sábado, 2 de novembro de 2013

James Akin: Os Cinco Pontos do Calvinismo (perspectiva católica)¹



Depravação Total


Apesar do nome, esta doutrina não ensina que o homem seja somente ou sempre pecador. Os Calvinistas não pensam que nós somos pecadores tanto quanto o possível. Eles afirmam que nosso livre-arbítrio foi tão atingido pelo pecado original ao ponto de que, a não ser que Deus nos conceda uma graça especial, nós não podermos nos libertar do pecado e escolher servir a Deus por amor. Poderíamos escolher servir a Deus por temor, mas não por verdadeiro amor.

[Não há nada de errado num temor obediente. A bíblia geralmente mostra o temor ao castigo divino como um fator motivador. Amor e uma porção de temor não se excluem; uma criança que ama seus pais também sente um temor respeitoso à sua disciplina. Porém a servidão baseada apenas no temor, para interesse próprio, não agrada a Deus no plano sobrenatural, e por isso não recebe uma recompensa sobrenatural. O amor é fundamental para agradar a Deus e receber recompensas].   

O que um católico poderia pensar desta doutrina? Apesar de não utilizar o termo “depravação total” para descrever essa teoria [muitos calvinistas já assumem que este termo é equivocado. Por exemplo, o autor calvinista R.C. Sproul propõe um termo alternativo “corrupção radical”, apesar de também não ser muito melhor. Lorraine Boettner, outro calvinista, usa um termo mais ajustado “inabilidade total”], ele pode concordar com ela. A doutrina católica diz que, por causa da queda de Adão o homem perdeu o amor sobrenatural e não poderá fazer nada a não ser que Deus lhe conceda uma graça especial.

domingo, 29 de setembro de 2013

Steven Costley: Hermenêutica de 2Pedro 3:9 – “Nós todos” ou “Vós todos”?



Meu amigo Tony Byrne (cujo excelentíssimo blog, Theological Meditations, eu fortemente recomendo postou recentemente algumas críticas para o Dr. James White, que obteve uma resposta de White. O ponto em disputa é a interpretação apropriada de 2Pedro 3:9. White objetou alguns aspectos da análise lógica de Byrne sobre as categorias envolvidas (crentes, descrentes, eleitos etc.) e Byrne está bem apto a defender-se em tais pontos. Neste post, eu busco analisar a abordagem de White parta a hermenêutica e o entendimento apropriado do contexto do verso.

O verso em disputa é 2Pedro 3:9:

O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se. {2Pedro 3:9 Almeida Recebida}

Ou como traduzida pela NASB:

The Lord is not slow about His promise, as some count slowness, but is patient toward you, not wishing for any to perish but for all to come to repentance. 
O Senhor não é lento acerca de Sua promessa, como alguns contam lentidão, mas é paciente para vós, não desejando que qualquer pereça mas todos venham a arrependimento.

White advoga a ideia de que “qualquer” e “todos” de 2Pedro 3:9 se refere a “qualquer eleito” e “todos os eleitos”. O processo de pensamento que leva a esta conclusão é suspeito e mais certamente levara muitos a más ideias sobre o verso. Eu responderei aos dois principais argumentos de White e farei um caso positivo para ver “todos” e “qualquer” como abordando todos os homens em geral, crentes e descrentes, eleitos e não-eleitos.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

David Ponter: A Ordem dos Decretos de John Cameron (1579-1625) e Moses Amyraut (1596-1664)



Aqui estão as linhas essenciais de John Cameron [sobre a Ordem dos Decretos]:

“Por conseguinte, há dois tipos de decretos, um deles requer uma condição, outro não. Aquele pode ser denominado condicional, e o segundo de absoluto. Sobre o primeiro tipo [de decreto] está sujeita a justificação, e assim esta requer, necessariamente, a fé e o arrependimento. Sobre o segundo tipo [de decreto] está ligada a vocação eficaz, e esta não necessita de condições e disposições... O primeiro decreto, então, é restaurar a imagem divina sobre a criatura, de uma forma que os direitos de justiça possam ser assegurados. O segundo é enviar o Filho de Deus ao mundo para salvar todo aquele que nele crer, isto é, [os que] são os seus membros. O terceiro é tornar os homens aptos e capazes de crer. O quarto é salvar aqueles que crerem. Os dois primeiros são gerais, os dois últimos especiais e particulares. Em nosso método de considerar as coisas, o principal está antes do menos principal. O geral é anterior ao especial e particular...Mas tudo isso é para ser entendido como falado de Deus, de uma forma acomodada à enfermidade da mente humana”.

[De acordo com ele], há basicamente dois tipos de decretos, um decreto condicional geral e um decreto absoluto limitado. Os dois primeiros decretos são condicionais, seguido por dois decretos absolutos. Para Cameron, Amyraut e Davenant, et al, estes decretos condicionais sempre foram agrupados na vontade revelada de Deus. Decretos condicionais nunca se referem a um a ineficaz vontade de decreto absoluta ou secreta. Por exemplo, veja Davenant sobre o significado de decretos condicionais aqui ou aqui (ambos em inglês) para ver mais exemplos e explicações.

Isso agora nos ajuda a compreender [a posição de] Amyraut [exposta pelo Sínodo de Alancon (1637)]: 

domingo, 15 de setembro de 2013

César Francisco Raymundo: Os Cinco Pontos do Calvinismo



1. Total depravação. O homem natural não pode apreciar sequer as coisas de Deus. Menos ainda salvar-se. Ele é cego, surdo, mudo, impotente, leproso espiritual, morto em seu pecado, insensível à graça comum. Se Deus não tomar a iniciativa, infundindo-lhe fé salvadora, e fazendo-o ressuscitar espiritualmente, o homem natural continuará morto eternamente. Sal. 51:5; Jer. 13:23; Rom. 3:10-12; 7:18; 1 Cor. 2:14; Ef. 1:3, 12; Col. 2:11-13. 

domingo, 1 de setembro de 2013

I João 2:2 e o Argumento contra a Expiação Universal






Alguns particularistas tem feito uso do seguinte argumento contra a expiação universal:



Em I João 2.2, é dito que Cristo é a "propiciação" (hilasmos) pelos pecados do mundo. Como a palavra propiciação significa aplacar a ira, e no caso a ira de Deus, e em Apocalipse é dito que Cristo morreu antes da fundação do mundo, então antes que houvesse mundo Deus teve sua ira aplacada em relação aqueles por quem Cristo morreu. Sendo assim não é possível que “mundo” inclua os não-eleitos e Cristo tenha morrido por eles, pois textos como Ef 2.3, Cl 3.6, 1Ts 1.10, 2.16, 5.9 ensinam claramente que Deus está irado e irá derramar Sua ira sobre eles.



O primeiro problema com esse argumento é de acordo com ele Deus não estaria irado com os eleitos que ainda estão em um estado de incredulidade. Essa ideia é totalmente contrária ao calvinismo ensinado nas confissões de fé reformadas:

1)Dort:


"1:1 Todos os homens pecaram em Adão, estão debaixo da maldição de Deus e são condenados à morte eterna. [...] 

1:4 A ira de Deus permanece sobre aqueles que não crêem neste Evangelho. [...] 

Erro 2:5 Todas as pessoas têm sido aceitas por Deus, de tal maneira que estão reconciliadas com Ele e participam da aliança. Por isso ninguém está sujeito à condenação ou será condenado por causa do pecado original. Todos estão livres da culpa deste pecado. 

Refutação 2:5 Esta opinião contraria a Escritura* que ensina que nós somos "por natureza filhos da ira" (Ef 2:3)" Para mais clique aqui.


2)CFW:


"6:6. Todo o pecado, tanto o original como o atual, sendo transgressão da justa lei de Deus e a ela contrária, torna, pela sua própria natureza, culpado o pecador e por essa culpa está ele sujeito à ira de Deus e à maldição da lei e, portanto, sujeito à morte com todas as misérias espirituais, temporais e eternas. 

Pergunta 19 (Breve Catecismo). Qual é a miséria do estado em que o homem caiu?



R. Todo o gênero humano pela sua queda perdeu comunhão com Deus, está debaixo da sua ira e maldição, e assim sujeito a todas as misérias nesta vida, à morte e às penas do Inferno para sempre". Para mais clique aqui.

Pode-se questionar também se a mesma objeção não poderia ser levantada também em relação aos eleitos, pois as Escrituras descrevem os eleitos como debaixo da ira de Deus. Abaixo seguem duas amostras disso:


quarta-feira, 31 de julho de 2013

Paul Washer: Guerra Santa


"Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles". (Isaías 63.10) 
"O SENHOR é Deus zeloso e vingador, o SENHOR é vingador e cheio de ira; o SENHOR toma vingança contra os seus adversários e reserva indignação para os seus inimigos". (Naum 1.2)

Tendo considerado a justa indignação de Deus manifestada através de sua ira e seu furor, voltaremos nossa atenção para um tema relacionado: a hostilidade que existe entre Deus e o pecador não arrependido. É uma obrigação do pregador do evangelho avisar aos homens sobre guerra santa que Deus declarou contra seus inimigos e suplicar aos pecadores para que se reconciliem com Deus antes que seja muito tarde. A promessa divina de anistia para o rebelde é genuína, mas não deve ser presumida. Está chegando o dia em que a folha de oliveira será retirada e a oferta de paz, rescindida. Naquela ocasião, tudo o que restará para o pecador será


“certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários… Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.”[1]

Quem está em guerra contra com quem?

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Jonathan Edwards (1703–1758): Há Duas Vontades em Deus? Sim.





Os Arminianos ridicularizam nossa distinção das vontades secreta e revelada de Deus, ou melhor dizendo, nossa distinção entre o decreto e a lei [de Deus], porque nós dizemos que ele pode decretar uma coisa e ordenar outra; dizem também que nós colocamos inconsistência e contradição em Deus, como se uma vontade sua contradissesse e fosse diretamente contrária a outra.


No entanto, se eles chamarão isso de contradição de vontades, nós certamente e absolutamente sabemos que tal coisa existe, então eis o maior absurdo de discutir a respeito disso.


* Nós e eles [sabemos que foi] a vontade secreta de Deus que Abraão não sacrificasse seu filho, no entanto, ainda assim sua ordem foi para que o fizesse.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Charles Hodge(1797-1878): João 3:16





Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16


I.  O objeto do amor de Deus.


O homem, em distinção de todos os outros tipos de seres.  Isso determina nada mais.  Não ensina que a mera benevolência foi o motivo do ato que se fala aqui.  Nem afirma que filantropia ou amor igual ou indiscriminado por toda a humanidade foi a forma do amor de que se fala aqui.  Isso pode ser verdade.  A passagem também é consistente com a suposição de que foi o distinto ou peculiar amor por seu povo.  Qual delas é a real ou verdadeira visão da matéria é algo que depende da analogia das Escrituras.  Quando é dito que Cristo é o Salvador do mundo, o Salvador dos homens, isso é consistente com a doutrina que diz que Ele não salva todos os homens ou que salva somente seu povo.  Em um caso ou no outro, Ele é o Salvador dos homens.

O homem considerado como o objeto do amor de Deus, há considerações que enaltecem o caráter desse amor.

1.  A insignificância do homem, absolutamente e relativamente.  O que é o homem na imensidade das obras de Deus, e o que é ele em comparação com a mais alta ordem de inteligências?

2.  Sua culpa.  Ele mesmo não é o adequado objeto de amor ou recipiente de favores.  Ele não merece nada, a não ser a ira e a maldição de Deus.

3.  Ele é pouco atraente.  No mais alto grau repulsivo e não amável.

Por que Deus, então, amaria o homem é [algo] maravilhoso e misterioso.  É inexplicável.  É algo para o qual nenhuma razão pode ser dada.  É, portanto, algo difícil de se acreditar.  Difícil, não para o impenitente e insensível, mas sim para o pecador convencido e iluminado.  Isso necessita, portanto, não só das garantias e afirmações das Escrituras, mas também da mais clara manifestação, e assim mesmo isso não é suficiente.  Requer a especial revelação e testemunho do Espírito Santo de que nós somos objetos do amor de Deus.


domingo, 19 de maio de 2013

Frank Brito: 2 Pedro 2:1 e 2:20-22



PARTE 1: PODEM SE PERDER AQUELES QUE O SENHOR COMPROU?


“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”. (II Pedro 2:1, Almeida Corrigida e Fiel)

Este é um texto frequentemente usado para defender que um verdadeiro salvo pode acabar perdendo sua salvação. Pois o texto fala de “falsos doutores” que “negarão o Senhor que os resgatou“. Isso não significa que eles já foram uma vez salvos e deixaram de ser por meio de suas “heresias de perdição”?

Bispo Walter Maclister: Os Cinco Pontos do Calvinismo¹




Na nossa busca pela verdade, é vital que a encontremos – não a verdade que queremos que seja, mas a verdade que é. Já faz muito tempo que desisti de tentar fazer a Bíblia dizer o que mais me agrada. Ela está cheia de coisas difíceis de aceitar, a não ser que eu me ponha como servo delas e não como juiz das Sagradas Letras. Espero que possamos fazer exatamente isso. Não pretendo, por intermédio desta série sobre calvinismo que tenho escrito no blog, resolver todas as nossas dúvidas. Mas queria, no mínimo deixar bem claro o que está em jogo aqui. O que está em jogo é a verdade. E somente a verdade, nada mais e nada menos, nos libertará

Quando falamos de calvinismo, temos de entender que esta rubrica abrange um gama teológica que vai muito além dos tão celebrados “cinco pontos”, ou seja, a sua soteriologia (doutrina de salvação). Na intenção de escrever uma defesa da fé para o rei da França, Calvino escreveu uma teologia sistemática, que até hoje, continua sendo uma das mais fáceis de se ler. Isso se deve, em parte, ao fato de o rei da França não ter sido nenhum intelectual de expressão. Além disso, o livro serviria como um curso para membros da igreja.



Os cinco pontos, conhecidos pelo acróstico TULIP, são:

sábado, 18 de maio de 2013

David Ponter: Romanos 8:32 e o Argumento pela Satisfação Limitada (Revisitado)

Parte I – Introdução



Em Romanos 8:32, Paulo afirma:

"Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?"


Paulo usa um argumento básico a fortiori para demonstrar que se o Pai entregou Cristo por nós, o quão, então, ele não nos dará todas as coisas. Se ele fez tamanha coisa por nós, como então ele não fará menores coisas para nos levar à salvação final?

O argumento pela satisfação limitada:

Paulo baseia a certeza de nossa herança na morte de Cristo. Ele diz, “Deus mais certamente dará todas as coisas a vós porque ele não poupou o seu próprio Filho, mas o entregou por vós”. Se Cristo é dado por aqueles que não recebem de fato “todas as coisas”, mas são, em vez disso, finalmente danados, o argumento de Paulo é esvaziado. Se Deus deu seu próprio Filho a descrentes que são finalmente perdidos, então ele não pode dizer que dar o Filho garante “todas as coisas” para aqueles por quem ele morreu. Mas isto é exatamente o que ele de fato diz. Se Deus deu seu Filho por vós, então ele mais certamente dará todas as coisas a vós. A estrutura do pensamento de Paulo aqui é simplesmente destruída introduzindo a ideia que Cristo morreu por todos os homens da mesma maneira.

Aqui está a mais simples maneira que eu penso de responder a este argumento a fim de mostrar por que ele é inválido.

Andrew Fuller (1754-1815): A Satisfação de Cristo em Relação à Livre Oferta

Foi objetado, embora não pelo Sr. B[ooth]

"Como é que a suficiência da morte de Cristo concede um amplo fundamento para convites gerais, se o desígnio foi confinado para o povo eleito?

Se os benefícios de sua morte nunca foram intentados para os não-eleitos, não é inconsistente convidá-los a participar deles havendo uma falta de suficiência?”



Ao que eu respondo:

1.É um fato que as Escrituras fundamentam o convite geral do evangelho sobre a expiação de Cristo.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. 2 Coríntios 5:20-21

“Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas”. Mateus 22:4

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16

quarta-feira, 8 de maio de 2013

D. A. Carson: As Cinco Formas em que a Bíblia Fala do Amor de Deus




Deus ama a todos, não? Ele não faz chover sobre justos e injustos? Mas ele não amou a Jacó e Israel e rejeitou Esaú e os gentios? O amor de Deus é incondicional, não é? Mas, não precisamos permanecer em seu amor?

Confuso? No vídeo abaixo, D. A. Carson, [um dos] palestrantes da Conferência Fiel de 2013, apresenta o que ele chamou de “A Difícil Doutrina do Amor de Deus“ mostrando as cinco formas em que a Bíblia fala do amor de Deus.



quarta-feira, 24 de abril de 2013

Prosper de Aquitaine (390-455): Cristo Morreu Por Todos os Pecadores






Portanto não pode haver razão para duvidar que Jesus Cristo, nosso Senhor, morreu pelos incrédulos e pelos pecadores. [140] Se houvesse alguém que não pertencesse a esses, então Cristo não teria morrido por todos. Mas Ele morreu por todos os homens sem exceção. Não há um, portanto, em toda a humanidade que não era, antes da reconciliação que Cristo realizou em Seu sangue, ou um pecador ou um incrédulo. O apóstolo diz:


 “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. [141]

terça-feira, 23 de abril de 2013

David Silversides: Uma Refutação Eficaz da Exegese Hipercalvinista Sobre Mateus 23:37


"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e não o quiseste! {Mateus 23:37 Almeida Recebida}

{Matthew 23:37: O Jerusalem, Jerusalem, thou that kills the prophets, and stones them which are sent unto thee, how often would I have gathered thy children together, even as a hen gathers her chickens under her wings, and ye would not! (Cf. Luke 13:34).}

Neste verso, Jerusalém evidentemente se refere ao povo daquela cidade. Pode ser que os líderes (denunciados nos versos anteriores) estejam em mente, mas eles não foram os únicos responsáveis pela morte dos profetas, ou mesmo do próprio Cristo; nem o julgamento caiu sobre eles somente, desde que muitas pessoas comuns pereceram na queda de Jerusalém.

A reunião pode somente ser a recepção de pecadores por Cristo, como Redentor Deus-homem, a recepção dos prometidos em Mateus 11:28, `Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei’. John Murray nos afirma:

"O que precisa ser apreciado é que a aceitação da qual Jesus fala aqui é aquela que ele exerce naquele único ofício e prerrogativa que lhe pertence como Deus-homem Messias e Salvador. À vista da função divina transcendente que ele afirma que deseja realizar, seria ilegítimo para nós afirmar aqui que temos simplesmente um exemplo de seu desejo ou vontade humana".[44] 

A reunião visualizada é para Cristo como uma pessoas em duas naturezas distintas; é esta reunião que prepara em direção à paz com Deus e repouso até as almas dos homens. Em seguida, o termo vossos filhos precisa de interpretação cuidadosa. Oponentes da livre oferta têm se esforçado para tornar os filhos referirem-se aos eleitos de Deus que na realidade foram reunidos por Cristo mediante graça eficaz. Por exemplo, Angus Stewart escreve:

Porém, “quantas vezes” simplesmente nos diz que os líderes religiosos (`Jerusalém’) se opuseram a Jesus reunindo Seus eleitos (`filhos de Jerusalém’) muitas vezes… E mesmo assim Cristo o rei reuniu todos os filhos de Jerusalém mediante sua irresistível graça. [45]

Esta visão é indefensável por diversas razões: