segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Dominic Bnonn Tennant: Deus Deseja a Salvação de Todos?

Estive recentemente envolvido em uma discussão com Ron Di Giacomo em seu blog Reformed Apologist com relação aos desejos de Deus para com os réprobos. Eu postei um comentário sobre o artigo "Será que Deus deseja a salvação de todos?", no qual eu discordei de sua conclusão de que Deus de nenhuma maneira deseja a salvação daqueles que não são eleitos.


A discussão no combox revelou-se particularmente infrutífera, em parte porque Ron parecia indisposto a interagir com as passagens bíblicas que citei em apoio da minha posição, e em parte porque ele agora escolheu rejeitar meus comentários adicionais sobre o fundamento de que não acrescentam significativamente aos meus anteriores, os quais ele crê ter refutado. No entanto, creio que ele rejeitou meus argumentos muito rapidamente, talvez em grande parte porque ele os interpretou de acordo com alguns pressupostos que eu não sustento. Uma vez que esta é uma questão importante, especialmente em termos de evangelismo e da compreensão do caráter de Deus, eu gostaria de discutir isso aqui. Deixe-me começar por dar um breve panorama do debate:

A afirmação de Ron é que Deus não pode desejar a salvação dos réprobos de nenhuma maneira porque o próprio Deus é quem dá a salvação. Uma vez que Cristo não morreu para o réprobo, e o Espírito Santo não o converte, é contraditório afirmar que Deus deseja que ele seja salvo. Ron afirma-

“A questão que deve ser considerada a esse respeito não é se Deus deseja que o réprobo se converta e viva, mas se o próprio Deus deseja converter o réprobo de forma que ele possa viver. Projetada nessa luz, é razoável pensar que o Espírito Santo deseja fazer o réprobo se converter, quando o Pai não escolheu o réprobo em Cristo? Por outro lado, Cristo não morreu pelo réprobo, além do que Ele não ora para que a eficácia da cruz seja aplicada aos réprobos. Conseqüentemente, não está disponível para o Espírito Santo unir os réprobos à obra consumada de Cristo! Deus deseja o que não está disponível para Ele? Deus deseja aquilo que a divindade realizou no propósito da Cruz? Afinal, Deus deseja contradições?”

Comparação com a Escritura

Minha reação imediata é que, enquanto essa linha de raciocínio possa parecer fazer um bom sentido, é claramente contrariada pela Escritura. Considere Ezequiel 18:23,31-32 e 33:11, passagens que falam especificamente de todas as pessoas perversas dentro da nação de Israel:

“Acaso, tenho eu prazer na morte do perverso? —diz o SENHOR Deus; não desejo eu, antes, que ele se converta dos seus caminhos e viva?” 18:23

“Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes e criai em vós coração novo e espírito novo; pois, por que morreríeis, ó casa de Israel?” 18:31

“Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que haveis de morrer, ó casa de Israel?” 33:11

Duas coisas são claras a partir destas passagens. Primeiro, que Ron está errado em insistir que "a questão que deve ser considerada a esse respeito não é se Deus deseja que o réprobo se converta e viva, mas se o próprio Deus deseja converter o réprobo de forma que ele possa viver”. Em segundo lugar, que Deus realmente deseja que o réprobo se converta e e viva.

Em primeiro lugar, vemos que, por artificialmente redirecionar o âmbito do discurso da intenção de Deus em relação a suas próprias ações, como oposta as suas intenções em relação as ações humanas, a possibilidade de discutir se Ele deseja ou não a salvação dos ímpios em qualquer outra maneira que não eficazmente está impedida a priori. Ou seja, Ron tentou no início dizer que não podemos falar corretamente de Deus desejando algo que Ele não pretende fazer com que aconteça. Conseqüentemente, ele está redefinindo a questão, afirmando que o que Deus deseja Ele sempre tem a intenção, e o que ele intenta Ele sempre ordena, e aquilo que ordena sempre faz com que aconteça. Portanto, uma vez que Deus não ordena a salvação dos réprobos e, conseqüentemente, não os salva, deve ser o caso que Ele não intenta que sejam salvos, e deseja que seja assim.

O fundamento para essa redefinição é uma espécie de reductio ad absurdum, como segue:

“O que significa que Deus deseja a salvação dos réprobos? Nós devemos crer que Deus deseja que os réprobos se regenerem e concordem em se unir com Cristo? Não é Jesus que salva? Afinal, não é a salvação de Deus?”

Por abordar a questão dessa maneira, parece absurdo para Deus desejar o que é descrito. Obviamente, uma vez que só o Espírito Santo pode regenerar o homem, Deus estaria desejando o impossível, se Ele quisesse que o homem regenerasse a si mesmo. E ao que parece, pelo menos superficialmente, seria um pouco irracional para Deus desejar o impossível dessa maneira.

A dificuldade, porém, é que este argumento simplesmente fica perpendicular à Escritura. Aqui é onde teremos de justapor a Bíblia contra o reductio de Ron. Ezequiel diz: "Criai em vós coração novo e espírito novo” (18:31) e "Eu não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva” (33:11) . Ron pergunta, implicando uma resposta negativa: "Nós devemos crer que Deus deseja que os réprobos se regenerem e concordem em se unir com Cristo?" Bem, se a resposta for "não", então Deus ordena os réprobos a fazerem algo que o próprio Deus não deseja que eles façam. Pior, Ele jura solenemente pela sua própria vida que Ele não tem prazer na morte, mas sim que se arrependam e creiam (convertam e vivam) - mas isso é simplesmente falso. Nós sabemos que é impossível para Deus mentir.

Talvez Ron pudesse dizer que eu entendi mal essa passagem. Ele é bem-vindo para comentar aqui, não vou lhe censurar. Mas vamos a ela demonstrar como, porque parece muito simples. Na verdade, há outras que são igualmente simples, e corroboram minha exegese:

“Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite.” (Isaias 55:11, ARA)

Cito a NASB porque a ESV, como muitos outras, infelizmente, deixam de fora o “ah!”(nota do tradutor: em português foi utilizada a Almeida Revista e Atualizada). Em hebraico, Howy, onomatopéica que significa "desgraça" ou "ai”. Mais coloquialmente, podemos dizer, "AIEE!", Como se, comenta Samuel Rutherford,

“O Senhor estava triste, e disse: “Estou aflito, ai de mim porque as almas sedentas morrem em sua sede, e não vem para as águas da vida, Cristo, e bebem graça, liberdade e vida”. Porque a interjeição (Heb. Hui) “Ah” é um sinal de tristeza ... exprime duas coisas: 1.uma veemência, seriedade, e sinceridade ardente do desejo, que nós façamos o que é nosso dever, e a concatenação, extremamente desejada por Deus, da nossa vinda à Cristo e nossa salvação [...] 2. A outra coisa manifesta nestes convites, é uma espécie de aversão, desgosto ou tristeza;...ou um sério ódio que isso não siga adiante, com aprovada eficácia para nós, a saber, a obediência de fé das criaturas e a vida eterna” (Christ Dying and Drawing Sinners to Himself, citado de Calvin and Calvinism).)

Certamente, Isaías 55, é um convite que demonstra o desejo de Deus que as pessoas sejam salvas e certamente é dirigido a "todos", e não apenas os eleitos. É simplesmente impossível interpretar essa passagem como qualquer outra sem negar os significados das palavras usadas. A única maneira de rejeitar isso é supor que o convite de Deus não é sincero, apesar da sua aparência, mas alguém que sustenta a doutrina da inspiração plena, certamente estaria fazendo de Deus um mentiroso nesse caso. Não é como se expressões humanas pudessem mudar tão completamente o significado da intenção de Deus apresentando o oposto de sua real intenção. Se assim fosse, Ele não teria usado expressões humanas e as Escrituras seriam ininteligíveis.

Deus Contradiz a Si Mesmo?

A essência da objeção de Ron é que é auto-contraditório que Deus deseje algo que Ele já fez impossível através de suas ações anteriores. O problema não é "que Deus tem uma prioridade de desejos opostos". Ao invés disso, a alegada contradição surge quando dizemos "Deus deseja o que Ele simplesmente não pode fazer devido as suas ações anteriores no tempo [...] Porque Deus desejar a salvação do réprobo é dizer que Deus - hoje – deseja que Jesus tivesse morrido para o réprobo 2000 anos atrás."

Isso se segue? Em primeiro lugar, não. Porque Ron despreza a questão por falsamente assumir que não há nenhum sentido em que Cristo tenha morrido pelos réprobos. Mas, uma vez que o Pai chama todas as pessoas (Atos 17:30), e o Espírito convence todas as pessoas (João 16:8), é inconsistente pensar que não há medidas equivalentes por parte do Filho na cruz pelas quais Ele de alguma maneira morreu por todas as pessoas. Na verdade, toda a semântica que pudermos reunir não vai mudar o simples fato de que "Deus amou o mundo de tal maneira que enviou seu Filho unigênito", e que,na mesma proporção "deseja que todos os homens sejam salvos".

Em segundo lugar, deve-se reconhecer que, uma vez que a salvação no Antigo Testamento também foi através de Jesus, o mesmo argumento poderia ser feito para as intenções de Deus a respeito, por exemplo, de Caim. Isto é, "porque Deus desejar a salvação de Caim é dizer que Deus, na época, queria que Jesus morresse para os réprobos, no entanto, há milhares de anos." Exatamente qual relevância tem o período de tempo é completamente obscuro pra mim. Uma vez que todos os acontecimentos da época são decretados da eternidade, parece muito menos confuso falar simplesmente do decreto de Deus. Aquilo que Deus decreta, Ele deseja. Ron poderia muito bem ter dito que Deus desejar a salvação dos réprobos é dizer que Deus desejou decretar de forma diferente do que tem feito.

Mas, em terceiro lugar, parece voltar à questão de que se é realmente irracional para Deus desejar o que Ele não tenha decretado. Mais precisamente, é irracional para que Deus desejar algo que Ele especificamente decretou contra? Uma vez que Deus decretou que os réprobos não serão salvos, Ele é irracional, no entanto, se deseja que eles sejam salvos? Biblicamente a resposta deve ser não, porque é evidente a partir da Escritura que Deus deseja a salvação não só dos eleitos, mas também dos réprobos Portanto, se parece contraditório que Deus deseja a salvação de todas as pessoas, quando decretou a salvação de apenas alguns, então isso é apenas na aparência.

Dito isso, é bastante claro que não existe sequer uma aparência de contradição. Apesar dele reconhecer a prioridade de oposição dos desejos de Deus, Ron parece incapaz de separar desejos de Deus teleológicos e seus simples desejos morais. Ou seja, ele não vê distinção categórica entre o desejo último de Deus, que é glorificar sua ira e poder através da reprovação dos pecadores, e o desejo contingente de Deus, que é de salvar o perdido. Colocando de outra maneira, Deus em seu plano provocou uma situação na qual as pessoas requerem Sua graça para serem salvas.

Ele já pré-determinou que isso ocorreria com o propósito expresso de não salvá-los, porque são objetos de sua ira. No entanto, nesta situação exata é encontrada a condição prévia para uma invocação de sua natureza amorosa - isto é, os pecadores perdidos que precisam da graça - que necessariamente causam Nele o desejar a salvação desses pecadores, a quem Ele escolheu, no entanto, para a condenação. Em resumo, o plano final de Deus, do qual Ele não vai vacilar, é criar os pecadores sobre quem derramar sua ira. Ainda assim, a sua própria ação na realização desse plano cria um conjunto de condições nas quais a sua natureza como amor (1 Jo 4:8) evoca uma atitude benevolente para com os pecadores, na qual Ele deseja que eles sejam salvos, mesmo enquanto Sua natureza como santo (Sl 99:9) evoca a atitude sobre a qual Ele determinou, antecipadamente, agir, naquele desejo de que eles sejam punidos.

Esse não é um argumento original. A primeira vez que encontrei uma forma dele foi em Spurgeon, que lança uma pergunta muito simples: “Nós imaginamos que somos mais benevolentes do que Deus?” As implicações da sua questão, estabelecida silogisticamente, seria algo parecido com isto:

1.Nós, como cristãos, desejamos que todas as pessoas sejam salvas.
2.Esse desejo é fundado em nosso amor por todas as pessoas.
3.Deus é infinitamente mais amoroso do que nós somos.
4.Portanto, a fortiori, Deus desejaria muito mais que todas as pessoas fossem salvas

Este argumento parece muito bom pra mim. No entanto, Ron quer dizer que não devemos desejar a salvação de todas as pessoas, mas sim, que devemos desejar a salvação somente daqueles a quem Deus elegeu. Mas, claro, isso despreza a questão, uma vez que pressupõe que o próprio Deus não ama aqueles a quem Ele não elegeu - o que estaria em desacordo com seu caráter, e com as passagens da Escritura a que fizemos anterior referência.

Preceitos e Decretos de Deus

Em última análise, a posição de Ron é que Deus não pode desejar uma coisa e o seu oposto, ao mesmo tempo. Isso violaria a lei da não-contradição, faria de Deus irracional, e refutaria a cosmovisão cristã inteira. Ele diz coisas como essas no combox de seu artigo. No entanto, Ron tem negligenciado notar que a lei da não-contradição afirma que uma coisa não pode ser verdadeira e não-verdadeira ao mesmo tempo e na mesma relação. Uma vez que os desejos são, de fato, atitudes e intenções em relação a alguma coisa ou outra, é simplesmente falso supor que Deus não pode entreter desejos opostos ao mesmo tempo. Seus desejos podem se opor, mas não são contraditórios, porque eles implicam diferentes relações.

Mas vamos supor por um momento que a posição de Ron está correta. Deus só pode desejar uma coisa só, e não o seu oposto. Em outras palavras, seus desejos são inequívocos. Isto tem implicações enormes para a nossa compreensão dos seus decretos e preceitos, o que Ron explicitamente reconhece (ênfase dele):

“A “vontade” de Deus inclui a sua determinação para condenar alguns. Considerando que o preceito revelado é que todos são obrigados a se arrepender. Observe com cuidado agora. O equívoco ocorre quando refere-se aos preceitos de Deus como Sua "vontade". Uma vez feito isto presume-se que a vontade preceptiva é uma vontade real de desejo! Em outras palavras, chamar os preceitos de uma “vontade” está longe de supor que Deus deseja (isto é,"quer") que seus preceitos sejam obedecidos.”

Obviamente, isso realmente é falso. Ron equivoca-se, neste paragrafo, uma vez que concebe que Deus possa querer algo – isto é, Ele pode desejar isso – e ainda assim não fazer com que ocorra. Seu desejo de algo não implica necessariamente que irá realizá-lo. No entanto, Ron assume que tudo que Deus deseja que Ele faz com que ocorra. Assim, uma conflagrarão toma lugar aqui onde o desejo de Deus e sua vontade são tratadas como a mesma coisa, e sua vontade é sempre eficaz. Mas onde é que isso deixa seus preceitos? Se os desejos de Deus são inequívocos, e Ele deseja que seus preceitos não sejam cumpridos, então sobre o que seus preceitos se baseiam?

Não são os preceitos de Deus também baseados na sua vontade? De fato, nós não falamos de vontade preceptiva de Deus? Seus preceitos não refletem seus desejos morais, que por sua vez, refletem o seu caráter? Claro que sim. Porque a emissão de um preceito por Deus é para revelar um curso de ação que devemos seguir, e a palavra "devemos" implica um imperativo moral. Imperativos morais, por sua vez, são inteligíveis apenas em relação ao caráter de Deus e o caráter de Deus dita os seus desejos. Ainda assim, na posição de Ron, Deus, de forma inequívoca, não deseja que seus preceitos sejam seguidos - nesse caso, como o seu implicado imperativo moral seria inteligível?

Se Deus, de forma inequívoca, não deseja que todas as pessoas se arrependam, então porque é que Ele ordena isso? O que significa para Deus não desejar, de forma inequívoca, o que deveria acontecer, e de forma inequívoca, desejar o que não deve acontecer? Certamente esta é uma verdadeira auto-contradição, ao contrário da meramente superficial aparência de contradição implicada em haver desejos múltiplos sobre a mesma situação? Em última análise, isso significa que Deus realmente deseja o que é mau, enquanto em nenhum sentido deseja o oposto. Ron admite isso, mas esta é uma visão absurda de Deus - onde Ele deseja de forma inequívoca o que é totalmente contrário ao seu caráter, enquanto não deseja de nenhuma maneira sua antítese, mesmo que esteja em conformidade com Seu caráter. A única maneira de dar sentido a tal posição é afirmar que Deus não tem desejos, exceto seus desejos teleológicos. Ou seja, Ele não tem atitudes ou intenções para absolutamente nada, exceto aquelas atitudes e intenções que Ele tem com relação a seu propósito último.

Mas se seus desejos são feitos inteligíveis apenas em termos de seu objetivo final, então Ele não pode ter nenhum para específicos pecados em e de si mesmos. Apesar de, como pecados, eles são algo que não desejou em isolamento, Ele é incapaz de não desejá-los, porque a única atitude que Ele tem é teleológica e teleologicamente Ele os deseja. Isso quer dizer que, uma vez que é necessário à seu propósito último que tais e tais pecados ocorram, então Ele deseja que esses pecados ocorram, mesmo que seja contra o seu caráter desejar esses pecados em e de si mesmos. As intenções e atitudes de Deus tornam-se unicamente teleológicos em natureza, com nenhuma atitude moral básica sendo possível. Torna-se impossível para Ele ter uma outra atitude em relação a outros eventos do que aqueles ditados pelo seu propósito último.

Isto é claramente um absurdo. Faz Deus tão simplório que Ele não pode nem mesmo conceber uma atitude ou intenção para uma situação puramente sobre o fundamento do que essa situação é. Ele não pode entreter uma atitude a pessoas sobre o fundamento de seu caráter moral, porque seus interesses teleológicos sobre eles se opõe. Assim, Ele não pode entreter um desejo salvífico para o réprobo sobre o fundamento de seu caráter amoroso, porque seus interesses teleológicos sobre essas pessoas se opõem. No entanto, mesmo nós, simples seres humanos, somos capazes de entreter atitudes e intenções de alta complexidade. Podemos ter muitos desejos conflitantes sobre os quais priorizamos - alguns dos quais nos farão agir e outros não, dependendo de nossos objetivos. Uma coisa é reconhecer que Deus não é um homem, e assim exercer cautela nas analogias entre nossas mentes e a Dele. Outra coisa é dizer que Deus é muito menos capaz do que os homens, que são feitos à Sua imagem, porque Ele não é capaz de entreter múltiplos propósitos como eles são!

A verdade é que, como claramente declarado nas Escrituras, Deus tem atitudes tanto teleológicas quanto morais. Teleologicamente, Deus pode desejar a condenação dos réprobos por causa de sua santidade, e o propósito ocorrerá, e ainda assim dentro dessa intenção teleológica, seu caráter amoroso ainda pode evocar um desejo benevolente por sua salvação, a qual Ele, no entanto, não fará eficaz . Seria, de fato, completamente contrário à Sua natureza não ter tais afeições benevolentes. Não é mais contraditório afirmar isto do que afirmar que Deus é misericordioso e irado; gracioso e vingativo, que ama e que odeia, que é homem e Deus.

Fonte: http://bnonn.thinkingmatters.org.nz/does-god-desire-the-salvation-of-all/

Tradutor:  Emerson Campos Pinheiro