sábado, 10 de julho de 2010

Mark Driscoll: Expiação Limitada e Ilimitada

Expiação Limitada e Ilimitada


Pastor Mark Driscoll




1 João 2:2 “Ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.”




Até agora, em nosso estudo da expiação nós examinamos como Deus nos salvou da separação de Si mesmo e da morte eterna (substituição penal); de Satã, dos demônios, do pecado e do mundo (Christus Victor); da escravidão à maldição da lei e do pecado (redenção); do doloroso sofrimento eterno (sacrifício da nova aliança); da iniqüidade (justiça imputada); da condenação, da religião e da moralidade (justificação), e da ira de Deus (Propiciação). Com tais benefícios tremendos que nos foram dados pela morte de Jesus na cruz, a questão de por quem Jesus morreu tem sido debatida ao longo da história da igreja.


O Universalismo contradiz os ensinamentos claros das Escrituras sobre o pecado humano (ex Sl. 51:5, 58:3, Rom. 03:23, 1 João 1:8) e inferno (ex Dan. 12:2, Mat. 5:29-30; 10:28, 18:09, 23:23, 25:46). O Falso Pelagianismo também nega o pecado humano. Pelagianismo é nomeado após o monge asceta Pelágio que viveu no século V e ensinou que as pessoas começam sua vida moralmente boas, como Adão, e através da decisão de sua própria vontade poderiam viver uma vida santa que obrigaria a Deus a levá-los para o céu após suas mortes. Pelágio foi condenado como herege no Concílio de Cartago, em 418, graças em parte ao seu adversário Agostinho, que ensinou as doutrinas do pecado humano e da salvação pela graça somente.

Isso deixa três opções restantes para os cristãos quanto à questão de por quem Jesus morreu. Antes de examiná-las e afirmar a posição dos anciões na Mars Hill, merece ser mencionado que nós recebemos cristãos fiéis de diferentes opiniões sobre este assunto e nós as aceitamos como um ponto de distinção, mas não queremos tornar esse assunto um ponto de divisão.

Primeiro, alguns cristãos (ex, Nazareno, Assembléia de Deus, Quadrangular, Capela do Calvário, Metodista, Igreja Cristã) acreditam que Jesus morreu pelos pecados de todos os povos. Essa posição é comumente referida como Arminianismo, depois de Arminius, Wesleyanismo, em homenagem a John Wesley, ou expiação ilimitada. Eles apelam para as Escrituras que dizem que Jesus morreu por todas as pessoas (2 Cor 5:14-15; 1 Tm. 2:1-6, 4:10; Tito 2:11), por todo o mundo (João 1:29; 3:16-17; 1 Jo 2:2, 4:14; Ap. 5:9), todos (Isaías 53:6; Heb. 2:9), e que não quer que ninguém pereça (1 Tm. 2:4, 2 Pedro 3:9).

Arminianos ensinam que para ser salvo, tudo que alguém precisa fazer é simplesmente escolher Jesus. Mas, os críticos apontam que, se Jesus morreu para perdoar a todos, então todos teriam de ser salvos, e esta é a heresia do universalismo. Além disso, afirmam que ninguém nunca escolherá a Jesus porque os pecadores estão espiritualmente mortos (1 Cor. 2:14, Ef. 2:1), são hostis à Deus (Rom. 08:07), nunca buscam a Deus (Rm. 3:11), e não podem encontrar Deus (Lucas 19:10), não escolhem a Deus, e só são salvas quando Deus os escolhe (João 15:16) e os chama (João 6:44, 65).

Segundo, alguns cristãos (ex, presbiterianos, batistas reformados, algumas Igrejas bíblicas Independentes) acreditam que Jesus morreu somente pelos pecados dos eleitos. Esta posição é comumente referida como calvinismo, em homenagem a João Calvino, Teologia Reformada, ou expiação limitada. Eles geralmente apelam às Escrituras, que falam de Jesus morrendo somente por algumas pessoas, mas nem todas as pessoas (Mt 1:21; 20:28, 26:28;Rom. 5,12-19), por Suas ovelhas (João 10:11, 15, 26-27), por Sua igreja (Atos 20:28; Ef. 5:25), pelos eleitos (Rm 8:32-35), pelo Seu povo (Mateus 1:21), pelo Seus amigos (Jo 15:03), e todos os cristãos (2 Coríntios. 5:15, 2:14 Tito).

À primeira vista, Expiação Limitada e Ilimitada estão em oposição. Mas, esse dilema é resolvido por nenhum das duas. Em primeiro lugar, as duas categorias não são mutuamente exclusivas, uma vez que Jesus morreu pelos pecados de todos, isso significa que Ele também morreu pelos pecados dos eleitos. Em segundo lugar, a morte de Jesus para todas as pessoas não realiza a mesma coisa que pelos eleitos. Este ponto é complicado, mas é de fato ensinado nas Escritura (1 Tm. 04:10, 2 Pedro 2:1).

Simplesmente, morrendo por todos, Jesus comprou todos como sua possessão e então aplica o Seu perdão para os eleitos pela graça e aplica Sua aos não-eleitos. Objetivamente, a morte de Jesus foi suficiente para salvar a qualquer um e, subjetivamente, somente eficiente para salvar aqueles que se arrependerem de seus pecados e passarem a confiar Nele. Esta posição é chamada Expiação Limitada Ilimitada ou Calvinismo Modificado.

Portanto, Calvinistas Modificados como os anciãos de Mars Hill não acreditam em nada diferente do que os arminianos, simplesmente acreditam no que eles acreditam e mais um pouco. Por último, talvez o sistema sacrificial do Velho Testamento forneça a melhor ilustração dessa posição ambos/e. O Sumo Sacerdote ofereceria um sacrifício pelos pecados de toda a nação no Dia da Expiação, isto é, com efeito expiação ilimitada. Em seguida, cada adorador deveria se arrepender de seus pecados, como demonstrado pela doação de seus sacrifícios pelos pecados, isto é, com efeito, expiação limitada.

Fonte:http://download.marshillchurch.org/media/2005/11/20/20051120_unlimited-limited-atonement_document.pdf

2 comentários:

  1. Muito boa aplicação. As vezes um e outro grupo se enrijece no seu próprio "conhecimento" e nem um e nem outro poderá realmente explicar como se processa a salvação porque isso é algo que concerne a Deus.

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  2. ''Arminianos ensinam que para ser salvo, tudo que alguém precisa fazer é simplesmente escolher Jesus''. Os arminianos não creem e não ensinam isso, na visão arminiana nós seres humanos podemos escolher entre pecar e não pecar, a salvação vem de Deus como está na bíblia ;) . Eu nunca vi ninguém pregar isso.

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