms have become the most widely used to describe the two tendencies among absolute predestinarians. While often including many more theological issues, especially the free offer of the gospel, the divide is fundamentally over the way in which the atonement is limited. “High Calvinists” place the limit in the content of the punishment born by Christ at the cross insisting on only the special will of God toward the elect, whereas the “moderate Calvinists” allow for a general will of God toward all men, as well as the special will toward the elect, and typically place the limitation on God’s effectual calling and application of the cross-work of Christ.
[4] Anthony Milton, The British Delegation and the Synod of Dort (Church of England Record Society: Boydell Press), pg. 92
[5] G. Michael Thomas, The Extend of the Atonement (Carlisle: Paternoster), pg. 136; John Davenant, A Dissertation on the Death of Christ in An Exposition of the Epistle of St. Paul to the Colossians Vol. II (London: Hamilton, Adams, and Co.), pg. 356.
[6] Michael Hakkenberg, The Predestinarian Controversy in the Netherlands, 1600-1620 (Ph.D. diss., University of California, Berkeley, 1989), pg. 37.
[7] Morris Fuller, The Life, Letters, and Writings of John Davenant (London: Methuen and Co.) pg. 66-72
[8] Peter White, Predestination, Policy and Polemic (Cambridge: Cambridge University Press), pg. 159
[9] ibid pg. 191
[10] see Sixteenth Lord’s Day, Question 40, Part III. Zacharias Ursinus, Commentary on the Heidelberg Catechism trans. G. W. WIlliard (Phillipsburg: Presbyterian and Reformed), pg. 221-225. Cf. Davenant, A Dissertation on the Death of Christ, pg. 355.
[11]see Robert Letham, The Work of Christ (Downers Grove: InterVarsity Press), pg. 55; Hans Boersma, Violence, Hospitality, and the Cross (Grand Rapids: Baker Academic), pg. 69; White, Predestination, Policy, and Polemic, pg. 187.
[12]Thomas, pg. 149.
[13] Milton, pg. 324-325
[14] Fuller, pg. 83
[15] Fuller, pg. 85; Milton 200-202
[16] Fuller, pg. 85-89; Milton, pg. 195; White, pg. 187-188
[17] The full text can be found in Milton, pg. 226- 293
[18] Milton, pg. 201
[19] White, pg. 185
[20] ibid, pg. pg. 192
[21] quoted in White, pg. 198.
[22] Milton, pg. 327.
[23] Curt Daniel, http://www.gracemessenger.org/files/Daniel_Curt_History_and_Theology_of_Calvinism.pdf, pg. 75.
[24] see Balanquall’s notes on Session 148 of Dort and the British comments on Belgic Confession Article 23 found in Milton, pg. 328-329; 338.
Fonte: http://biblicalhorizons.wordpress.com/2008/01/31/the-synod-of-dort-and-the-complexities-of-being-reformed/
Tradutor: Emerson Campos Pinheiro.