sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Norman Douty: João 6:32-51

Em Jo 6.32-33, Cristo disse aos Seus inimigos: “Meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” Aqui a efetiva concessão da vida não deve ser entendida, mais do que deve ser entendida no v. 51: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” Ambas as afirmações seguiram a alimentação dos 5.000 onde, certamente, a eleitos e não eleitos foram ofertados o pão material. E essa ocasião foi claramente simbólica. Thayer lista a palavra “mundo” em ambos os versos como significando toda a raça dos homens.[23]

Ryle comenta sobre o v. 32 que o “dar” significa “oferecer algo para aceitação que aqueles a quem é oferecido podem não receber,” e então acrescenta:

“É uma declaração notável, e uma que parece para mim provar incontestavelmente que Cristo é o dom de Deus ao mundo todo – que Sua redenção foi feita para toda a humanidade – que Ele morreu por todos – e é oferecido a todos.... Corretamente interpretadas, as palavras significam que em algum sentido ou outro o Pai verdadeiramente dá o Filho àqueles que não são crentes. Eles autorizam os pregadores e os mestres a fazerem uma oferta vasta, ampla, completa, livre, ilimitada, de Cristo a toda a humanidade sem exceção.”[24]

Sobre o v. 33, ele diz:

“O pão de Deus foi para todo o mundo, e forneceu vida eterna a todo membro da família de Adão que o comeria, judeu ou gentio.... Que todo o mundo não tem vida de Cristo, e não crê nele, é indubitavelmente verdadeiro. Mas essa vida é proporcionada em Cristo, e a salvação suficiente para todo o mundo parece ser a interpretação natural do texto.”[25]

Sobre o v. 51, ele comenta:

“Eu somente posso ver um significado na palavra mundo. Significa toda a humanidade.... Cristo morreu por toda a humanidade; não pelos eleitos apenas, mas por toda a humanidade.... Que a morte de Cristo foi suficiente para toda a humanidade, e que quando Ele morreu Ele fez expiação suficiente para todo o mundo, são verdades que, tanto neste texto como em outros como estes, parecem à minha mente indisputáveis.”[26]

Entre as duas partes que acabamos de citar de Jo 6, está o famoso verso 44: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer,” sobre o qual um comentário é feito no capítulo precedente (V.6). A dificuldade se encontra na vil disposição do pecador, e ele é completamente responsável por isso. Ele não é nenhum “pobre cativo,” como Owen o chama, mas um deliberado rebelde. Seu caso, por isso, não é para compaixão, mas para censura.

Sem comentários:

Enviar um comentário