quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Alan Myatt, Franklin Ferreira: As Três Vontades de Deus

Na aplicação da vontade de Deus, a Bíblia faz três distinções. 

A vontade decretativa refere-se à vontade secreta de Deus pela qual Ele predestinou todas as coisas. Este aspecto dá ênfase ao fato de que Deus é a causa ulterior de tudo.

A vontade permissiva é o decreto de Deus de permitir o pecado e o mal. Deus não é a causa eficiente do pecado. Ele ordenou que as causas secundárias (a vontade humana sendo uma delas) sejam significantes e reais. Ele ordenou algumas coisas com prazer (a salvação) e outras sem prazer (a morte do ímpio Ez 33:11). A vontade permisiva não é entendida aqui como sendo condicional no sentido que pode acontecer o não. A expressão “permissiva” não implica que Deus esteja permitindo acontecer algo fora da sua vontade decretiva. “Permissiva” significa que Deus não é o agente responsável pelo mal, mas sim as causas eficientes (as causas secundárias), ou seja, as pessoas que fazem estes atos. Também significa que Deus não se agrada e nem tem prazer nestes eventos. 

A vontade preceptiva de Deus é o desejo de Deus de que os homens sejam justos. A lei moral de Deus é a vontade preceptiva. Obviamente, neste caso, a vontade de Deus não é um decreto mas é uma expressão do caráter reto de Deus.

Fonte:  Alan Myatt, Franklin Ferreira.  Teologia Sistemática, pg 85. Faculdade Teológica Batista de São Paulo.  Seminário  Teológico Batista do Sul do Brasil, Rio de Janeiro, 2002

2 comentários:

  1. Oi Hemerson, tudo bom?

    Eu achei incoerente essa concepção das vontades divina. O Franklin diz: "a vontade decretativa refere-se à vontade secreta de Deus pela qual Ele predestinou todas as coisas". Tudo bem até aqui. Mas, depois ele diz: "a lei moral de Deus é a vontade preceptiva. Obviamente, neste caso, a vontade de Deus não é um decreto mas é uma expressão do caráter reto de Deus". mas Deus pode ser glorificado naquilo que ele mesmo a tem como mal? Como ele pode decretar algo que sua própria vontade perceptiva condena? Não seria uma esquizofrenia (desculpa a palavra)?

    Em Cristo,
    Bruno Mathias.

    ResponderEliminar
  2. Bruno, um exemplo clássico seria a morte de Cristo. O assassinato é condenado pela Sua vontade preceptiva, mas ainda assim a morte de Seu Filho foi preordenada,decretada, pela vontade decretiva pelo Pai. Isso por si, não prova a coerência, mas a biblicidade da doutrina dos dois tipos de vontade em Deus.

    Uma das coisas que posso apontar em relação a coerência é que na vontade preceptiva é como se Deus olhasse para algo como bom em si. P. exemplo, como Ele é o doador da vida e essa vida significa ser Sua imagem e semelhança, Ele não quer que a vida seja tirada por meio de assassinato. Já na vontade decretiva é como se olhasse para as coisas no contexto da universalidade de todas as coisas, isto é, considerando tudo o mais incluindo as pontencialidades. É um contexto mais amplo onde Ele pesa desejos conflitantes, como por exemplo Seu desejo de que a vida não seja tirada com Seu desejo de exercitar a justiça e punir com a morte o pecador, e traça um plano, toma uma decisão, decreta, para o bem da Sua criação e exaltação de Sua glória. Na vontade secreta não há contradição com a vontade revelada, antes uma harmonização. É uma questão de contexto menor e contexto maior.. Se puder dá uma lida nos textos de John Piper e do Dominic sobre as vontades de Deus.

    Que Deus te abençoe ricamente!!!

    ResponderEliminar