“Mas olhe para a morte de Cristo por um momento e a considere como uma expiação pelo pecado do mundo todo. O que nos é dito sobre ela? Bem, esses sofrimentos foram suficientes, de acordo com João, por todos. Ouça! 'Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo todo' (1 João 2:2). O mundo todo! ... Os pecados do mundo todo Ele levou sobre Si".
"[Se] você já se sentiu totalmente desamparado e sem esperança, então volte-se para Ele, o Cristo da cruz, com Seus braços estendidos, que ainda diz: 'Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os confins da terra". É lá que toda a humanidade está focada. Ele é o representante de toda a humanidade. Ele morreu por todos".
Essa última citação pode surpreender alguns admiradores do Dr. Lloyd-Jones... No entanto, mais pode ser dito. Claramente, a citação acima [105] revela uma visão muito diferente do autor em relação a sua alegada posição sobre a expiação limitada. O que quer que o Dr. Lloyd-Jones tenha dito em conversas privadas ou em conferências, a expiação limitada nunca apareceu em seus sermões. Iain Murray praticamente admite isso. [106] Agora, se o conteúdo da pregação é algo pelo qual se pode julgar, e se o pregador usualmente pregou o que ele realmente acreditava, então pode-se argumentar que o Dr. Lloyd-Jones nunca realmente de apartou de sua posição em Aberavon.
Há mais para confirmar esta sugestão. Durante sua pesquisa de doutorado, Kendall teve uma série de discussões com o Dr. Lloyd-Jones sobre a posição de João Calvino.
Conduzindo o seu próprio exame dos comentários do reformador, o Dr Lloyd-Jones obviamente se surpreendeu ao descobrir quão frequentes eram as declarações universalistas de Calvino. Durante um período de quinze dias, o Dr. Lloyd-Jones várias vezes telefonou para Kendall e, em tom animado, dizia: "Eu encontrei outra!" Durante uma discussão, ele disse a Kendall em relação a expiação limitada: "Eu nunca preguei isso, você sabe ... apenas uma vez em Romanos 5:15 e eu estava em grande dificuldade quando fiz isso".
Também não devemos esquecer o ponto de vista de outro Lloyd-Jones, isto é, a amada esposa do Dr Martyn, Bethan. Ela também, como seu marido, era uma médica, e - mais ao ponto - o marido é conhecido por ter dito que sua esposa era uma melhor professora de Bíblia do que ele! Estando presente quando o Doutor Martyn fez sua confissão ao Dr. Kendall, Dra Bethan Lloyd-Jones, em seguida, acrescentou: "Eu nunca acreditei nisso e nunca irei acreditar!" [107]
Assim, imunizados contra qualquer traço de hyper-calvinismo, nós podemos continuar a ir em frente com esta dupla prescrição médica para pregar com compaixão, clareza e coragem o Evangelho eterno: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(João 3: 16).
Notas:
[105] D. M. Lloyd-Jones, Evangelistic Sermons at Aberavon (Edinburgh: Banner of Truth Trust, 1983), 87, 278.
[106] Ver D. Martyn Lloyd-Jones, Old Testament Evangelistic Sermons (Edinburgh: Banner of Truth Trust,1995), p. xxx.
[107] Dr Kendall me relatou esses fatos quando nós nos encontramos em Londres em Julho de 1989 para discutir minha tese Atonement and Justification. Eles foram confirmados por telefone em 27/11/2001 e novamente em e-mails em fevereiro de 2009.
Fonte: Clifford, Alan C. .Calvin & Calvinism - Amyraut et al, pg 25-26. A paper given at the Norwich Reformed Church 7th Amyraldian Association Conference, Attleborough, Norfolk on 15 April 2009.
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