domingo, 31 de julho de 2011

Comentário Matthew Henry: 1 Timóteo 2:4-7

Como uma razão por que deveríamos nos preocupar em nossas orações com todos os homens, ele mostra o amor de Deus à humanidade em geral (v.4).

1. Uma das razões de orarmos por todos os homens é que há um só Deus, e esse Deus tem uma boa vontade por toda a humanidade. Há um só Deus (v.5); não há outro, não pode haver outro, porque somente pode haver um infinito. Esse único Deus quer que todos os homens se salvem; Ele não deseja a morte e destruição de ninguém (Ez 33:11), mas o bem-estar e salvação de todos. Não que Ele tenha decretado a salvação de todos, poque então todo os homens seriam salvos; mas Ele tem uma boa vontade para a salvação de todos, e ninguém perece senão pela própria culpa (Mt 23:37). Ele quer que todos sejam salvos e venham ao conhecimento da verdade, para serem salvos da forma como Ele estabeleceu, e não de outra forma. Cabe a nós obter o conhecimento da verdade, porque essa é a maneira de ser salvo. Cristo é o caminho e a verdade, e Ele também é a vida.

2.Há um Mediador, e esse Mediador se deu a si mesmo em preço de redenção por todos. Como a misericórdia de Deus estende-se a todas as suas obras, assim a mediação de Cristo estende-se a todos os filhos dos homens. Ele pagou um preço suficiente para a salvação de toda a humanidade; Ele fez com que a humanidade estivesse debaixo de novos termos diante de Deus, assim que eles não estão mais debaixo da lei como um pacto de obras, mas como uma rgra de vida. Eles estão debaixo da graça; não debaixo do pacto da inocência, mas debaixo do novo pacto: Ele deu a si mesmo em preço de redenção. 

Observe: A morte de Cristo foi uma redenção, um “contra-preço”. Merecíamos morrer. Cristo morreu por nós, para salvar-nos da morte e do inferno. Ele se deu a si mesmo em preço de redenção, voluntariamente. Uma redenção para todos; assim, toda a humanidade é colocada numa condição melhor do que a dos demônios. Ele morreu para executar uma salvação comum: dessa forma, Ele se colocou na posição de Mediador entre Deus e os homens. Um mediador pressupõe uma controvérsia. O pecado tinha provocado uma discórdia entre nós e Deus: Jesus Cristo é um Mediador que tem como finalidade fazer paz, unir Deus e os homens, na forma de um árbitro, que põe a mão sobre nós ambos (Jó 9:33). Ele é uma redenção que deveria servir de testemunha a seu tempo, isto é, nos tempos do Antigo Testamento, seus sofrimentos e a glória que seguiriam eram falados como coisas a serem reveladas nos últimos tempos (1 Pe 1:10,11). E eles são adequadamente revelados. Paulo foi ordenado pregador e apóstolo, para anunciar aos gentios as boas novas da redenção e salvação em Jesus Cristo. Paulo foi encarregado de pregar essa doutrina da mediação de Cristo a toda criatura (Mc 16:15). Ele foi designado para se tornar doutor dos gentios, na fé e na verdade. 

Observe:

(1) É bom e aceitável aos olhos de Deus, nosso Salvador, que oremos pelos reis e por todos os homens, e também que levemos vidas quietas e sossegadas; e essa é uma razão muito boa para fazermos tanto um quanto o outro. 

(2)Deus tem uma boa vontade para a salvação de todos. Então a falha não é que Deus não tenha vontade para salvar os homens, mas a falta de vontade deles mesmos para serem salvos da maneira de Deus. O nosso bendito Senhor declara a falha: E não quereis vir a mim para terdes vida (Jo 5:40). Quantas vezes eu quis ajuntar os teus filhos, e tu não quiseste (veja Mt 23:37). 

(3) Esses que são salvos devem chegar ao conhecimento da verdade, porque esse é o caminho delineado por Deus para salvar os pecadores. Sem conhecimento, o coração não pode ser bom; se não conhecemos a verdade, não podemos ser governados por ela. 

(4) Podemos perceber que a unidade de Deus é reinvindicada e unida á unidade do Mediador; e a Igreja de Roma também pode manter uma pluralidade de deuses bem como uma pluralidade de mediadores. 

(5) Esse que é um Mediador no sentido do Novo Testamento deu-se a si mesmo em preço de redenção. Então é vã a pretensão da Igreja Católica Romana de que há somente um Medador de penitência, mas muitos de intercessão; porque, de acordo com Paulo, quando Cristo deu-se a si mesmo com preço de redenção, essa era uma parte necessária do ofício do Mediador; e, na verdade, isso coloca o fundamento para sua intercessão. 

 (6) Paulo foi ordenado ministro, para anunciar aos gentios que Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens, que se deu a si mesmo em preço de redenção por todos. Essa é a verdade que todos os ministros devem pregar, até o final dos tempos; e Paulo glorificou seu ministério, como apóstolo aos gentios (Rm 11:13). 

 (7) Os ministros devem pregar a verdade, aquilo que compreendem dela e, eles próprios, devem crer nela. Semelhantemente aos apóstoloos, eles devem pregar em fé e verdade, e devem também ser fiéis e de confiança.


Comentário Bíblico Matthew Henry. 1 Timóteo. Pg 688-689. Editora CPAD

Nota:  Originalmente essa postagem foi nomeada de "Matthew Henry:  1 Timóteo 2:4-7", mas eu alterei para "Comentário Matthew Henry:  1 Timóteo 2:4-7", por ter descoberto que na verdade não foi o próprio Matthew Henry que escreveu esse comentário sobre 1 Timóteo.   O puritano faleceu quando completou o seu comentário sobre o livro de Atos, sendo os demais livros do Novo Testamento escritos por autores que tinham o mesmo modo de pensar que Matthew, utilizando as notas (manuscritos) originais do mesmo.  Especificamente o comentário da carta à Timóteo foi escrito (completado) por Benjamin Andrews Atkinson.    Apesar disso, esse comentário buscou seguir o pensamento do puritano sobre o texto, conforme demonstraremos na postagem "Matthew Henry: A Redenção Universal da Humanidade".

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