sábado, 4 de junho de 2016

Tomas de Aquino (1225-1274): Punido por Todos - Satisfação Infinita



Mas deve ainda ser notado que a satisfação também é medida de acordo com a dignidade de quem satisfaz. Porque um pedido de desculpas de um rei oferecido na satisfação de alguma injúria é considerado maior do que se alguém mais se ajoelhasse, ou se prostrasse nu, ou realizasse qualquer humilhação para satisfazer o que foi injuriado.

Nenhum mero homem, no entanto, teve a infinita dignidade tal que sua satisfação pudesse ser reputada [como] digna em relação à injúria feita a Deus. Por isso, era necessário que um homem de infinita dignidade fosse encontrado a quem submetesse a punição por todos e assim satisfizesse plenamente pelos pecados de todo o mundo. Por isso, então, o Verbo unigênito de Deus, verdadeiro Deus e Filho de Deus, assumiu a natureza humana e quis sofrer a morte na qual, satisfazendo, Ele pode limpar toda a raça humana do pecado. Assim, São Pedro também diz:

"Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados, o justo pelos injustos, para que Ele pudesse nos oferecer a Deus" (1 Ped 3, 18).

A Cruz e a Exposição da Compaixão de Deus



Eu critiquei alguns dias atrás no facebook a turma dos Múltiplos Propósitos da Expiação (John Hammet, Bruce Ware, etc) porque, dentre outras coisas, eles querem fazer-nos crer que estão falando uma novidade. A verdade é que R. L. Dabney há muitos anos atrás já defendia que Deus tem múltiplos propósitos na expiação. Ele nos diz que o primeiro propósito é:

“1.Ele faz uma exposição da benevolência e compaixão geral de Deus por todos os pecadores para a glória de sua infinita graça. Porque, abençoado seja seu nome, ele diz “Eu não tenho prazer na morte daquele que morre” (Ezequiel 18:32)"



Vamos abordar esse primeiro ponto. Certamente alguém poderia questionar: “Se o sacrifício de Cristo não vai resultar na salvação eterna pra essas pessoas, que tipo de benevolência e compaixão exatamente o sacrifício de Cristo apresenta para os incrédulos?”


Bruce A. Ware: As Múltiplas Intenções da Expiação

Extensão da Expiação:

Esboço da Questão, Posições, Textos Chave,
e Argumentos Teológicos Chave


Bruce A. Ware
Professor of Christian Theology
The Southern Baptist Theological Seminary


I.  A questão a respeito da Extensão da Expiação

A. O que essa questão não é:

1. A Suficiência da morte expiatória de Cristo. Todos concordam que se Deus quisesse salvar todas as pessoas ou providenciar salvação para todas as pessoas, o valor do pagamento de Cristo pelos pecados foi suficiente (por causa de seu infinito valor) para os pecados do mundo. Em suma, sua morte é suficiente para todos.

2. A Eficácia da morte expiatória de Cristo. Todos concordam que somente aqueles que crêem verdadeiramente e salvivicamente em Cristo, somente os eleitos ( outra maneira de dizer isso é ótimo) tem o pagamento de Cristo pelos pecados aplicados em sua vida. Em suma, sua morte é eficaz somente para os eleitos.

3. A oferta de salvação apresentada por meio do evangelho. Todos concordam que todos são destinatários da oferta do evangelho, o evangelho é para todas as pessoas.

B. O que essa questão é: qual é a intenção de Deus em oferecer seu Filho como um sacrifício expiatório?

domingo, 12 de julho de 2015

A Cruz e o Adiamento da Condenação



A Cruz e o Adiamento da Condenação

Dabney segue para o que enumera como o segundo propósito da expiação:


“2. O sacrifício de Cristo tem certamente adquirido para toda raça humana um misericordioso adiamento da condenação devida aos nossos pecados, incluindo todas as bençãos temporais de nossa vida terrena, toda repressão do evangelho sobre a depravação humana, e a sincera oferta do céu para todos. Porque, se não fosse por Cristo, a condenação dos homens teria seguido instantaneamente depois de seus pecados, assim como aconteceu com os anjos caídos”.


Duas perguntas: Qual a base bíblica para isso? Se é verdade que se não fosse a morte de Cristo as pessoas teriam sido instantaneamente condenadas, então, não era de se esperar que os incrédulos do VT fossem condenados assim que cometessem seus pecados?

sábado, 6 de junho de 2015

Lançamento do E-Book: Calvinismo 4.5 por Eric Svendsen

Estamos lançando em formato de e-book os textos de Eric Svendsen sobre a extensão da expiação traduzidos e publicados nesse blog.  O dr Svendsen explica porque considera a si mesmo um calvinista 4.5 e suas razões exegéticas para sua posição.  O livro traz também um proveitoso diálogo que travou com o dr James White sobre sua posição, o qual se centrou mais em quando ocorre nossa união com Cristo.  O dr Svendsen nos brinda com um texto claro e uma notável sinceridade e cordialidade.  Que Deus possa te abençoar com a leitura desse livro:




sexta-feira, 20 de junho de 2014

Terrance L Tiessen: Permissão Divina Arminiana X Permissão Divina Calvinista

Parte 1

Nota introdutória: O texto abaixo faz parte de uma reposta de Terrance L Tiessen a algumas críticas feitas por John Laing, as quais foram direcionadas tanto a ele quanto a Bruce Ware. Sua resposta é representativa e útil em expor com clareza a distinção entre a visão calvinista e arminiana sobre permissão divina. Segue o texto:



Em relação a posição de Ware, Laing, em seguida, faz 2 pontos. Primeiro, ele postula que Ware exagerou as diferenças entre as concepções arminianas e reformadas sobre a questão [da permissão divina], porque Laing acredita que "a maioria dos arminianos poderiam concordar com esta descrição": 

"Deus regula de forma exata o mal que ocorre, uma vez que em relação a todo e qualquer caso de mal, Ele permite especificamente de acordo com a sua sabedoria e propósitos últimos aquilo que Ele poderia ter evitado"(Perspectives, 108; citado p. 24). 

Laing acredita que arminianos poderiam concordar porque:

"A linguagem de permissão e a prerrogativa de Deus para intervir e prevenir qualquer caso de mal são marcas registradas da teologia arminiana ortodoxa. Na verdade, se a governo de Deus do mal só implica a sua permissão e falta de intervenção, então, mesmo a teologia arminiana heterodoxa (por exemplo, teísmo aberto) poderia concordar (p. 24)".

No entanto, eu creio que Laing compreendeu o ponto que Ware estava fazendo, ou seja, que, na perspectiva calvinista, "todo e qualquer caso de mal leva diretamente a uma específico e maior bem para o qual era necessário". Na minha opinião, a compreensão de Laing desse ponto deveria tê-lo impedido de afirmar que os arminianos poderiam concordar com a linguagem de Ware.

domingo, 23 de março de 2014

Paul David Washer: Sobre o Dever da Fé



Depois do Evangelho ser pregado, frequentemente, o apelo ou a chamada do pecador não é bíblico, mas superficial; e leva muitas pessoas a acharem que são salvas, quando não são.

Então, vamos olhar para o que Jesus diz aqui, verso 15: 

“O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo”.

Como é que nós devemos responder? 

“Arrependei-vos, e crede no evangelho”.

sábado, 15 de março de 2014

David Ponter: Augustus H Strong Sobre a Extensão da Expiação em Calvino




Strong: 

"Richards, Teology, 302-307, mostra que Calvino, enquanto que em seus primeiros trabalhos, as Institutas, evitou declarações definitivas de sua posição em relação à extensão da expiação, ainda assim em suas últimas obras, os comentários, ele aderiu à teoria da expiação universal. Supralapsarianismo é, portanto, hiper-calvinista, ao invés de calvinista. Sublapsarianismo foi adotado pelo Sínodo de Dort (1618, 1619). Por supralapsarianismo se entende a forma de doutrina que sustenta o decreto de salvação individual como anterior ao decreto que permite a queda; Sublapsarianismo designa a forma de doutrina que sustenta que o decreto de salvação individual é posterior ao decreto que permite a queda.

O progresso no pensamento de Calvino pode ser visto pela comparação de algumas de suas declarações mais antigas com as mais recentes. Institutas, 2:23:5 - "Eu digo, com Agostinho, que o Senhor criou aqueles que, como certamente sabia de antemão, iriam para a perdição, e o fez porque assim quis." Mas mesmo assim, nas Institutas, 3:23:08, ele afirma que "a perdição dos ímpios depende da predestinação divina de tal maneira que a causa e a matéria dela são encontradas neles mesmos. O homem caiu pela designação da providência divina, mas ele caiu por sua própria culpa". A cegueira e o endurecimento de Deus inclinando o pecador, ele descreve como a consequência do abandono divino, não a causa divina. A relação de Deus com a origem do pecado não é eficiente, mas permissivo. Posteriormente, Calvino escreveu em seu comentário sobre 1 João 2:2 - "Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos do mundo todo" - como se segue: "Cristo sofreu pelos pecados do mundo todo [1João 2:2], e pela bondade de Deus é oferecido a todos os homens sem distinção [Rm 5:18], seu sangue sendo derramado não por uma parte do mundo apenas, mas por toda a raça humana, [Marcos 14:24] pois embora nada no mundo seja encontrado digno do favor de Deus, ainda assim Ele estende a propiciação ao mundo todo, uma vez que, sem exceção, Ele convoca todos à fé em Cristo, que nada mais é do que porta para a esperança [João 3:16]"  [1]


Notas por David Ponter: 

1) Por um lado, enquanto Richards e Strong identificarm corretamente a posição de Calvino sobre a extensão da satisfação, Richards está equivocado em pressupor que Calvino mudou de idéia quanto à extensão da expiação. Não há evidências de que Calvino sustentou a crença na expiação limitada [estrita] no início de sua vida, e então, depois passou a abraçar a expiação ilimitada. 

sábado, 8 de março de 2014

Augustus H. Stong (1836-1921): A Extensão da Expiação




As Escrituras representam a expiação como tendo sido feita para todos homens e como suficiente para a salvação de todos. Portanto, o que é limitado não é a expiação, mas a sua aplicação através da obra do Espirito Santo. 

Apoiados neste principio de uma expiação universal, porém com sua aplicação aos eleitos, devemos interpretar passagens como Ef. 4.7; 2 Tm. 1.9,10; Jo. 17.9,20,24, [como] declarando uma eficácia especial para a expiação no caso dos eleitos; também passagens tais como 2 Pe. 2.1; 1 Jo. 2.2; 1 Tm. 2.6; 4.10; Tt. 2.11 [como] declarando que a morte de Cristo é para todos.

As passagens que afirmam a eficácia especial da expiação, no caso dos eleitos, são as seguintes:

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ulrico Zuínglio (1484-1531): A Reconciliação de Todos os Homens (Citação)


"Se, então, Cristo pela sua morte reconciliou todas as pessoas que estão sobre a terra quando ele derramou seu sangue na cruz e se estamos sobre a terra, então os nossos pecados, também, e os de todos os que já viveram, foram recompensados por uma morte e oferta".

Zwingli, Exposition and Basis of the Conclusions or Articles Published by Huldrych Zwingli, 29 January 1523, Pickwick Publications, 1:97.

Fonte:  http://calvinandcalvinism.com/?p=52