quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os Cânones de Dort: Todos os Homens Sujeitos à Ira de Deus

1:1 Todos os homens pecaram em Adão, estão debaixo da maldição de Deus e são condenados à morte eterna. Por isso Deus não teria feito injustiça a ninguém se Ele tivesse resolvido deixar toda a raça humana no pecado e sob a maldição e condená-la por causa do seu pecado, de acordo com estas palavras do apóstolo: "... para que se cale toda boca, e todo o mundo seja culpável perante Deus... pois todos pecaram e carecem da glória de Deus...", e:"...o salário do pecado é a morte..." (Rom. 3:19,23; 6:23).

1:4 A ira de Deus permanece sobre aqueles que não crêem neste Evangelho. Mas aqueles que o aceitam e abraçam Jesus, o Salvador, com uma fé verdadeira e viva, são redimidos por Ele da ira de Deus e da perdição, e presenteados com a vida eterna (Jo 3:36; Mc 16:16).

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Confissão de Fé de Westminster: Todos os Homens Sujeitos à Ira de Deus

Confissão

6:6. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, sujeito à morte com todas as misérias espirituais, temporais e eternas.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Segunda Confissão Helvética: Todos os Homens Sujeitos à Ira de Deus

8.Pecado. Por pecado entendemos a corrupção inata do homem, que se comunicou ou propagou de nossos primeiros pais, a todos nós, pela qual nós - mergulhados em más concupiscências, avessos a todo o bem, inclinados a todo o mal, cheios de toda impiedade, de descrenças, de desprezo e de ódio a Deus - nada de bom podemos fazer, e, até, nem ao menos podemos pensar por nós mesmos. 

Além disso, à medida que passam os anos, por pensamentos, palavras e obras más, contrárias à lei de Deus, produzimos frutos corrompidos, dignos de uma árvore má (Mat 12,33 ss). Por essa razão, sujeitos à ira de Deus, por nossas próprias culpas, estamos expostos ao justo castigo, de modo que todos nós teríamos sido por Deus lançados fora, se Cristo, o Libertador, não nos tivesse reconduzido.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Meint R. Van Den Berg: I Timóteo 2:4

"O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade"



Deus se agradaria se todos os homens fossem salvos. Isso Lhe seria agradável, pois não se alegra com a morte do pecador, mas sim que se converta e viva. Ele não é um Deus que se agrada que milhões de pessoas permaneçam nas garras da mentira e da perdição. Não preferiria outra coisa, a não ser que todos cheguem ao conhecimento da verdade. Quando oramos por alguém, não devemos questionar se Deus o quer salvar. É claro que Deus o quer salvar.


Fonte: Meint R. Van Den Berg. Las Cartas a Timoteo, pgs 47-48. Fundacion Editorial de Literatura Reformada (FELiRE)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Confissão de Fé de Westminster: A Divina Permissão do Pecado

Capítulo 5 – Da Providência



IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a bondade infinita de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, regula e governa em uma múltipla dispensação; mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A Segunda Confisão Helvética: A Divina Permissão do Pecado

Deus não é o autor do pecado; e até onde se pode dizer que ele endurece. Está claramente escrito: 

“Tu não és Deus que se agrade com a iniqüidade. Aborreces a todos que praticam iniqüidade.   Tu destróis os que proferem mentira” (Sal 5.4 ss). 

E de novo: 

“Quando ele profere a mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (João 8.44). 

Além disso, há em nós suficiente pecado e corrupção, não sendo necessário que Deus em nós infunda uma nova e ainda maior depravação. Quando, portanto, se diz nas Escrituras que Deus endurece, cega e entrega a uma disposição réproba de mente, deve-se entender que Deus o faz mediante um justo juízo, como um Juiz Vingador e justo. 

Finalmente, sempre que na Escritura se diz ou parece que Deus faz algo mal, não se diz, por isso, que o homem não pratique o mal, mas que Deus o permite e não o impede, segundo o seu justo juízo, que poderia impedi-lo se o quisesse, ou porque ele transforma o mal do homem em bem, como fez no caso do pecado dos irmãos de José, ou porque ele próprio controla os pecados, para que não irrompam e grassem mais largamente do que convém. Santo Agostinho escreve em seu Enchiridion: 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Tony Byrne: Substituição Penal

Essa é uma resposta que é parte de uma interação com um irmão que pensava que aqueles que defendem que Cristo morreu por toda a raça humana devem também negar substituição penal por implicação. Talvez alguns dos meus leitores possam achar minha resposta útil:

Na verdade, eu acho que seria bom que você refletisse sobre a noção de" Substituição Penal ". Essas duas palavras são importantes. Antes de mais nada, deixe-me dizer que a obra de Cristo foi mais do que uma substituição penal, mas não foi menos do que uma substituição penal.


Isso vai um pouco além da questão em pauta, mas eu creio que nos é útil refletir sobre outras realizações da obra de Cristo na Cruz do que somente enfatizar a natureza substitutiva penal dela. Acredito que você concordaria comigo que nenhuma visão singular da expiação(seja a governamental, de exemplo moral, ou Christus Victor, etc) não capta completamente a totalidade do que Cristo fez. No entanto, sua obra não foi menos do que penal e não foi menos do que substitutiva. Então, vamos refletir sobre essas duas noções.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): Quantitativa Equivalência Versus Qualitativa Equivalência



1) Aceito pela lei e pelo legislador. A fonte primordial da Lei não tem mais poder para abolir a pena do que para abolir a lei, mas tem plenos poderes para substituir a penalidade. Em caso de substituição, porém, deve ser uma estrita equivalência, e não uma fictícia ou nominal. Seria contrariar o atributo da justiça, ao invés de satisfazê-la, se Deus, por exemplo, por um ato arbitrário de vontade, substituisse o sacrifício de bois e bodes pela pena devida ao homem, ou se ele compensasse o demérito infinito do mal moral com alguma oferta finita.





O questionamento se a satisfação da justiça pela expiação de Cristo foi estrita e literal, tem uma importância prática e não apenas teórica. Uma consciência ferida de culpa é extremamente temerosa e, por isso, se há espaço para duvidar da estrita adequação da provisão judicial que foi feita para satisfazer as reivindicações da lei, uma paz perfeita, a "paz de Deus", é impossível. Daí a doutrina de uma satisfação plenária por um substituto infinito é a única em que os ministros evangélicos sustentam. A controvérsia sobre esse ponto algumas vezes resultou em pelo menos uma confusão de idéias e termos. Estrita equivalência tem sido confundida com identidade. A afirmação de que a morte de Cristo é um equivalente literal pela punição devida à humanidade, foi suposta ser o mesmo que afirmar que é idêntica a ela; e um castigo idêntico aquele devido ao homem implicaria remorso e interminável duração . Mas a identidade de punição é governado pelo princípio de substituição ou de vicariedade; um princípio que é aceito por todos os que sustentam a doutrina da expiação.

domingo, 19 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Remoção dos Obstáculos Legais

1) Pode-se perguntar, se a expiação, naturalmente e necessariamente, cancela a culpa, por que a expiação vicária de Cristo não salva todos os homens indiscriminadamente como contendem os universalistas? O sofrimento substitutivo de Cristo sendo infinito é igual em valor ao sofrimento pessoal de toda a humanidade, então, por que não estão todos os homens no mesma condição e na mesma classe de salvos por sua virtude? A resposta é: Porque é uma impossibilidade natural. A expiação vicária, sem fé é impotente para salvar. Não é a realização dessa expiação que salva o pecador, mas o confiar nela. "Pela fé sois salvos. Aquele que crê será salvo" Efésios 2:8. Marcos 16:16.

sábado, 18 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Obra da Trindade na Salvação do Homem


1) Em terceiro lugar, uma expiação, ou pessoal ou vicária, quando feita, naturalmente e necessariamente cancela as reivindicações legais. Isto significa que existe uma tal natural e necessária correlação entre a expiação vicária e a justiça, que a primeira fornece tudo que é exigido para a última. Isso não significa que a expiação vicária de Cristo, naturalmente e necessariamente, salva a cada homem, porque a relação da expiação de Cristo com a justiça divina é uma coisa, mas a relação de uma pessoa em particular com a expiação de Cristo é uma coisa muito diferente.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

W.G.T. Shedd (1820–1894): A Distinção entre Expiação e Redenção

1) Revisão é objetável, porque a Confissão é uma correta declaração do “sistema de doutrina contido nas Escrituras". O sistema a que se refere nessa frase é universalmente conhecido como calvinismo. Não como estando fundamentado sobre a autoridade de Calvino, mas como uma conveniente designação daquela interpretação da Escritura que é comum a Agostinho, Calvino, aos teólogos reformados, e aos teólogos de Westminster. O termo "evangélico" não o define, pois existem vários sistemas evangélicos, mas somente um calvinista. Os sistemas de Armínio, de Wesley, e dos luteranos posteriores, bem como o de Calvino, são igualmente evangélicos, na distinção dos sistemas anti-evangélicos como Socinianismo e Deísmo.

Todos eles são igualmente derivados da Bíblia, e contém as doutrinas da Trindade, da Encarnação, da apostasia e da redenção. Mas a interpretação calvinista da Escritura, que é a formulada nos Padrões de Westminster, difere desses outros sistemas "evangélicos", no ensino da eleição e preterição incondicional, ao invés da condicional; da redenção limitada (não expiação) ao invés da universal; regeneração totalmente pelo Espírito Santo, ao invés de parcialmente; a total incapacidade do pecador, ao invés da parcial. O sistema calvinista, assim discriminado dos outros sistemas "evangélicos", foi adotado pelos presbiterianos americanos por dois séculos.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

João Calvino (1509-1564): A Vontade Condicional de Deus

Tudo isso Pighius nega em alta voz, aduzindo que a passagem do apóstolo "Que deseja que todos os homens sejam salvos" (1 Tm 2:4.), e, referindo-se também a Ezequiel 17: 23, ele argumenta assim:

“ 'Que Deus não deseja a morte do pecador' pode ser tomado sobre seu próprio juramento, onde Ele diz por esse profeta: 'Assim como eu vivo, diz o Senhor, não tenho prazer na morte do ímpio, mas ao invés que ele se converta dos seus caminhos, e viva' ”

Agora nós respondemos que como a linguagem do profeta aqui é uma exortação ao arrependimento, não é de maneira nenhuma espantoso nele declarar que Deus deseja que todos os homens sejam salvos. Porque a mútua relação entre ameaças e promessas mostra que essas formas de falar são condicionais. Desse mesmo modo Deus declarou para os ninivitas, e para os reis de Gerar e do Egito, que faria o que, na realidade, não intentava fazer, pois o seu arrependimento evitou a punição que Ele ameaçou infligir a eles.

domingo, 12 de dezembro de 2010

John Piper: Sermão sobre João 3:16 - Parte 2

Muitas pessoas são novas em Bethlehem. Algumas simplesmente param para ver o que está acontecendo. Outras têm pouca ou nenhuma experiência com o que entendemos por pregação. Eu creio que vai ajudá-lo a escutar esta mensagem (e outras), se eu dizer uma palavra sobre a pregação.

O que queremos dizer por pregação é exultação expositiva.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

John Piper: Sermão sobre João 3:16 - Parte 1

Nosso foco hoje, e querendo o Senhor na semana que vem, é em um dos versículos mais famosos da Bíblia e nos dois versículos seguintes, que são dados para esclarecimento e apoio.

"Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é condenado; o que não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus."  (João 3:16-18)


Não é difícil ver por que o versículo 16 é um dos mais famosos, mais frequentemente memorizado e um dos mais queridos versículos da Bíblia. Embalado neste versículo há as maiores realidades que existem. Deus. Amor. O mundo. O Filho de Deus. Fé. Perecer para sempre. Vida eterna. Todo aquele – você, ou não. Essas são as maiores coisas que pode existir. O que poderia ser mais importante? O que poderia ser mais relevante para você agora? O que poderia ser mais urgente para você ou mais grave para você do que saber onde você está em relação ao que Deus lhe diz nesse versículo?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Igreja Presbiteriana da Austrália: Como Ler a Confissão de Fé de Westminster

Declaratory Statement

Redenção. 114. (i)Que a doutrina da redenção, como ensinada no padrão subordinado, e em consistência com ele, o amor de Deus por toda a humanidade, a dádiva de Seu Filho para ser propiciação pelos pecados do mundo todo e a livre oferta de salvação aos homens sem distinção sob o fundamento do sacrifício todo suficiente de Cristo, são considerados por esta Igreja como vital para a fé cristã. E na medida em que a fé cristã se apoia e a consciência cristã se agarra em certos  fatos históricos objetivos e sobrenaturais, especialmente na encarnação, na vida e morte expiatória, na ressurreição e ascensão de nosso Senhor e na concessão de Seu Espírito Santo, esta Igreja considera aqueles a quem admite para o ofício do Ministério Santo como comprometidos a dar um lugar central no seu ensino a esses fatos cardeais, e à mensagem de redenção e reconciliação implícita e manifestada nelas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

João Calvino (1509-1564): Oração Pela Salvação de Todos os Homens

Em seguida oramos, graciosíssimo Deus e misericordioso Pai, por todos os homens em geral. Como o Senhor deseja que todos os homens te reconheçam como Salvador do mundo, através da redenção obtida mediante nosso Senhor Jesus Cristo, possam aqueles que não te conhecem, estando na escuridão e cativos da ignorância e erro - possam eles, pela luz do nosso Santo Espirito e pela pregação do teu evangelho, ser levados ao caminho da salvação, que é conhecer a Ti, o Senhor, o único e verdadeiro Deus, e Jesus Cristo o qual tu enviaste.