terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Thomas Duke: 2 Pedro 3:9

Uma Análise Exegética de 2 Pedro 3:9

por 

Thomas H. Duke

Vencedor 
do 
Baxter C. Phillips 
e Wanda L. Phillips 
Greek Exposition Award de 1996

Southeastern Baptist Theological Seminary
Wake Forest, North Carolina




"Você quase me persuadiu a tornar-me um cristão" (Atos 26:28)

É possível que o mais leal calvinista, quando confrontado com 2 Pedro 3:9, venha ecoar a resposta do Rei Agripa para o apóstolo Paulo, dizendo “você quase me persuadiu a tornar-me um arminiano”. Certamente, Loraine Boettner, ele mesmo um ardente defensor dos cinco pontos do calvinismo, observou:

“É verdade que alguns versículos [incluindo 2 Pedro 3:9] tomados em si mesmos parecem implicar a posição arminiana” [1].

Ele não está só reconhecendo as aparentes dificuldades desse versículo para os calvinistas de cinco pontos, particularmente com relação a sua concepção das doutrinas da depravação total, eleição incondicional, e expiação limitada, pois ao atribuir para Deus o desejo ou a vontade de salvar todos os homens, esse versículo se choca com o teórico – e teológico – coração do tradicional sistema calvinista. Ainda assim, a contenda de ambos os lados sobre o sentido soteriológico desse versículo pressupõe o principal propósito de Pedro ao escrever, resultando, talvez, em interpretações distorcidas, as quais são intentadas mais para forçar a passagem a se encaixar em um sistema do que o o contrário. [2]

Sem dúvida, esse texto, o qual declara que Deus

 “não deseja que ninguém pereça, mas que todos venham ao arrependimento” [3] 

toca profundamente sobre a natureza e extensão da salvação. No contexto, entretanto, Pedro está primariamente preocupado no capítulo 3 com escatologia, a certeza do segundo advento de Jesus Cristo, e em refutar falsos mestres que argumentavam contra isso, e não com soteriologia nem com fazer uma exposição completa da doutrina da salvação. Uma apreciação disso informa e circunscreve a seguinte exegese de 2 Pedro 3:9 na esperança de evitar o erro de demandar mais do texto do que ele honestamente oferece.



Contexto e Pano de Fundo Histórico


Embora vagamente dirigida para “aqueles que receberam conosco uma fé igualmente valiosa”, a segunda epístola de Pedro inequivocamente se preocupa com a ameaça representada aos crentes por falsos mestres que estavam infiltrados ou logo se infiltrariam na congregação dos crentes espalhando suas destrutivas heresias. [4]

O capítulo 3 responde especificamente para a heresia que nega a realidade da Parusia de Cristo. Pedro começa por exortar seus leitores a se recordar

“das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos” 

que os alertaram anteriormente de que

“nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo suas próprias paixões” [5]. 

Esses falsos mestres, diz Pedro, atacariam sua fé na Parusia de Cristo de duas maneiras. Primeiro, eles questionam com ceticismo:

“Onde está a promessa de Sua vinda?” 

a fim de sugerir que muito tempo se passara desde a (alegada) ascensão de Cristo para seu prometido retorno ser verdadeiro. Em segundo lugar, invocando uma forma corrente de pensamento “uniformista”, eles alegariam, sobre fundamentos racionalistas que “todas as coisas continuam como elas eram desde o inicio da criação”, tornando tal reivindicação [do retorno de Cristo] não crível. [6]

Pedro oferece quatro argumentos para refutar os escarnecedores. Do versículo 5 ao 7, ele aborda o segundo argumento deles. Pedro os acusa de "voluntariamente" esquecer a soberania de Deus na criação, manutenção e destruição "do mundo que então existia ", falando do dilúvio de Noé, e Sua permanente soberania sobre "os céus e a terra que agora existem", que estão "reservados para o fogo até o dia do juízo e perdição dos homens ímpios".

Nos versículos 8 e 9, ele ataca o primeiro argumento dos escarnecedores. No versículo 8, Pedro ensina seus leitores que a fidelidade de Deus para com Sua promessa não pode ser medida pela experiência humana do tempo, porque Ele não está no tempo nem é limitado pelo tempo. Para Ele, o tempo é absolutamente relativo; um dia e mil anos representam a mesma realidade a partir de Sua perspectiva. Pedro chega ao coração da razão para a demora na Segunda Vinda de Cristo no versículo 9. Não é porque, como os escarnecedores afirmam, ele está indiferente ou incapacitado. Ao invés, Ele tem propositadamente feito seu retorno demorar porque Ele é “longânimo...não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”.

Finalmente, no versículo 10, Pedro conclui seu ataque de quatro frentes, reafirmando o Kerygma apostólico sobre a certeza da parusia de Cristo:

 "Mas o dia do Senhor virá como um ladrão de noite. . . . '[7] 

Os versículos restantes do capítulo 3 introduzem um componente ético na parusia de Cristo. Contra as práticas debochadas dos falsos mestres, Pedro oferece a certeza do retorno de Cristo como fundamento do cristão para esperança e incentivo para o comportamento moral no tempo presente.


Estudo Léxico e Sintático


3:9 (a) “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco...”

Pedro começa esse terceiro argumento estabelecendo um contraste entre duas palavras: "retarda” e “longanimidade", a primeira significando, sem dúvida, a alegação feita contra o Senhor pelos escarnecedores, e a última significando a resposta de Pedro para isso.

As palavras "retarda" e "demorada” são derivadas do mesmo verbo grego, braduno, o qual significa “atrasar, ser lento, tornar lento, retardar"[7]. Assim, para os escarnecedores, o simples fato de uma demora no cumprimento de "Sua promessa", referindo-se ao retorno de Cristo, provê fundamento suficiente para que eles disputem a realidade disso.

A palavra "julgar" na frase "como alguns a julgam demorada" traduz o verbo grego hegeomai, e significa “considerar, julgar, contar como ou pensar” [8] Ela denota

"uma crença não repousa sobre um sentimento interior, mas sobre a devida consideração fundamentos externos, a avaliação e comparação de fatos” [9]. 

Por meio disso Pedro informa seus leitores que os escarnecedores interpretam o atraso de acordo com uma abordagem racionalista e anti-sobrenatural que se baseia não na sua fé, mas somente sobre sua razão e experiência.

Embora os escarnecedores se baseiem sobre o fato da demora para denegrir o caráter de Deus, Pedro se baseia sobre o motivo da demora para exaltar o caráter de Deus, demonstrando que Ele é amoroso, gracioso e misericordioso para com todos, mesmo para com os escarnecedores. Ao invés de ser uma prova contrária da parusia de Cristo, Pedro  insiste que a demora demonstra que o Senhor é "longânimo para convosco".

O verbo grego makrothumeō, traduzido aqui por “longanimidade" significa

"ser paciente em suportar as ofensas e injúrias de outros, ser brando e lento para vingar, ser longânimo, lento para se irar, lento para punir”. 

Nesse contexto, refere-se particularmente ao Senhor adiar o castigo do pecado. [11] O verbo, aparecendo em seu presente, ativo, forma indicativa, denota uma ação contínua ou uma ação repetida no presente. Isto sugere que o Senhor continuará atrasando Sua Parusia pela duração da Sua longanimidade.


3:9(b): "não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”.


Se Sua longanimidade é a razão para a demora, a Sua vontade ou desejo em relação a todos os homens é a motivação por trás da razão. Há, ao que parece, dois aspectos relacionados, porém separáveis do “querer” de Deus, um aspecto negativo e outro positivo: Ele está “não querendo que nenhum pereça” e Ele está, no entanto, querendo “que todos cheguem ao arrependimento”

A palavra “querer” traduz uma forma uma forma presente do particípio do verbo grego boulomai, o qual tem uma estreita semelhança de significado e uso com outro verbo grego thelō. De modo geral, presentes do particípio denotam a ação tomando lugar ao mesmo tempo que a ação do verbo principal, no caos “longânimo” [12]. Uma vez que esse verbo makrothumeō aparece na forma presente, ativa, indicativa, a implicação é que o “querer” de Deus continua durante todo o tempo que sua "paciência" continuar. Assim, Pedro pode estar transmitindo que quando a longanimidade de Deus se esgotar, assim também o Seu querer sobre isso igualmente terá fim.

Dietrich Müller observa:

"Uma clara distinção terminológica entre boulomai (originalmente volição como um ato mental) e thelo (originalmente um desejo instintivo) não é mais possível após a sobreposição muito próxima das áreas abrangidas pelas palavras e é excluída no momento do Novo Testamento em grande parte por seus amplo uso sinônimo."[13] 

Ele acredita que boulomai pode representar qualquer um dos dois tipos de volição. Essa palavra pode "denotar vontade consciente em conseqüência de uma definida reflexão, uma decisão da vontade” [14] Este tipo de volição, diz Muller, “sempre pressupõe a possibilidade de liberdade de decisão" e refere-se tanto a vontade de Deus quanto a vontade humana. [15] Ou, boulomai pode designar um desejo determinado pelas 
inclinações pessoais. [16] Ainda assim, Muller nota que nos casos em que se relaciona com o conselho, com a intenção ou com a vontade de Deus (como em 2 Pe. 3:9):

"É sempre um caso de uma irrefragável [isto é, inquebrável, imutável] determinação” [17]

Gottlob Schrenk, depois de analisar o significado de boulomai na Septuaginta e nos escritos de Josefo e de Philo, considerou as suas relativamente poucas ocorrências no Novo Testamento e concluiu que: “na maioria das passagens do NT [em que boulomai ocorre]. . . o sentido é o de 'querer', 'desejar' ou “intentar”, e, muitas vezes, com alguma coisa de todos os três” [18]

Arndt e Gingrich relacionam boulomai a “decisões da vontade, após prévia deliberação” [19] Thayer distingue entre boulomai e thelō nessa base:

“No tocante à distinção entre boulomai e thelō, o primeiro parece designar a vontade que resulta da deliberação, o último [parece designar] a vontade que procede da inclinação. . .Muitos concordam. . . que [thelō] dá destaque ao elemento emotivo e [boulomai] ao racional e volitivo; que [thelō] significa a escolha, enquanto boulomai ressalta a escolha como deliberada e inteligente..."[20]

Três outras palavras tem importância no significado do versículo: "perecer" (apollumi), "vir"(chōreō), sendo ambas infinitivo aoristo no grego; e "arrependimento" (metanoia).

No seu sentido literal apollumi significa “destruir ou matar na batalha" ou "perecer" [21] Aqui ele é usado figurativamente para representar "definitiva destruição, não meramente... da extinção da existência física, mas sim de um mergulho eterno no Hades e um irremediável destino de morte". [22]

Chōreō também tem um sentido literal, bem como um uso figurado. Literalmente, ele possui vários tons de significado de "ir, sair, ir embora, buscar" a "estar em movimento, seguir em frente, fazer progressos " a “ter espaço para, manter, conter". Figurativamente, ele conota "coração aberto" ou "mentalmente agarrar, aceitar, compreender, ou entender alguma coisa". [23] Um autor define o sentido figurado como "receber uma doutrina, admitir, dar assentimento... receber o coração de alguém [ou sua] afeição" [24].

Finalmente, metanoia se refere a

“ mudança de mente daqueles que começaram a abominar seus erros e crimes, e que decidiram entrar em um melhor curso da vida, de modo que essa palavra abrange tanto um reconhecimento do pecado e tristeza por ele quanto sincera mudança, o símbolo e os efeitos dos quais são boas ações." [25] 

Jurgen Goetzmann comenta:

"É claro que nós não estamos falando nem de uma mudança puramente exterior nem de uma mudança meramente intelectual de idéias". [26]

Uma paráfrase do pensamento de Pedro aqui pode ser:

"O Senhor continua pacientemente suportando a maldade de toda a humanidade, preferindo que ninguém vá para inferno, mas desejando que todos abram o coração para compreender a Sua graça para com eles em Jesus Cristo e que se arrependam de suas iniquidades antes que seja tarde demais.”

Tendo dito isso, o escritor nota que as questões inquietantes ainda permanecem sobre essa parte do versículo 9, as quais não foram respondidas pela análise das definições, sintaxe, gramática e das próprias palavras.


Análise Teológica


No entanto, uma coisa é clara: a intenção primária de Pedro no versículo 9 é refutar o argumento dos escarnecedores de que a demora na Parusia de Cristo a torna altamente suspeita ou simplesmente falsa. Ele faz isso por oferecer tanto a razão para Sua demora (Sua longanimidade) quanto a motivação subjacente a essa razão (Seu querer).

O versículo 9 contribui com essa percepção para o ataque de Pedro: o amor de Deus por todos os homens, ao invés de sua incompetência, indiferença, ou incapacidade (como os escarnecedores teriam explicado), explica a demora em Seu retorno. A resposta de Pedro, portanto, fundamenta a demora no caráter amoroso, bondoso e misericordioso de Deus. Ao mesmo tempo parece que Pedro liga a duração da demora à longanimidade do Senhor, não à Sua vontade, de modo que a demora na Sua segunda vinda depende da duração de sua longanimidade, e não que todas as pessoas se arrependam.

Outros versículos na epístola reforçam decisivamente a exclusão de uma interpretação de “conversão universal”. Por exemplo, o versículo 7 do capítulo 3 fala dos céus e da terra sendo reservados "para o fogo até o dia do juízo e perdição dos homens ímpios".(grifo nosso). Não obstante, a paciência de Deus na espera por e querendo que todos cheguem ao arrependimento, nem todos irão se arrepender e ser salvos no final.

Duas questões surgem naturalmente a partir dessa compreensão do texto. A primeira pergunta é: Qual é o significado soteriológico desse "querer” por Deus? A segunda é: Assumindo que Deus emite um convite universal a todos os homens, quem é o responsável por efetuar esse “vir” ao arrependimento, Deus ou o homem?

Cada uma dessas perguntas implica em um conjunto de questões que têm dividido perenemente calvinistas e arminianos, com os primeiros colocando diretamente no debate coisas como a depravação do homem e a predestinação e eleição de pessoas por Deus, e os últimos colocam no meio da discórdia, igualmente, a extensão da expiação e a "resistibilidade" da chamada graciosa de Deus para a salvação.

Neste ponto é preciso lembrar o propósito de Pedro ao escrever e o específico papel que o versículo 9 desempenha na sua resposta ao escarnecedores. Levar essas questões, e outras relacionadas, ao texto, vai além do âmbito daquilo que Pedro pretendia abordar. Ele pretendia armar seus leitores para que eles pudessem se defender contra a heresia dos “escarnecedores” por provar a certeza da Parusia de Cristo. Embora Pedro mencione a “vontade” de Deus no que diz respeito à salvação de todos os homens, ela é [um argumento] secundário e a serviço de seu argumento principal. Significativamente, ele não desenvolve o sentido soteriológico dessa verdade nos versículos seguintes.

Com esta limitação em vista, ainda assim é possível recolher do versículo 9 algumas percepções sobre a mecânica da salvação. Primeiro, Deus realmente quer que todos os homens sejam salvos, e por esta razão é que demora Sua Segunda Vinda. Mesmo João Calvino reconhece que tal

"é o Seu maravilhoso amor para com a raça humana, que Ele deseja que todos os homens sejam salvos, e está preparado para trazer . . o que perece à salvação". [27]

Essa verdade certamente favorece a idéia popular entre arminianos e calvinistas moderadosde uma expiação geral, mas cria problemas para a exclusiva idéia calvinista de uma expiação limitada. Em segundo lugar, uma vez que, como mencionado acima, o versículo 9 aponta para o fato de que nem todos serão salvos, isso implica, necessariamente, que essa disposição de Deus, da qual Pedro fala, não deve, por si só, trazer todos os homens ao arrependimento.

No entanto, o versículo não parece favorecer nem o ponto de vista arminiano nem o calvinista. Ele não resolve esse mistério e não dá nenhuma base para decidir se os homens não chegam ao arrependimento porque, devido ao seu livre-arbítrio, eles tem sucesso em resistir à graça de Deus; ou porque Deus não os elegeu, e, portanto, não estendeu a eles o chamado eficaz. [28]

Em terceiro lugar, do lado do homem da equação, o versículo 9 implica que algo mais é necessário do que o “querer” de Deus e Seu convite antes que os homens venham a se arrepender. Embora relacionada com a precedente, essa percepção se concentra diretamente na habilidade do homem em responder à oferta de Deus. Mais uma vez, o versículo 9 levanta a questão, sem resolvê-la, se o homem possui a capacidade de responder a Deus por si só em fé e arrependimento, ou, ao invés, opera sob total incapacidade de responder a Deus até que Ele interfira de forma direta e sobrenatural para capacitar o homem a responder. [29]


Aplicação Prática e Conclusão


Para resumir:  Pedro, em 2 Pe 3:9, faz o seu terceiro argumento contra os falsos mestres que negavam ou logo negariam a realidade da Parusia de Cristo com base em pressupostos racionalistas e anti-sobrenaturais sobre a razão para a demora no Seu retorno. Ele toma o ponto mais forte, ou seja, o fato da demora, e faz uma forte defesa para si e para seus leitores por explicar a demora em termos do caráter amoroso, bondoso e misericordioso de Deus.

Os escarnecedores acusavam Deus de indiferença ou, pior ainda, de incapacidade; Pedro afirmou o amor universal de Deus para todos homens expresso em Seu desejo sincero de que todos os homens deixem seus maus caminhos e venham a Ele em arrependimento. No versículo 9, como em todo o capítulo 3, Pedro está primariamente preocupado com a escatologia e não com soteriologia, buscando confirmar nas mentes de seus leitores a certeza da Parusia com o propósito de motivá-los a uma vida santa.

No entanto, é possível extrair do versículo 9 algumas percepções sobre a mecânica da salvação. Assim, Deus, de fato, quer que todos os homens sejam salvos Por si só, esse querer de Deus não é eficaz em trazer todos os homens à salvação; algo mais é necessário. Da mesma forma, embora Deus esteja disposto a que todos os homens sejam salvos e, de fato, emite um convite para que todos possam vir a Ele, algo mais parece ser necessário do lado do homem da equação antes que ele venha responder.

Hoje, com os hereges de ontem tendo se tornado a respeitada elite intelectual em todos os campos, da ciência à religião, da mídia à educação estabelecida, a mensagem de Pedro no versículo 9 pode carregar ainda maior peso do que quando foi entregue. A igreja deve sempre se voltar para a esperança de seu chamado, o qual é fundamentado sobre a certeza do retorno de Cristo, e afirmar com confiança, com fé contra as vozes pessimistas do racionalismo e do naturalismo, que Ele só demora por causa do Seu amor pelos perdidos.


Notas:


[1] Loraine Boettner, The Reformed Doctrine of Pledestination, 8th ed. (Grand Rapids,
MI: William B. Eerdmans, 1958), 295.

[2] Por exemplo, Gordon Clark interpreta esse versículo assim: “Deus não deseja que todo homem sem exceção se arrependa...Portanto, Pedro está dizendo simplesmente que Cristo não retornará até que cada um dos eleitos venha ao arrependimento”. Gordon H. Clark, Peter Speaks Today (Philadelphia: Presbyterian and Reformed, 1972), 71.

[3]All Bible quotations come from the New King James Version (Nashville: Thomas
Nelson Publishers, 1983).

[4] Embora a maioria dos estudiosos rejeitem essa epístola como uma genuína obra do apóstolo Pedro, a posição tomada aqui é que a evidência pelas sua autenticidade, incluindo o fato de sua canonização, simplesmente supera a evidência contra ela. Para um tratamento mais detalhado dessa questão, veja Donald Guthrie, New Testament Introduction, 4th rev. ed. (Downers Grove, IL: Intervarsity Press, 1990), 805-42.

[5] 2 Pe 3:1-3.

[6] 2 Pe 3:4. Veja William Barclay, The Letters of James and Peter (Philadelphia:
Westminster Press, 1960), 400.

[7]Joseph Henry Thayer, The New Thayer's Greek-English Lexicon of the New Testament (Peabody, MA: Hendrickson Publishers, 1981), 105.

[8] Ibid. 276

[9] Ibid

[10] Ibid., 387

[11] Ibid

[12]J. W. Wenham, The Elements of New Testament Greek (Cambridge, MA: University
Press, 1993), 152-53.

[13] Colin Brown, ed., The New International Dictionary of New Testament Theology, vol. 3 (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1971), s. v. "Will" by Dietrich Miiller, 1015.

[14] Ibid., 1016-17

[15] Ibid.

[16] Ibid.

[17] Ibid., 1017

[18] Gerhard Kittel, trans. and ed., Theological Dictionary of the New Testament, vol. 1
(Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans, 1965), s. v. "boulomai” by Gottlob Schrenk,
632.

[19] Walter Bauer, William F. Arndt, and F. Wilbur Gingrich, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, 4th ed. (Chicago: University of Chicago Press, 1952), 145.

[20] Thayer, 286.

[21] Colin Brown, ed., The New International Dictionary of New Testament Theology, vol. 1 (Grand Rapids, MI: Zondervan, 1971), s. v. "Destruction," by Hans-Christoph Hahn, 464.

[22] Ibid

[23] Bauer, Arndt, and Gingrich, 89-98,

[24] Spiros Zodhiates, ed., The Complete Word Study Dictionary of the New Testament (Iowa: World Bible Publishers, Inc., 1992), 1489..

[25] Thayer, 406.

[26] Gerhard Kittel, trans. and ed., Theological Dictionary of the New Testament, vol. 1 (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans, 1965), s. v. "metanoia” by Jiirgen Goetzmann, 358.

[27] John Calvin, 2 Peter; Calvin's New Testament Commentaries (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans, 1989), 364.

[28]Arminianos, é claro, seriam rápidos para explicar o “algo mais” necessário em termos de “livre-arbítrio”. Calvinistas, por outro lado, igualmente, [rapidamente] iriam se fundamentar sobre a distinção entre um “chamado geral exterior” e o “chamado interno ou eficaz” e outros conceitos de uma expiação limitada para a condenação última daqueles de quem Deus quer salvar.

[29] Naturalmente, a primeira resposta declara a posição arminiana clássica e a última a posição calvinista.

Fonte:  Thomas H. Duke, “An Exegetical Analysis of 2 Peter 3:9,” Faith & Mission 16 (1999)
Tradução:  Emerson Campos Pinheiro.

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