A vontade decretativa refere-se à vontade secreta de Deus pela qual Ele predestinou todas as coisas. Este aspecto dá ênfase ao fato de que Deus é a causa ulterior de tudo.
A vontade permissiva é o decreto de Deus de permitir o pecado e o mal. Deus não é a causa eficiente do pecado. Ele ordenou que as causas secundárias (a vontade humana sendo uma delas) sejam significantes e reais. Ele ordenou algumas coisas com prazer (a salvação) e outras sem prazer (a morte do ímpio Ez 33:11). A vontade permisiva não é entendida aqui como sendo condicional no sentido que pode acontecer o não. A expressão “permissiva” não implica que Deus esteja permitindo acontecer algo fora da sua vontade decretiva. “Permissiva” significa que Deus não é o agente responsável pelo mal, mas sim as causas eficientes (as causas secundárias), ou seja, as pessoas que fazem estes atos. Também significa que Deus não se agrada e nem tem prazer nestes eventos.
A vontade preceptiva de Deus é o desejo de Deus de que os homens sejam justos. A lei moral de Deus é a vontade preceptiva. Obviamente, neste caso, a vontade de Deus não é um decreto mas é uma expressão do caráter reto de Deus.
Fonte: Alan Myatt, Franklin Ferreira. Teologia Sistemática, pg 85. Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, Rio de Janeiro, 2002
Oi Hemerson, tudo bom?
ResponderEliminarEu achei incoerente essa concepção das vontades divina. O Franklin diz: "a vontade decretativa refere-se à vontade secreta de Deus pela qual Ele predestinou todas as coisas". Tudo bem até aqui. Mas, depois ele diz: "a lei moral de Deus é a vontade preceptiva. Obviamente, neste caso, a vontade de Deus não é um decreto mas é uma expressão do caráter reto de Deus". mas Deus pode ser glorificado naquilo que ele mesmo a tem como mal? Como ele pode decretar algo que sua própria vontade perceptiva condena? Não seria uma esquizofrenia (desculpa a palavra)?
Em Cristo,
Bruno Mathias.
Bruno, um exemplo clássico seria a morte de Cristo. O assassinato é condenado pela Sua vontade preceptiva, mas ainda assim a morte de Seu Filho foi preordenada,decretada, pela vontade decretiva pelo Pai. Isso por si, não prova a coerência, mas a biblicidade da doutrina dos dois tipos de vontade em Deus.
ResponderEliminarUma das coisas que posso apontar em relação a coerência é que na vontade preceptiva é como se Deus olhasse para algo como bom em si. P. exemplo, como Ele é o doador da vida e essa vida significa ser Sua imagem e semelhança, Ele não quer que a vida seja tirada por meio de assassinato. Já na vontade decretiva é como se olhasse para as coisas no contexto da universalidade de todas as coisas, isto é, considerando tudo o mais incluindo as pontencialidades. É um contexto mais amplo onde Ele pesa desejos conflitantes, como por exemplo Seu desejo de que a vida não seja tirada com Seu desejo de exercitar a justiça e punir com a morte o pecador, e traça um plano, toma uma decisão, decreta, para o bem da Sua criação e exaltação de Sua glória. Na vontade secreta não há contradição com a vontade revelada, antes uma harmonização. É uma questão de contexto menor e contexto maior.. Se puder dá uma lida nos textos de John Piper e do Dominic sobre as vontades de Deus.
Que Deus te abençoe ricamente!!!