domingo, 27 de novembro de 2011

João Calvino (1509-1564): Cristo Representou Todos os Pecadores - Citações Diversas

Sermões


1) Ele o amava, e ainda assim Sua vontade foi afligi-lo pelos nossos pecados. Porque Ele não olhou para a justiça, para a integridade e para a perfeição que estava em Jesus Cristo, mas, ao invés, o tomou como estando ali no lugar de todos os pecadores.[9] 

Assim, vemos que Jesus Cristo foi carregado com todos os nossos pecados e iniqüidades, não porque era culpado deles, mas porque estava disposto que eles lhe fossem imputados, e prestar contas por eles e fazer o pagamento. John Calvin, Sermons on Isaiah’s Prophecy of the Death and Passion of Christ, Sermon 3, 53:4-6, p., 70.



2) Bem, a partir desse exemplo, podemos ver como um pecado atrai outro! No entanto, quando diz que nosso Senhor Jesus Cristo suportou o pagamento dos nossos pecados, que o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, isso não apaga todas as imaginações frívolas, as quais o diabo inventou para obscurecer, e até mesmo destruir, a glória de Deus?

 É por isso que ele diz que nosso Senhor Jesus Cristo levou sobre Si os nossos pecados sobre o madeiro "(1Ped. 2:24). E quantos de nossos pecados? Será que isso significa apenas a culpa? De maneira nenhuma, porque a satisfação também está incluída. É por isso que, também, frequentemente é dito que o Evangelho seja "o resgate" (Rm 3:24, 1 Coríntios 1:30;. Ef 1:7;. Col. 1:14).

O que é um resgate, a não ser colocar um homem em liberdade? Suponha que eu deva essa quantia. Muito bem, aqui está o pagamento e, ao fazer isso, ele é liberado. Então, como diz o Salmo, nosso Senhor Jesus pagou as dívidas de todos os pecadores. Isto é o que eu mencionei de Isaías: Que todo o castigo foi colocado sobre ele (Isaías 53:4). 

Qual é o castigo, a não ser a satisfação de todos os pecados que cometemos? Esta verdade é testemunhada repetidamente nas Escrituras, que não seria o caso, se quiséssemos insistir no que os romanistas crêem. John Calvin, Sermons on 2 Samuel, 38, 12:13-14, p., 575-6.
3) Observe bem, então, que o Filho de Deus não se contentou em meramente oferecer Sua carne na completa medida para comparecer perante o tribunal de Deus, Seu Pai, no nome e na pessoa de todos os pecadores, sendo então pronto a ser condenado, uma vez que o Filho de Deus se expos a tal humilhação ...

Quando vemos isso, temos de perceber que nosso Senhor Jesus Cristo não teve companhia quando Se ofereceu como um sacrifício por nós, mas Ele sozinho completou e cumpriu o que era necessário para nossa salvação. E isso é indicado para nós mais uma vez, de uma forma melhor, quando os discípulos não conseguem ficar despertos e adormecem, embora a hora estivesse se aproximando na qual Nosso Senhor teria de sofrer pela redenção da humanidade ... Nisso nos é mostrada em uma vívida imagem que era mais necessário que o Filho de Deus levasse sobre si todos os nossos fardos, porque Ele não poderia esperar outra coisa ...

Então, quando vemos que Deus convoca todos aqueles que mereceram a condenação eterna e que são culpados do pecado e que Ele está lá para pronunciar a sentença de forma tal como eles tem merecido, quem não conceberia a medida plena de todas as mortes, dúvidas e terrores que poderiam haver em cada um? E que profundidade haveria nisso! Agora, era necessário que a nosso Senhor Jesus Cristo por si mesmo sem ajuda sustentasse tal fardo ...

Tenhamos mútua concórdia e fraternidade juntos, pois Ele sustentou e suportou a condenação que foi pronunciada por Deus Pai sobre todos nós. John Calvin, Sermons on the Deity of Christ, Sermon 3, Matt 26:36-39, pp., 52, 55, 60, and 65 .


4) É por isso que ele é tomado como um cativo, a fim de não retroceder quando sabia que tinha de realizar a responsabilidade que foi colocada sobre Ele, isto é, oferecer a Si mesmo em sacrifício para a redenção de todos nós ... Porque Jesus Cristo, após ter jejuado no deserto, foi enviado por Deus Pai para anunciar a doutrina do Evangelho ... 

Mas aqui há uma relação especial. É que Ele seria o Redentor do mundo. Ele seria condenado, na verdade, não por ter pregado o Evangelho, mas por nós seria oprimido, por assim dizer, nas profundezas, e sustentou a nossa causa, pois Ele estava lá, por assim dizer, na pessoa de todos aqueles malditos e de todos os transgressores, e daqueles que mereceram a morte eterna. Então, uma vez que Jesus Cristo tem esse oficio, e carrega o fardo de todos aqueles que ofenderam mortalmente a Deus, é por isso que Ele manteve o silêncio.John Calvin, Sermons on the Deity of Christ, Sermon 5, Matt 25:51-56, pp., 89 and 95.

5) Então, uma vez que esse ladrão era um homem reprovado por todos, e Deus o chamou tão abruptamente, o Senhor fez eficaz para ele Sua paixão e morte a qual Ele sofreu e suportou por toda a humanidade, tudo isso convinha mais para nos confirmar .... 

Mas, apesar de nosso Senhor Jesus Cristo, por natureza, experimentar a morte em horror e, certamente, foi uma coisa terrível para Ele ser encontrado diante do tribunal de Deus no nome de todos os pobres pecadores (pois Ele estava lá, como se fosse, tendo de sustentar todos os nossos fardos), no entanto, Ele não falhou em se humilhar a tal condenação por nossa causa ...John Calvin, Sermons on the Deity of Christ, Sermon 9, Matt 27:45-54, pp., 151, and 155-156.

6) Mas temos que salientar que, uma vez que nosso Senhor Jesus Cristo foi formado da semente de Abraão para realizar as coisas que foram prometidas, sim, e que não poderia ser o mediador entre Deus e nós, a menos que fosse da nossa natureza , pois Ele não poderia ter expiado pelas ofensas, pelas quais somos obrigados a condenação eterna, a menos que tivesse se vestido com nosso corpo, e tinha uma alma, a fim de se apresentar na pessoa de todos os homens, e assim era necessário que nosso Senhor Jesus Cristo fosse da carne de nosso corpo. Daí podemos dizer que Ele é de nossos ossos e da nossa carne. E por quê? Ele descende da raça de Adão, como eu disse antes. John Calvin, Sermon on Ephesians, Sermon 41, 5:28-30, p., 600.


Comentários


7) Agora, apesar de que o Filho de Deus não fosse apenas puro, mas a pureza em si, ainda era o representante da raça humana, Ele se submeteu à Lei, e (como ensina Paulo) se submeteu à Lei " para redimir os que estavam sob a Lei". (Gálatas 3:13 e 4:5.) John Calvin, Leviticus 12:2.

8) Está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. Agora, Cristo foi pendurado na cruz, portanto a maldição se abateu sobre Ele. Mas é certo que não sofreu essa punição por sua própria causa. Portanto, disso se segue que ou Ele foi crucificado em vão, ou a nossa maldição foi lançada sobre Ele, para que nós possamos ser livres dela. 

Agora, ele não diz que Cristo foi amaldiçoado, mas o que é ainda pior, que Ele era uma maldição - sugerindo que a maldição "de todos os homens foi colocada sobre ele" (Isaías 53:6). Se alguém acha essa linguagem dura, deixe-o ter vergonha da cruz de Cristo na confissão na qual nós temos por gloriosa. Não era desconhecido a a Deus qual morte Seu próprio Filho morreria, quando Ele pronunciou a Lei "aquele que for pendurado é maldito de Deus." (Deuteronômio 21:23)..

Mas como isso acontece, ele perguntaria, porque um Filho amado é amaldiçoado por seu Pai? Nós respondemos: Há duas coisas que devem ser considerados, não só na pessoa de Cristo, mas também na sua natureza humana. 

A primeira é que Ele era o Cordeiro imaculado de Deus, cheio de bênção e de graça, a outra é que Ele se colocou em nosso lugar, e assim se tornou um pecador, sujeito à maldição, e não por si mesmo, de fato, mas por nós, ainda assim de uma tal maneira, que se tornou necessário para Ele ocupar o nosso lugar. Ele não poderia deixar de ser o objeto do amor do Pai, e ainda assim enfrentou a Sua ira. Porque como Ele poderia reconciliar o Pai a nós, se tivesse incorrido em Sua ira e desprazer? John Calvin, Galatians 3:13. [br]


Fonte:  http://calvinandcalvinism.com/?p=230


APÊNDICE: Citações Já Publicadas em Português 


3.  Cristo Representa Todos os Pecadores


8) “Está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro”. Cristo foi pendurado na cruz. Portanto, Ele caiu nessa maldição. Mas é certo que Cristo não sofreu aquele castigo por sua própria culpa. Segue-se, pois, ou que Ele foi crucificado em vão, ou que a nossa maldição foi lançada sobre Ele, para que ficássemos livres dela. Ora, o apóstolo não diz que Cristo era maldito; diz algo ainda mais importante: Ele se fez maldição, significando que a maldição de todos nós caiu “sobre ele” (Is 53:6). Se alguém acha severa esta linguagem, que tal pessoa se envergonhe da cruz de Cristo, em cuja confissão nos gloriamos. Deus não ignorava o tipo de morte que seu Filho morreria, quando pronunciou: “O que for pendurado em madeiro é maldito de Deus”. (Dt 21:23)

Mas, como é possível, alguém perguntaria, que o Filho amado fosse amaldiçoado por seu Pai? Respondemos: há duas coisas que têm de ser consideradas não só na pessoa de Cristo, mas também em sua natureza humana. Uma é que Ele era o Cordeiro de Deus imaculado, cheio de benção e de graça. A outra é que Ele assumiu o nosso lugar, tornando-se assim um pecador, sujeito à maldição, não em Si mesmo, mas em nós, de tal maneira que Lhe era indispensável ocupar o nosso lugar. Cristo não podia deixar de ser o objeto do amor de Deus, mas, apesar disso, suportou a sua ira. Pois, como poderia Ele reconciliar conosco o Pai, se o Pai fosse um de seus inimigos e O odiasse?” Calvino, João. Gálatas-Efésios-Filipenses-Colossenses. Comentário de Gálatas, pgs 101-102. Editora Fiel.


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