sábado, 17 de dezembro de 2011

Calvino e I Timóteo 2:4-5



  I Timóteo 2:4-5












Objeção: Calvino não sustentou a doutrina da expiação limitada-ilimitada, ou seja, a posição dos calvinistas moderados em relação a extensão da expiação, pois seu comentário sobre I Timóteo 2:4-5 ensina a expiação limitada estrita e que Deus não deseja a salvação de todos sem exceção.

Nota do blog: Para ver parte do comentário do reformador on line clique aqui

Resposta:

Essa objeção é fundamentada em uma interpretação equivocada das seguintes palavras do reformador retiradas de seu comentário sobre I Timóteo 2:4-5:

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Thomas Duke: 2 Pedro 3:9

Uma Análise Exegética de 2 Pedro 3:9

por 

Thomas H. Duke

Vencedor 
do 
Baxter C. Phillips 
e Wanda L. Phillips 
Greek Exposition Award de 1996

Southeastern Baptist Theological Seminary
Wake Forest, North Carolina




"Você quase me persuadiu a tornar-me um cristão" (Atos 26:28)

É possível que o mais leal calvinista, quando confrontado com 2 Pedro 3:9, venha ecoar a resposta do Rei Agripa para o apóstolo Paulo, dizendo “você quase me persuadiu a tornar-me um arminiano”. Certamente, Loraine Boettner, ele mesmo um ardente defensor dos cinco pontos do calvinismo, observou:

“É verdade que alguns versículos [incluindo 2 Pedro 3:9] tomados em si mesmos parecem implicar a posição arminiana” [1].

Ele não está só reconhecendo as aparentes dificuldades desse versículo para os calvinistas de cinco pontos, particularmente com relação a sua concepção das doutrinas da depravação total, eleição incondicional, e expiação limitada, pois ao atribuir para Deus o desejo ou a vontade de salvar todos os homens, esse versículo se choca com o teórico – e teológico – coração do tradicional sistema calvinista. Ainda assim, a contenda de ambos os lados sobre o sentido soteriológico desse versículo pressupõe o principal propósito de Pedro ao escrever, resultando, talvez, em interpretações distorcidas, as quais são intentadas mais para forçar a passagem a se encaixar em um sistema do que o o contrário. [2]

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Richard Baxter (1615-1691): Cristo Derramou Seu Sangue em Vão?

Objeção: Sua posição faz com que Cristo tenha derramado Seu sangue em vão. Faz com que Cristo tenha derramado Seu sangue até por aqueles que Ele sabia que iriam perecer para sempre.

Resposta: Você não pode provar que isso foi em vão e que Deus não poderia ter outro objetivo nisso além da salvação de cada pessoa por quem Cristo morreu, quando, na verdade, a Escritura nos diz claramente que Cristo morreu por todos, mesmo pelos que perecem, e que comprou aqueles que o negaram. 


 Tome cuidado para não blasfemar contra Deus dizendo-lhe: 

“Se Cristo morreu por todos que perecem, Ele morreu em vão”. 

Eu não acuso você, mas ex natura rei avisá-lo. Eu não me atreveria a falar de Deus assim.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mario Persona: Deus Ama Apenas Os Eleitos e Predestinados?

Você conta que ao falar de eleição e predestinação com algumas pessoas, essas argumentaram mais ou menos assim:

"Então quer dizer que se eu não aceitar que preciso de um Salvador e que o sangue de Jesus, na cruz, me lavará de meus pecados... Quer dizer que Deus amou mais você do que a mim, visto que ele escolheu lhe salvar, lhe deu poder pra isso, e não deu pra mim?"

Você descreveu essas pessoas "como colocadas no corredor da morte, esperando para ir pro inferno, já que não conseguem crer em Deus".


Perdoe-me discordar disso, pois na minha opinião essas pessoas que argumentam que Deus não ama os que não foram eleitos e predestinados simplesmente NÃO QUEREM CRER EM CRISTO. Se quisessem realmente a salvação saberiam que foram eleitas e predestinadas. Deus amou ou mundo (TODOS OS SERES HUMANOS) de tal maneira que deu o Seu Filho Unigênito.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Mario Persona: João 3:16


Atenção:  É permitido a reprodução desse vídeo em sites pessoais. A publicação é vedada para sites de igrejas, apresentação em cultos e programas de rádio e TV.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Mario Persona: João 3:14-15 - A Serpente de Bronze


Atenção:  É permitido a reprodução desse vídeo em sites pessoais. A publicação é vedada para sites de igrejas, apresentação em cultos e programas de rádio e TV.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

João Calvino (1509-1564): Almas Redimidas Perecendo e Redenção Anulada - Citações Diversas

Sermões


2) Contemple que o nosso Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, humilhou a Si mesmo por um tempo, como diz S. Paulo. ...sendo Ele a fonte da vida, tornou-se um homem mortal, e que tendo domínio sobre os anjos do céu, tomou para Si a forma de um servo, e de fato, até mesmo derramou Seu sangue por nossa redenção, visando sofrer a maldição que era devida a nós (Gl 3:13). 

É conveniente que, não obstante tudo isso, Ele nos dia de hoje, em recompensa, seja rasgado em pedaços pelas bocas fétidas daqueles que nomeiam a si mesmos de cristãos?



Pois quando juram pelo Seu sangue, por Sua morte, por Suas feridas e por qualquer outra coisa Dele, isso não é crucificar o filho de Deus novamente, tanto quanto podem, e não é como se o estivessem rasgando em pedaços? E não são tais pessoas dignas de serem cortadas da Igreja de Deus, sim, e até mesmo do mundo, e não serem mais contados dentre as Suas criaturas? Se o nosso Senhor Jesus tem tal recompensa vinda de nós, porque se rebaixar e se humilhar dessa maneira?

Deus ao censurar Seu povo diz: 

"Meu povo, o que Eu fiz para vocês? Eu os tirei do Egito, guiei vocês com toda mansidão e bondade, Eu os plantei como se fossem minha própria herança, com a intenção de que vocês fossem uma vinha que desse bons frutos, e Eu a preparei e adubei e agora és amarga para mim, e além disso geras espinhos para me sufocar? O mesmo cabe a nós neste dia. Pois quando o filho de Deus, que é designado ser o juiz do mundo (João 5:22), vier no último dia e  também nos dizer: “Como agora senhores?”

Vocês carregaram meu nome, vocês foram batizados em memória de mim e do registro de que Eu fui seu Redentor, Eu tirei vocês para fora das masmorras na qual vocês estavam, Eu livrei vocês da morte eterna por sofrer a mais cruel morte, e pelo mesmo motivo me tornei homem, e me submeti até à maldição de Deus, meu Pai, para que vocês pudessem ser abençoados por minha graça e por meus meios. 

E eis a recompensa que vocês tem me dado por tudo isso: vocês tem me rasgado em pedaços e feito de mim objeto de ridiculo, e tem feito da morte que sofri por vocês uma piada no vosso meio, o sangue que é a purificação e a limpeza de suas almas tem sido bom para ser pisado sob seus pés, e para ser breve, vocês tem tomado ocasião para me maldizer e me blasfemar, como se Eu tivesse sido uma criatura miserável e amaldiçoada.” 

Quando o juiz soberano nos cobrar com essas coisas, eu vos pergunto, não será tão estrondoso sobre nós para nos lançar ao fundo do inferno? Sim, e ainda assim há poucos que pensam sobre isso. John Calvin, Sermons on Deuteronomy, Sermon 33, 5:11, p., 196.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Folheto Evangelístico Que Eu NÃO Gostaria de Encontrar



Contra isso o melhor remédio é o bom e velho calvinismo de João Calvino:

"Como os homens não são facilmente convencidos de que Deus os ama, a fim de eliminar qualquer dúvida, Ele declarou expressamente que somos muito queridos por Deus que, por nossa causa, Ele nem mesmo poupou seu Filho unigênito.

domingo, 27 de novembro de 2011

João Calvino (1509-1564): Cristo Representou Todos os Pecadores - Citações Diversas

Sermões


1) Ele o amava, e ainda assim Sua vontade foi afligi-lo pelos nossos pecados. Porque Ele não olhou para a justiça, para a integridade e para a perfeição que estava em Jesus Cristo, mas, ao invés, o tomou como estando ali no lugar de todos os pecadores.[9] 

Assim, vemos que Jesus Cristo foi carregado com todos os nossos pecados e iniqüidades, não porque era culpado deles, mas porque estava disposto que eles lhe fossem imputados, e prestar contas por eles e fazer o pagamento. John Calvin, Sermons on Isaiah’s Prophecy of the Death and Passion of Christ, Sermon 3, 53:4-6, p., 70.


sábado, 26 de novembro de 2011

João Calvino (1509-1564): Cristo Busca a Salvação do Mundo e dos Réprobos - Citações Diversas

Sermões

1) Aqui Pedro faz uma menção especial ao sumo sacerdote. Ele menciona toda a família sacerdotal; menciona os anciãos do povo, os escribas e os governantes, como se dissesse:

"Estes são todos aqueles que têm autoridade espiritual da igreja, os quais são inimigos e adversários de Deus."

É verdade que Pedro faz bem em usar esses títulos honráveis no início, ao chamá-los de "governantes do povo e anciãos de Israel", mas, em seguida, acrescenta:

'Vocês são inimigos de Deus, vocês que crucificaram o autor da vida, vocês que rejeitaram a salvação do mundo, vocês que fizeram tudo que podiam para impedir o avanço do reino de Deus". 

John Calvin, Sermons on Acts 1-7, Sermon 10, Acts 4:5-12, p., 132.
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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

João Calvino (1509-1564): Sobre Muitos e Todos - Citações Diversas

1. Quando “os muitos” não são todos


1) Na última palestra nós explicamos como Cristo confirmou o pacto com muitos durante a última semana; porque Ele reuniu os filhos de Deus de seu estado de dispersão quando a devastação da Igreja era tão horrível e miserável. 

Embora o Evangelho não tenha sido imediatamente promulgado entre as nações estrangeiras, ainda assim Cristo corretamente diz ter confirmado a aliança com muitos, assim as nações foram chamados diretamente à esperança da salvação. (Mateus 10:5).

Embora ele tenha proibido os discípulos a pregar o Evangelho, quer a gentios ou samaritanos, ainda assim lhes ensinou que muitas ovelhas foram dispersas no exterior, e que o tempo no qual Deus faria um aprisco estava próximo. (João 10:16).

Isso foi cumprido depois de Sua ressurreição. Durante sua vida Ele começou a antecipar ligeiramente o chamado dos gentios, e assim eu interpreto essas palavras do Profeta:

“Ele confirmará o pacto com muitos”. 

Pois eu tomo a palavra , "muitos" aqui, rebim, comparativamente, para os fiéis gentios unidos com os judeus. É bem sabido que o pacto de Deus foi depositado por um tipo de direito hereditário com os israelitas até que o mesmo favor foi estendido aos gentios.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

João Calvino (1509-1564): Nossa Responsabilidade Pelos Que Perecem

Não deve causar estranheza que Paulo atribuía a Timóteo a obra de salvar a igreja, porquanto todos que são conquistados para Deus são salvos, e é por meio da pregação do evangelho que somos unidos a Cristo.

E assim, como a infidelidade ou negligência de um pastor é fatal à igreja, também é justo que sua salvação seja atribuída à sua fidelidade e diligência.   É deveras verdade que é unicamente Deus quem salva, e que nem mesmo uma ínfima porção de sua glória é transferida para os homens. Mas a glória de Deus não é de forma alguma ofuscada em usar ele o labor humano para outorgar a salvação.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Philip Melancthon (1497-1560): João 3:16 e a Livre Oferta do Evangelho


Até agora, nós descrevemos o Evangelho e mostrado a diferença entre a Lei e o Evangelho. Mas tudo isso será ilustrado quando falarmos da justificação, fé e obras.

Agora apenas uma parte, por assim dizer, tem que ser adicionada, a saber: assim como é necessário saber que o Evangelho é uma promessa livre e graciosa, também é necessário saber que o Evangelho é uma promessa universal, isto é, que a reconciliação é oferecida e prometida a todas as pessoas.

Nós devemos manter esta promessa universal contra os perigos que possamos imaginar com relação a predestinação, de modo a não argumentar que essa promessa se refere apenas a alguns poucos, mas não para nós mesmos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

João Calvino (1509-1564): A Vontade de Deus Para Salvação de Todos os Homens - Comentário Sobre Salmo 81:13

13. "Oh, se meu povo tivesse me ouvido!" 


Pela honrosa designação que Deus confere ao povo de Israel, ele expõe com mais eficácia sua vergonhosa e destitosa conduta. Sua perversidade foi duplamente agravada, como se verá à luz da consideração que, embora Deus os chamasse para serem seu povo, em nada diferiam daqueles de quem ele era grandemente estranho. E assim ele se queixa por boca do profeta Isaías [1.3]: 



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Martinho Lutero (1483–1546): Sermão sobre João 3:16 - A Dádiva de Deus


Sermão pregado Por Martinho Lutero
Em 25 de maio de 1534
Para a Segunda-Feira do Pentecostes

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16)


A boa nova para um mundo pecador.


Esse é, sem dúvida, um dos mais sublimes trechos evangélicos do Novo Testamento. Se fosse possível, teríamos que a gravá-lo em nossos corações com letras douradas, e todo cristão teria que se familiarizar com essas palavras e recitá-las em sua mente pelo menos uma vez ao dia, para conhecê-las bem de memória. Ali se escutam palavras que se forem cridas robustamente, conferem ao triste alegria, e ao morto, vida. Não podemos compreendê-las todas, não obstante, queremos confessá-las com a boca e rogar que o Espírito as transfigure em nosso coração e as faça tão luminosas e ardentes que penetrem até o mais profundo de nosso ser. 

É verdadeiramente um Evangelho de grande riqueza, repleto de consolo. “Deus amou ao mundo”, e o amou de tal maneira “que deu a seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” O que isso significa, o ilustrarei com um quadro em que veremos por um lado ao doador, e por outro, o receptor, e alem disso, o presente, o fruto e o proveito do presente, e tudo isso em uma dimensão indizivelmente grande.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Os Dez Pontos do Meu Calvinismo



A) Condição da Humanidade: Perdida, mas ainda assim Amada!


1. A Profunda e Total Depravação da Humanidade

“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”. (João 6:44)

6. O Profundo Amor de Deus Por Todas as Suas Criaturas

“O SENHOR é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras”.(Salmo 145:9)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Papa Inocêncio III: Suficiente por todos, Eficiente pelos Predestinados

O sangue de Cristo foi derramado somente por aqueles que foram predestinados, no tocante a eficiência, mas por todos os homens no tocante a suficiência.  Porque o derramento desse sangue justo foi tão rico em preço, que se a universalidade dos cativos viesse a crer em seu Redentor, a tirânica reunião do pecado e de Satã não poderia reter ninguém, porque como o apóstolo diz:  "onde abundou o pecado, superabundou a graça".

domingo, 4 de setembro de 2011

Solano Portela: Mateus 23:37 e II Pedro 3:9

3. “Se existe um plano predeterminado por Deus para tudo, como é que a Sua vontade e a Sua missão é muitas vezes derrotada, como por exemplo em Mateus 23.37?”

Resposta:

Os Plano de Deus não são frustrados. Temos que discernir entre a VONTADE PRECEPTIVA de Deus e a Sua VONTADE DECRETIVA. Esta última, é o Seu desejo refletido em Seus Decretos, que serão certamente cumpridos (Is 46.10 – “O meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade”.). A primeira (preceptiva) representa os Preceitos de Deus, Seus PADRÕES de conduta. Apesar dele ser onipotente e ter poderes para executar tudo, Ele não desejou decretar tudo que está contido em Sua Vontade Preceptiva. 

Um exemplo disto é II Pedro 3.9, onde Pedro expressa a Vontade Preceptiva de Deus e indica que Ele “…quer que todos venham a arrepender-se…” Ele certamente teria poderes para executar este desejo, mas sabemos por outras passagens bíblicas que “poucos são os escolhidos”, demonstrando que Deus não decretou tudo que é sua vontade COMO PRECEITO.

Verifique a situação apresentada em Mateus 23.37

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Neil Chambers: John Owen e I João 2:2

A preocupação de Owen é mais uma vez demonstrar que o "mundo" não pode significar aqui "todo e qualquer no mundo", mas, ao invés, que deve ser entendido como "homens vivendo por todo o mundo, em todas suas partes e regiões", referindo-se especificamente ao crentes ou os eleitos em todo o mundo. [67] Há muito em jogo para ele neste versículo, pois este claramente relaciona a morte de Jesus ao “mundo”, e a falha em estabelecer seu sentido e referência aqui desafiaria diretamente sua compreensão da exclusividade da expiação. Também levantaria a questão se a Bíblia usa uma linguagem diferente de Owen, e pode falar da morte de Jesus com um referente indefinido e uma potencialidade de benefício.

Owen isola quatro características do versículo que têm influência sobre a sua correta interpretação. O intérprete deve chegar a algum entendimento da identidade dos destinatários originais das epístolas, depois, verificar o propósito do apóstolo neste ponto, e, finalmente, determinar o significado das duas expressões "(1) Cristo ser uma 'propiciação' e (2) 'o mundo todo'.” [68]

Na opinião de Owen, apesar dos destinatários não serem explicitamente identificados, é "mais do que provável" que eles sejam judeus crentes, porque

(i) João é dito ter sido especialmente um apóstolo aos judeus;

(ii) os crentes a quem escreve são ditos ter "recebidos a palavra desde o princípio", o que só pode indicar que eles são judeus,

(iii) a oposição que o apóstolo faz entre nós e o mundo, neste mesmo lugar é suficiente para manifestar a quem ele escreveu: "porque o apóstolo, sendo um crente judeu se associaria com os crentes judeus”

(iv) Como a maioria dos falsos mestres na igreja primitiva eram de origem judaica as advertências freqüentes contra os falsos mestres na epístola indicam que ela é escrita para o grupo com maior probabilidade de ser tomado por eles, crentes judeus. [69] Esta compreensão dos destinatários da carta permite a Owen interpretar 1 João 2:1-2 contra o contexto de oposição judeus-gentios

“de modo que não temos aqui uma oposição entre a salvação eficaz de todos os crentes e a redenção ineficaz de todos os outros, mas uma extensão da mesma redenção eficaz que pertencia aos crentes judeus para todos os outros crentes, ou filhos de Deus, em todo o mundo”.[70]

Esses argumentos não são particularmente convincentes.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Ambrósio (337?-397): A Fonte de Uma Idéia

Cristo Sofreu pela Igreja

1) 47. Mas ele não estava tão ansioso assim para deixar de lado a cautela. Ele chamou o bispo, e estimando que não houvesse verdadeira gratidão a não ser aquela que brota da fé verdadeira, ele perguntou se ele concordava com os bispos católicos, isto é, com a Igreja Romana. E, possivelmente, naquele lugar a Igreja do distrito estava em cisma. Porque naquele tempo Lúcifer tinha retirado a nossa comunhão, e embora tivesse sido exilado pela fé, e tivesse deixado herdeiros de sua própria fé, ainda assim meu irmão não achava que poderia haver verdadeira fé em cisma. Pois, embora os cismáticos guardassem a fé em Deus, ainda assim não guardavam a Igreja de Deus e alguns daqueles membros sofreram como se estivessem sendo divididos e suas partes rasgadas. Porque, uma vez que Cristo sofreu pela Igreja, e a Igreja é o corpo de Cristo, não parece que a fé em Cristo é demonstrada por aqueles por quem sua paixão é feita de nenhum efeito, e que dividem Seu corpo. Ambrose, “Select Works and Letters,” The Nicene and Post-Nicene Fathers, 10:168-169.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Richard Muller: Universalismo Hipotético¹

O texto a seguir é uma revisão por Richard Muller do livro “English Hypothetical Universalism: John Preston and the Softening of Reformed Theology” de Jonathan Moore.

Muller:

Este volume oferece uma exposição detalhada e bem argumentada da visão da redenção expressa por John Preston, tanto em seus vários escritos quanto em seus depoimentos na Conferência York em 1626. Onde Moore claramente avança na discussão tanto da Conferência York em si quanto da teologia britânica do século XVII é em sua clara identificação do ensino de Preston, juntamente com o de vários contemporâneos mais importantes (notadamente John Davenant e James Ussher), como uma forma de universalismo hipotético, ou seja, a doutrina de que Cristo morreu pelos pecados da raça humana de forma que, se todos cressem, todos seriam salvos.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

John Davenant (1572-1641): O Perigo de “Ordenar” os Decretos de Deus

Até agora nós temos tratado da morte de Cristo a considerando em relação a toda raça humana, no universal circuito de seu poder vivificador para ser trazido a efeito sob a condição de fé, assim para todo homem.

Porque embora pela falta dessa condição, a morte de Cristo não manifeste essa virtude salvadora na maior parte dos homens, ainda assim não deve ser negado, nem posto em dúvida, que as Escrituras, por toda a parte, claramente testificam que Deus teve em Si as mais justas e sábias razões de Seu conselho, para que ao determinar que a morte de Seu filho seria aplicável para todo homem sob a condição da fé, no entanto não determinar efetivar ou fazer com que ela fosse aplicada para todos pela dádiva da fé.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Alan Myatt, Franklin Ferreira: As Três Vontades de Deus

Na aplicação da vontade de Deus, a Bíblia faz três distinções. 

A vontade decretativa refere-se à vontade secreta de Deus pela qual Ele predestinou todas as coisas. Este aspecto dá ênfase ao fato de que Deus é a causa ulterior de tudo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Comentário Mattew Henry: 2 Pedro 2:1

"E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição".
 
No final do capítulo anterior, faz-se menção aos homens santos de Deus, que viveram na época do Antigo Testamento e foram usados como os instrumentos do Espírito Santo, ao escreverem os oráculos sagrados; mas no início deste capítulo, ele nos conta que existiram, mesmo naquela época, falsos profetas na igreja junto aos verdadeiros. Em todas as épocas da igreja, e em todas as dispensações, quando Deus envia os verdadeiros profetas, o diabo manda alguns para seduzir e enganar, os falsos profetas no Antigo Testamento, e os falsos cristos, falsos apóstolos e mestres enganadores no Novo. Acerca desses, observe:

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A Doutrina da Predestinação Que Foi Rejeitada em Dort

Dort:

E esta é a declaração, perspicaz, simples e sincera da doutrina ortodoxa com respeito aos cinco artigos que têm sido controversos nas Igrejas Belga, e a rejeição dos erros, com os quais eles tem sido por algum tempo perturbados. O Sínodo julga que esta doutrina como traçada a partir da Palavra de Deus, e em concordância com as confissões das Igrejas Reformadas. De onde é evidente que alguns, cuja conduta de forma inapropriada, tem violado toda a verdade, eqüidade e caridade, pretendendo persuadir o público:

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Zacarias Ursino (1534-1583): As Causas do Pecado - Divina Permissão do Pecado

H. Quais foram as causas do primeiro pecado?

O primeiro pecado do homem teve a sua origem, não em Deus, mas ocorreu pela instigação do diabo, e pelo livre arbítrio do homem. O diabo tentou o homem para que este se afastasse de Deus; e o homem, cedendo a essa tentação, por vontade própria, se separou de Deus. E embora Deus tenha deixado o homem por si mesmo nesta tentação, ainda assim Ele não é a causa da queda, do pecado, ou da destruição do homem; porque, nessa deserção, ele nem concebeu, nem realizou qualquer uma dessas coisas. Ele meramente colocou o homem em prova, para demonstrar que ele é totalmente incapaz de fazer, ou manter alguma coisa que seja boa, se não for preservado e controlado pelo Espírito Santo; e com isso (sua prova), Deus, em seu julgamento justo, permitiu que o pecado do homem viesse a ocorrer.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Mattew Henry (1662-1714): A Redenção Universal da Humanidade

Questão 21. Quem é o Redentor dos eleitos de Deus?


A. O único Redentor dos eleitos de Deus é o Senhor Jesus Cristo, que sendo o Filho eterno de Deus, tornou-se homem, e assim foi e continua a ser, Deus e homem, em duas naturezas distintas, e uma pessoa, para sempre.

1. A humanidade precisa de um Redentor?

Sim, porque pelas nossas iniqüidades nós vendemos a nós mesmos, Is 50:1.


Os eleitos precisam de um Redentor?

Sim, porque nós mesmos também fomos algumas vezes desobedientes, Tit. 3:3.


Teria havido um Redentor, se Adão não tivesse pecado?

Não, porque não haveria necessidade de um médico, Mat. 9:12.


Um anjo poderia ter sido nosso Redentor?

Não, porque aos seus anjos atribui loucura, Jó 4:18.


2. Jesus Cristo é o Redentor? 

Sim, só há um só mediador entre Deus e o homem, o homem Cristo, Jesus, 1 Tm 2:5. 


Ele é o único Redentor? 

Sim, porque não há outro nome debaixo do céu dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos, Atos 4:12. 


Ele é um Redentor universal? 

domingo, 31 de julho de 2011

Comentário Matthew Henry: 1 Timóteo 2:4-7

Como uma razão por que deveríamos nos preocupar em nossas orações com todos os homens, ele mostra o amor de Deus à humanidade em geral (v.4).

1. Uma das razões de orarmos por todos os homens é que há um só Deus, e esse Deus tem uma boa vontade por toda a humanidade. Há um só Deus (v.5); não há outro, não pode haver outro, porque somente pode haver um infinito. Esse único Deus quer que todos os homens se salvem; Ele não deseja a morte e destruição de ninguém (Ez 33:11), mas o bem-estar e salvação de todos. Não que Ele tenha decretado a salvação de todos, poque então todo os homens seriam salvos; mas Ele tem uma boa vontade para a salvação de todos, e ninguém perece senão pela própria culpa (Mt 23:37). Ele quer que todos sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade, para serem salvos da forma como Ele estabeleceu, e não de outra forma. Cabe a nós obter o conhecimento da verdade, porque essa é a maneira de ser salvo. Cristo é o caminho e a verdade, e Ele também é a vida.

John MacArthur:Ezequiel 18:23 e 18:32




18:23 "Tenho eu algum prazer na morte do ímpio? diz o Senhor Deus. Não desejo antes que se converta dos seus caminhos, e viva?"


Deus não tem prazer voluntarioso na morte dos injustos (cf Jo 5:40; 1 Tim 2:4; 2 Pe 3:9)


18:32 "Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus;"


A morte de Seus santos é preciosa para Deus (Sl 116:15). Em contraste, ele não tem prazer quando uma pessoa morre sem arrependimento. Conquanto Deus seja soberano no que diz respeito à salvação, o homem é responsável pelos seus próprios pecados.  


"convertei-vos, pois, e vivei"


Esse é um chamado para que se arrependam e evitem a morte temporal e eterna (cf Sl 23:6; 73:24; Is 26:19-21; Dn 12:2-3,13). Ezequiel foi um pregador do arrependimento e da oferta da misericórdia de Deus aos penitentes.

Fonte:  Bíblia de Estudo MacArthur. pg1031. Sociedade Bíblica do Brasil

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Tony Byrne: Sobre Jonathan Edwards e a Expiação Universal

Todd Burus:

Eu estava pensando sobre o comentário do Dr Allen, de que Edwards teria rejeitado a Expiação Limitada (ou o particularismo estrito). Ele citou isso da "Of the Freedom of the Will" em favor de tal afirmação:

“Dessas coisas inevitavelmente se seguirá, porém, que Cristo, em certo sentido pode ser dito ter morrido por todos, e redimido todos os visíveis cristãos, sim, o mundo todo, pela Sua morte, mas ainda assim deve haver algo particular no desígnio de Sua morte, com relação àqueles que Ele realmente pretendia que fossem salvos por ela”.


Parece-me que ele está ressaltando o "em certo sentido". No entanto, o fato é que Edwards diz em seguida que "deve haver algo particular no designio”, o que parece mover-se para A Expiação Limitada. Além disso, continuando nessa mesma seção do livro, Edwards diz:

“Como se verifica pelo que foi mostrado até aqui, Deus tem a real salvação ou redenção de um certo número em Seu próprio desígnio absoluto, e somente de um certo número. Portanto, tal desígnio só pode vir a acontecer em algo que Deus faz, visando a salvação dos homens. Deus segue um peculiar desígnio de salvação dos eleitos ao entregar Cristo para morrer, e segue tal desígnio com relação a nenhum outro, mais estritamente falando; pois é impossível, que Deus seguisse algum outro desígnio além daquele que Ele tem. Ele certamente não, na maior exatidão e estritamente falando, segue um desígnio que não tem. E, de fato, uma particularidade e limitação da redenção se seguirá infalivelmente da doutrina da presciência de Deus, como daquela do decreto. Por isso é tão impossível, estritamente falando, que Deus siga um desígnio ou tenha por objetivo uma coisa, que Ele, ao mesmo tempo, sabe mais perfeitamente que não será cumprido, uma vez que Ele se esforçaria por aquilo que está além de Seu decreto”. (ênfase minha)

Talvez eu não esteja percebendo alguma nuance nesta passagem ou nas definições de Allen/Johnson, mas aqui realmente me parece que Edwards está afirmando o particularismo estrito. O que você acha?

Tony Byrne:

Sim, Edwards está qualificando quando diz "em certo sentido". Mas apesar de dizer que "deve haver algo particular no designio”, ele usa linguagem redentiva incompatível com o modelo de Owen, de forma que Cristo tem "redimido todos os visiveis cristãos, sim, o mundo todo, pela Sua morte..." Esta é a parte que as pessoas deixam de notar.

O dr. Allen e eu percebemos elementos da particularidade calvinista em Edwards e todos devem reconhecer isso, mas note onde Edwards vê a particularidade na declaração acima. É no "designio de Sua morte". Todo calvinista deve afirmar que Cristo tem um motivo/desíginio especial em sua vinda que pertence somente aos eleitos. Por exemplo, embora Cristo tenha vindo por toda a humanidade e por ela expresso Seu amor, Ele veio por e amou especialmente os eleitos. Embora Cristo tenha vindo e expresso a vontade de salvar toda a humanidade, ele fez o mesmo especialmente pelos eleitos. Embora Cristo tenha sido gracioso a todos que encontrou, Ele foi especialmente gracioso com os eleitos. 

domingo, 12 de junho de 2011

John Piper: Deus se alegrou com a morte de Osama Bin Laden?

Osama bin Laden está morto. E a morte do terrorista mais famoso levantou diversas opiniões e questionamentos:

Deus se alegrou?
Devemos nos alegrar?
Vingança? Justiça?
Amor aos inimigos?
Queremos ajudá-los a entender o assunto e a guiar suas emoções biblicamente.
Deus se Alegrou com a Morte de Osama bin Laden?

As emoções de Deus são complexassemelhantes as suas, apenas um milhão de vezes mais. Neste momento, suas emoções sobre o Bin Laden não são simples, ou seja, não são únicas. Existem várias, e eles se misturam. Isso é uma coisa boa. Você é a imagem de Deus.

Em resposta à morte de Osama bin Laden, muito tweets e blogs têm citado a verdade bíblica de que “Deus não se deleita na morte dos ímpios”. Isso é verdade.

Também é verdade que Deus, sim, se deleita na morte dos ímpios. Há coisas sobre cada morte que Deus aprova, por si só e coisas sobre cada morte que Deus desaprova em si mesmo.

sábado, 11 de junho de 2011

Leandro Lima: Dois Aspectos da Vontade de Deus¹

O ensino bíblico a respeito da “vontade de Deus” é essencial para entendermos um pouco mais a respeito do relacionamento entre a Soberania de Deus e a Responsabilidade Humana. Podemos definir a Vontade de Deus de duas formas: uma absoluta e outra relativa.


Vontade Absoluta


A vontade absoluta de Deus é conhecida como vontade decretiva. Refere-se a tudo o que Deus determinou que aconteça. Deus tem um plano traçado para todas as coisas e nada neste mundo foge aos seus propósitos. Através de sua intervenção direta ou através de meios naturais, Deus leva a efeito seu plano, e nada pode impedi-lo. Às vezes essa vontade é chamada de secreta por ser desconhecida (Dt 29.29), e também de vontade de propósito, pois se refere ao supremo propósito de Deus. No Livro do Profeta Isaías encontra-se uma excelente descrição da vontade decretiva de Deus: 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Alan C. Clifford: Sobre Lloyd-Jones e a Expiação Limitada



“Mas olhe para a morte de Cristo por um momento e a considere como uma expiação pelo pecado do mundo todo. O que nos é dito sobre ela? Bem, esses sofrimentos foram suficientes, de acordo com João, por todos. Ouça!  'Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo todo' (1 João  2:2). O mundo todo! ... Os pecados do mundo todo Ele levou sobre Si".
"[Se] você já se sentiu totalmente desamparado e sem esperança, então volte-se para Ele, o Cristo da cruz, com Seus braços estendidos, que ainda diz: 'Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os confins da terra".  É lá que toda a humanidade está focada. Ele é o representante de toda a humanidade. Ele morreu por todos".

quarta-feira, 20 de abril de 2011

John Piper: Os Cinco Pontos do Calvinismo Conforme a Bíblia¹

Nós somos cristãos. Seres radicais, de sangue puro, saturados de Bíblia, exaltadores de Cristo e centrados em Deus. Nós avançamos com missões, ganhamos almas, amamos a igreja, buscamos a santidade e saboreamos a soberania. Somos completamente embriagados pela graça, quebrantados de coração e felizes seguidores do Cristo onipotente crucificado. Pelo menos esse é o nosso compromisso imperfeito.

Em outras palavras, somos calvinistas, mas esse rótulo não é nem um pouco útil para dizer às pessoas no que você realmente acredita! Então esqueça o rótulo, se isso ajudar, e diga a elas claramente, sem evasivas e sem ambiguidade, o que você acredita a respeito da salvação.


Se eles disserem “Você é um calvinista?” diga “Você decide. É nisso aqui que eu creio…”

terça-feira, 12 de abril de 2011

Stephen L. Costley: Compreendendo o Argumento de Calvino contra Heshusius




Na disputa Calvino versus calvinistas, a questão é esta: Calvino ensinou a expiação limitada? Essa é a questão. Para aqueles que argumentam que Calvino ensinou a expiação limitada, a evidência com apelo mais forte à primeira vista é a declaração feita por Calvino em seu tratado contra Heshusius. Aqui está a declaração:




Mas a primeira coisa a ser explicada é como Cristo está presente com os incrédulos, como sendo o alimento espiritual das almas, e, em suma, a vida e a salvação do mundo. E como ele adere tão obstinadamente às palavras, gostaria de saber como os ímpios podem comer a carne de Cristo que não foi crucificado por eles? E como eles podem beber o sangue que não foi derramado para expiar seus pecados?” Calvin, Theological Treatises, 285.

A pessoa que insiste que Calvino ensinou expiação limitada vê justificação para a sua posição na pergunta de Calvino: "gostaria de saber como os ímpios podem comer a carne de Cristo que não foi crucificado por eles? E como eles podem beber o sangue que não foi derramado para expiar seus pecados?" Claramente aqui, eles dizem, se não em outro lugar, Calvino nos diz que existem alguns homens pelos quais Cristo não foi crucificado.

Muitos tomam isso como sendo a “clara” e convincente declaração de Calvino sobre a extensão da expiação, pela luz da qual eles interpretam todos as outras declarações de Calvino sobre a questão.

Eu coloquei "clara" entre aspas acima porque eu não quero ser mal interpretado como sugerindo que os defensores da expiação limitada tem interpretado corretamente as declarações de Calvino. Na verdade, eles as têm interpretado horrivelmente mal. O defensor da expiação limitada vê a pergunta de Calvino como retoricamente ensinando que existem alguns homens, isto é, os ímpios, por quem Cristo não morreu. Sua carne "não foi crucificado por eles" e seu sangue "não foi derramado para expiar os seus pecados."

Mas a questão não é tão simples como é normalmente apresentada.

Este artigo consiste em três partes. Na primeira parte, darei seis razões pelas quais eu rejeito a idéia de que Calvino estava ensinando a doutrina da expiação limitada na famosa declaração de Heshusius. Na segunda parte eu irei oferecer uma alternativa para a compreensão da declaração de Calvino. Essa alternativa oferece uma explicação plenamente satisfatória da declaração de Calvino. Uma explicação que leva em conta o contexto da teologia de Calvino como um todo, sua teologia da Ceia do Senhor, e seu argumento particular contra Heshusius. Na terceira parte, irei sugerir que a doutrina da Ceia do Senhor revelada no tratado contra Heshusius é realmente um argumento forte contra a idéia de que Calvino poderia ter sustentado a doutrina da expiação limitada. 

sábado, 9 de abril de 2011

Augustus Nicodemos Lopes: Sobre a Expiação Limitada e Ilimitada de Mark Driscoll

Pergunta: Gostaria de saber qual é a opinião do senhor sobre a posição do Driscoll quanto à expiação, ele chama a visão dele de Expiação Limitada Ilimitada.



Resposta: 


Sobre a posição do Driscoll sobre a expiação, com certeza ele não é arminiano e nem universalista. À semelhança de muitos outros teólogos reformados, busca entender as passagens que afirmam a morte de Cristo exclusivamente pelos eleitos e aquelas outras que falam que ele é a propiciação pelos pecados do mundo todo.

Não é uma equação fácil de resolver e devemos admitir que há diferentes interpretações dentro das fileiras reformadas. Driscoll está bem dentro destas fileiras e buscando entendimento sobre o assunto.

Fonte: http://tempora-mores.blogspot.com/2011/04/um-culto-em-mars-hill-church.html
Pergunta respondida em 08/04/11 às 13:08

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Samuel H. Cox (1793-1880): Um Diálogo entre um Defensor da Expiação Limitada e um Defensor da Expiação Ilimitada¹


Um teólogo muito respeitável de simpatia restritiva, recentemente conversando sobre este tema com o escritor, ocasionou o seguinte diálogo, dado em forma abreviada substancialmente como ocorreu na presença de vários outros homens do clero.

Nota do blog: O defensor da expiação limitada é chamado de “restricionista” e o defensor da expiação ilimitada é chamado de “plenista”. Termos utilizados na época



Restricionista. Os senhores do plano de expiação plena, erram, na minha opinião, principalmente porque vocês compreendem mal ou muito pouco a ciência da interpretação.

Plenista. Isso é estranho. Os teólogos do nosso caminho parecem ter sido os maiores e mais ilustres nesse departamento, tanto aqui como na Europa. Olhe para Barnes, Stuart, Dwight, e a maioria dos teólogos da Nova Inglaterra. Olhe para Jay, Raffles, Morison, Wardlaw, Newton, Fuller, Hall, e em épocas passadas, Doddridge, Watts, Howe, Baxter, e outros tantos que voltam para Calvino!

R. Ah! Você não entendeu eles, assim como faz com a Bíblia. Expressões gerais como o mundo, cada homem, todos os homens, e assim por diante, não devem ser tomadas literalmente todas as vezes.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Felipe Sabino (monergismo.com): Sobre a Expiação Limitada e Ilimitada de Mark Driscoll

Embora eu discorde de Driscoll, e creia que o calvinismo de cinco pontos é suficientemente bíblico, não acredito de forma alguma que aquilo que ele apresenta aqui seja heresia ou o desqualifique como sendo calvinista.

Trata-se de uma diferença irrisória. Infelizmente, ataques contra o calvinismo de Driscoll são frequentes na internet, geralmente envolvendo a posição dele sobre a expiação de Cristo, a qual é chamada de herética.

Aqueles calvinistas que aceitam a chamada graça comum e a livre oferta do Evangelho têm menos motivo ainda de reclamar, pois o que Driscoll defende aqui é muito próximo do que eles pregam: “Deus ama o mundo todo, até mesmo os réprobos”, “Deus deseja a salvação de todos, inclusive dos réprobos”, etc.

A despeito das invectivas contra Driscoll, eis aqui o que alguns teólogos respeitáveis disseram a respeito do livro do qual este texto traduzido foi extraído:

Mark Driscoll: Expiação Limitada e Ilimitada (2)


A pergunta, por quem Jesus morreu?, tem gerado umas das respostas mais calorosas e variadas na história da Igreja. Para ajudar você a entender as diferentes respostas a essa pergunta, oferecemos o quadro abaixo (disponível no arquivo PDF, cujo link encontra-se mais abaixo).



As duas primeiras respostas (universalismo e pelagianismo) são antibíblicas e, portanto, inaceitáveis. O universalismo contradiz erroneamente o claro ensino da Escritura sobre a pecaminosidade humana e o inferno. Pelágio negava a pecaminosidade humana e ensinava que as pessoas começam sua vida sendo moralmente boas (como Adão), e por meio da decisão de sua própria vontade podem viver uma vida santa, o que então obrigaria Deus a levá-las ao céu após a morte. Pelágio foi condenado como herege no Concílio de Cartago em 418 d.C.

Restam-nos três opções com respeito à questão por quem Jesus morreu. Todas as três posições estão dentro dos limites da ortodoxia evangélica.

Primeiro, alguns cristãos creem que Jesus morreu pelos pecados de todas as pessoas. Essa posição é comumente chamada de arminianismo (por causa de Tiago Armínio), wesleyanismo (por causa de John Wesley) ou expiação ilimitada. Os arminianos apelam àquelas passagens da Escritura que falam de Jesus morrendo por todas as pessoas, por todo o mundo, por todos, e não desejando que ninguém pereça. Os arminianos então ensinam que para ser salva, a pessoa deve fazer a decisão de aceitar a morte expiatória de Jesus e tornar-se um seguidor de Jesus. Além do mais, é dito que qualquer um pode fazer essa escolha pelo livre-arbítrio inerente (armianianos) ou pela graça capacitadora universal de Deus, chamada de graça primeira ou preveniente (wesleyanos). Subsequentemente, a eleição é entendida como Deus escolhendo aqueles que ele previu que o escolheriam, e visto que as pessoas escolhem serem salvas, elas podem perder a sua salvação também.

Norman Douty: Cristo Morreu Somente Pelos Eleitos? (Livro)

Prólogo


O autor de A Morte de Cristo, em que ele trata a questão, “Cristo morreu apenas pelos Eleitos?,” responde com um sonoro, “Não!” Ele argumenta talentosa, lógica e biblicamente que Cristo morreu por todos os homens. A Bíblia não, ele mantém, ensina a Expiação Limitada. Anteriormente, ele esteve inclinado a observar esta doutrina como um tanto inócua. Entretanto, sua abrangente investigação o tem levado a olhar para ela como injuriosa. Mas ele não é nenhum universalista ou modernista. Ele é bíblico, evangélico, e moderadamente calvinista.

O sr. Douty acredita na predestinação e eleição. Deus elegeu eternamente à salvação aqueles que são salvos, mas passou de lado do resto dos homens. Os não-eleitos estão perdidos, entretanto, não por falha de Deus, mas por sua própria má vontade de se arrepender e crer. Cristo morreu pelos perdidos assim como pelos salvos. Esta posição encoraja o evangelismo e as missões.

Os leitores irão gostar do espírito pacífico, os abundantes argumentos, a exegese de muitas passagens bíblicas, e as numerosas citações de teólogos renomados. Estou feliz por recomendar de todo o coração este livro muito bem escrito.

quinta-feira, 3 de março de 2011

David Ponter: João Calvino e a Expiação Universal

Notas Explicativas:

1)A primeira coisa que precisa ser dita é que o leitor deve se esforçar para ler tudo destas citações antes fazer um julgamento sobre qualquer texto citado. Muitas vezes os leitores de Calvino correm apressados para generalizações. Isso se deve ao seu zelo ao ler Calvino à luz do que ele deveria pensar, deveria ter dito e deveria ter ensinado. Muitas pessoas lêem Calvino à luz das categoria teológicas do final do século 17.

Porque, hermeneuticamente, muitos dos estudantes de Calvino erram ao ler este à luz da mais recente e tardia trajetória teológica, e não como a conclusão de uma trajetória anterior, antiga e clássica . Nós não fazemos isso com relação a Zwingli, Bullinger, Musculus, Gualther, Luther, Vermigli, mas muitos são arbitrariamente insistentes em fazer exatamente isso com Calvino. Eu argumento que Calvino se posicionou na conclusão da Síntese-Medieval com a clássica soteriologia Agostinho-Prosper. Ele não foi o precursor de uma nova trajetória soteriológica como muitos afirmam.

quarta-feira, 2 de março de 2011

A A Hodge (1823-1886): A Distinção entre Habilidade Moral e Natural

Incapacidade


4. Como se pode expor a doutrina ortodoxa tanto negativa como positivamente?


A doutrina ortodoxa não ensina -



1º. Que o homem tenha perdido na Queda qualquer de suas faculdades constitutivas necessárias para fazer dele um agente moral e responsável. Essas faculdades são

(a) a razão,
(b)a consciência,
(c)a livre vontade (o livre-arbítrio).


Essas todas o homem possui e tem em exercício. Ele tem o poder de conhecer a verdade; reconhece e sente as distinções e as obrigações morais; seus afetos, tendências e hábitos de ação são espontâneos; em todas as suas volições ele prefere, escolhe e rejeita livremente o que lhe apraz e como lhe apraz. Portanto é responsável.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

João Calvino (1509-1564): A Intercessão de Cristo pelos Réprobos


1) "Ele declara abertamente que ele não orou pelo mundo, porque ele não tem nenhuma preocupação, a não ser sobre seu próprio rebanho, que recebeu das mãos do Pai. Mas isso pode ser pensado ser um absurdo, pois melhor regra de oração não pode ser encontrada do que seguir a Cristo como nosso guia e professor. Agora, nós somos ordenados a orar por todos (1 Timóteo 2:17) e depois o próprio Cristo orou indiscriminadamente por todos "Pai, perdoa-os, eles não sabem o que fazem" (Lucas 23:34)".  John Calvin. Commentary on the Gospel According to John, pg 565. The Ages Digital Library. 

sábado, 29 de janeiro de 2011

Neil Chambers: O Argumento de John Owen sobre a Incredulidade


Ao final do argumento da tripla escolha Owen, para descartar a possibilidade de que poderia haver algum sentido em que Cristo poderia ser dito ter morrido por todos os homens, pergunta a rendencionistas gerais: 




“Se Cristo morreu por todos os homens, por que não são todos salvos?  Você diria: 'Por causa da sua incredulidade, eles não creram.' Mas esta incredulidade, é pecado ou não? Se não, por que eles deveriam ser punidos por isso? Se for, Cristo sofreu a punição devida a ela, ou não. Se assim for, então por que isso deve dificultar-lhes mais do que os outros pecados, pelos quais Ele morreu, de participar do fruto da Sua morte? Se ele não o fez, então Ele não morreu por todos os pecados. Deixe os escolher a parte que quiserem.”

Clifford fez uma série de críticas sobre este argumento em relação ao seu impacto sobre a culpa da incredulidade, a sua privação de "exortações gerais para crer de todo o significado", e a tensão que ela estabelece com o compromisso de Owen à graça comum que não precisa ser repetida aqui.

O que precisa ser visto é que o argumento de Owen derrota a si mesmo por provar muito.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Alan C. Clifford: Uma Avaliação do Trilema de John Owen

Sob a influência da teleologia de Aristóteles e da teoria comercial da expiação, Owen propõe um “dilema para o nosso universalistas”, em um possante raciocínio. Depois de afirmar que houve uma qualitativa e quantitativa “igualdade” nos sofrimentos de Cristo e na punição eterna ameaçando aqueles por quem morreu, Owen afirma “Deus impôs sua ira devida a, e Cristo sofreu as dores do inferno por, ou todos os pecados de todos os homens, ou todos os pecados de alguns homens, ou alguns dos pecados de todos os homens”.

Essa é a famosa posição de Owen chamada de "tripla escolha", que, na sua opinião, de forma conclusiva liquida a controvérsia em favor de uma expiação limitada. A última opção é descartada rapidamente: se a expiação falha em levar todos os pecados, então o pecador tem algo pelo qual responder. A primeira escolha traz a questão de Owen “'Por que, então, não são todos livres da punição de todos os seus pecados” Ele conclui, portanto, que só a segunda opção se encaixa no caso; a expiação é exclusivamente relacionada com “todos os pecados de alguns homens”.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Matthew Henry: Comentário de Mateus 20:28

"Tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos".

Nosso Senhor fala de sua morte nos termos aplicados aos sacrifícios de antigamente. É um sacrifício pelos pecados dos homens, e é aquele sacrifício verdadeiro e essencial, que os da lei representavam débil e imperfeitamente. Era um resgate de muitos, suficiente para todos, obrando sobre muitos; e, se por muitos, então a pobre alma tremente pode dizer "Por que não por mim?".

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Charles Hodge (1797-1878): Por Quem Cristo Morreu?

1.Estado da questão

Trata - se de uma questão entre agostinianos e antiagostinianos. Os primeiros crêem que Deus, havendo escolhido, desde a eternidade, alguns para a vida eterna, teve, na missão e obra de seu filho, uma referência especial à salvação deles. Os segundos, negando que houve tal eleição de uma parte da família humana para a salvação, mantêm que a missão e obra de Cristo teve como alvo a humanidade inteira.

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

J. C. Ryle (1816-1900): Notas sobre João 3:16

14 .- [Como Moisés levantou ... serpente ... assim importa, etc] Neste versículo nosso Senhor segue demonstrando para Nicodemos outra "coisa celestial", isto é, a necessidade de sua própria crucificação. Nicodemos pensou provavelmente, como a maioria dos judeus, que quando o Messias surgisse, Ele viria com poder e glória, para ser exaltado e honrado pelos homens. Jesus diz a ele que está longe de ser este o caso.  O Messias deveria ser "cortado" na Sua primeira vinda, e colocado  em aberta vergonha por ser pendurado no madeiro. Ele ilustra isso por um evento bem conhecido na história das peregrinações de Israel - a história da serpente de bronze. (Num 21:9) "Você está me esperando para me levar ao poder e restaurar o reino de Israel? Lançai isso longe como uma expectativa vã. Eu vim para fazer uma obra muito diferente. Eu vim para sofrer e para oferecer a mim mesmo como um sacrifício pelo pecado. "

A menção de Moisés, de quem os fariseus pensavam tanto, foi eminentemente calculada para prender a atenção de Nicodemos. "Mesmo Moisés, em quem vós confiais, forneceu um tipo muito vívido da minha grande obra sobre a terra – a crucificação."

J. C. Ryle (1816-1900): Exposição sobre João 3:16

Nós temos nos versículos abaixo a segunda parte da conversa entre o nosso Senhor Jesus Cristo e Nicodemos. Uma lição sobre a regeneração é seguida de perto por uma lição sobre a justificação! Toda a passagem deve sempre ser lida com afetuosa reverência. Ela contém as palavras que trouxeram vida eterna a miríades de almas.