sábado, 18 de maio de 2013

Andrew Fuller (1754-1815): A Satisfação de Cristo em Relação à Livre Oferta

Foi objetado, embora não pelo Sr. B[ooth]

"Como é que a suficiência da morte de Cristo concede um amplo fundamento para convites gerais, se o desígnio foi confinado para o povo eleito?

Se os benefícios de sua morte nunca foram intentados para os não-eleitos, não é inconsistente convidá-los a participar deles havendo uma falta de suficiência?”



Ao que eu respondo:

1.É um fato que as Escrituras fundamentam o convite geral do evangelho sobre a expiação de Cristo.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”. 2 Coríntios 5:20-21

“Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas”. Mateus 22:4

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16



2. Se não houvesse a suficiência da expiação para a salvação dos pecadores, e ainda assim eles fossem convidados a se reconciliarem com Deus, eles seriam convidados para o que é naturalmente impossível. A mensagem do evangelho seria, neste caso, como se os servos que saíram para fazer a oferta aos convidados tivessem dito: "Venha", mas, na verdade, se muitos deles viesse nada estaria pronto.

3. Se há uma objetiva plenitude na expiação de Cristo suficiente para qualquer número de pecadores, viessem eles a crer Nele, não há outra impossibilidade no caminho da salvação de qualquer homem a quem o evangelho vem além do que surge a partir do estado de sua própria mente.

A intenção de Deus de não remover a impossibilidade, e, portanto, não salvá-lo, é apenas uma resolução de reter, não somente aquilo que ele não era obrigado a dar, mas também aquilo que nunca é representado como necessário para a consistência de exortações e convites a um cumprimento.

Eu não nego que haja uma dificuldade, mas ela pertence ao tema geral de conciliar os propósitos de Deus e a agência humana; enquanto que, no outro caso, Deus é representado como convidando os pecadores para participar daquilo que não existe , e que, portanto, é naturalmente impossível. Num caso, enquanto atribui a salvação do crente, em todos os estágios da mesma, à mera graça, [também] torna o incrédulo indesculpável, no outro caso, eu julgo que não.

Andrew Fuller, The Complete Works of Rev. Andrew Fuller with a Memoir of his LifeBy Andrew Gunton Fuller in two Volumes (Boston: Gould, Kendall and Lincoln, 1836), 1:674 // Andrew Fuller, “Six Letters to Dr. Ryland Respecting The Controversy with the Rev. A. Booth: Letter III on Substitution,” in The Works of Andrew Fuller (Harrisonburg, VA: Sprinkle Publications, 1988), 2:709. [Some reformatting; some spelling modernised; bracketed insert mine; and underlining mine.]

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