Strong:
"Richards, Teology, 302-307, mostra que Calvino, enquanto que em seus primeiros trabalhos, as Institutas, evitou declarações definitivas de sua posição em relação à extensão da expiação, ainda assim em suas últimas obras, os comentários, ele aderiu à teoria da expiação universal. Supralapsarianismo é, portanto, hiper-calvinista, ao invés de calvinista. Sublapsarianismo foi adotado pelo Sínodo de Dort (1618, 1619). Por supralapsarianismo se entende a forma de doutrina que sustenta o decreto de salvação individual como anterior ao decreto que permite a queda; Sublapsarianismo designa a forma de doutrina que sustenta que o decreto de salvação individual é posterior ao decreto que permite a queda.
O progresso no pensamento de Calvino pode ser visto pela comparação de algumas de suas declarações mais antigas com as mais recentes. Institutas, 2:23:5 - "Eu digo, com Agostinho, que o Senhor criou aqueles que, como certamente sabia de antemão, iriam para a perdição, e o fez porque assim quis." Mas mesmo assim, nas Institutas, 3:23:08, ele afirma que "a perdição dos ímpios depende da predestinação divina de tal maneira que a causa e a matéria dela são encontradas neles mesmos. O homem caiu pela designação da providência divina, mas ele caiu por sua própria culpa". A cegueira e o endurecimento de Deus inclinando o pecador, ele descreve como a consequência do abandono divino, não a causa divina. A relação de Deus com a origem do pecado não é eficiente, mas permissivo. Posteriormente, Calvino escreveu em seu comentário sobre 1 João 2:2 - "Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos do mundo todo" - como se segue: "Cristo sofreu pelos pecados do mundo todo [1João 2:2], e pela bondade de Deus é oferecido a todos os homens sem distinção [Rm 5:18], seu sangue sendo derramado não por uma parte do mundo apenas, mas por toda a raça humana, [Marcos 14:24] pois embora nada no mundo seja encontrado digno do favor de Deus, ainda assim Ele estende a propiciação ao mundo todo, uma vez que, sem exceção, Ele convoca todos à fé em Cristo, que nada mais é do que porta para a esperança [João 3:16]" [1]
Notas por David Ponter:
1) Por um lado, enquanto Richards e Strong identificarm corretamente a posição de Calvino sobre a extensão da satisfação, Richards está equivocado em pressupor que Calvino mudou de idéia quanto à extensão da expiação. Não há evidências de que Calvino sustentou a crença na expiação limitada [estrita] no início de sua vida, e então, depois passou a abraçar a expiação ilimitada.