Is 53.4
A primeira parte deste verso é citado em Mt 8.17: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças.” O evangelista nos conta que estas palavras foram cumpridas quando Cristo “expulsou os espíritos, e curou todos os enfermos” (v. 16).
Mateus repetidamente relata a cura que Cristo realizava de todos que vinham, ou eram trazidos a Ele, em busca de ajuda (cf. 4.23f; 9.35; 12.15; 15.30; 21.14). Não há a menor base para crer que todas estas pessoas faziam parte dos eleitos. Então o pronome “nosso” não deve ser restrito a esses, mas deve ser tomado em um sentido geral, simplesmente para denotar seres humanos. Neste caso, Cristo ser ferido, esmagado e punido, mencionados no próximo verso (Is 53.5) foram para todos os homens também, o “nosso” três vezes usado lá sendo tão abrangente quanto o “nosso” duas vezes usado no verso 4.
Is 53.6
Considere, em seguida, as três afirmações de Is 53.6: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair (fez descer) sobre ele a iniqüidade (a punição) de nós todos.” Se prestarmos atenção no contexto, teremos que confessar que as palavras dizem respeito ao povo de Israel. Mas elas não devem, no final das contas, ser restringidas a esse grupo; ao invés, o povo de Israel deve ser tomado, como em Rm 3.19, como representante de toda a humanidade. Na primeira destas afirmações, a apostasia geral dos homens é declarada; na segunda, o desvio de cada um; na terceira, o sofrimento expiador do Messias, que é dito ser em benefício de todos. Como o primeiro “todos” é verdadeiro de todos os homens (e não apenas dos eleitos), julgamos que o último “todos” diz respeito ao mesmo grupo. Todos os homens são convidados a entrar no primeiro “todos” (contanto que eles confessem sua culpa em ter desviado), e sair no último “todos” (receber seu perdão pelo sacrifício expiador).
É verdadeiro que nós, “desgarrados como ovelhas,” somos curados com os açoites de Cristo – pois “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele” (v.5) – mas não até que “temos voltado ao Pastor e Bispo das nossas almas” (1Pe 2.24-25). Seus açoites proporcionaram o remédio para a nossa cura, mas nossa cura é dependente de aplicarmos o remédio pela fé penitente.
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